Destaques

terça-feira, março 09, 2010

Não tem responsabilidade? Como assim?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No final de semana ocorreu um dos fatos mais chocantes do esporte brasileiro e a repercussão tem sido pífia. O jogador de futsal Robson Rocha Costa disputava uma partida no ginásio municipal de Guarapuava (PR), defendendo o Atlético Desportivo local contra o Palmeiras/Jundiaí, no sábado, quando deu um carrinho na linha de fundo e uma lasca de madeira do piso entrou em sua coxa, se partiu em três pedaços e atingiu o intestino e órgãos internos. As imagens são de arrepiar. Robson foi atendido com vida (foto) e levado consciente para o hospital, mas morreu de hemorragia interna no dia seguinte, aos 22 anos. Absurdo? Sim, totalmente absurdo.

Mas o que me deixou ainda mais perplexo, hoje, foi ler as seguintes - e inacreditáveis - informações no jornal Lance! (o grifo é nosso):

Segundo informações da Secretaria de Esportes e Recreação de Guarapuava, um laudo emitido pela Defesa Civil em janeiro permitia a realização de jogos no ginásio Joaquim Prestes. A polícia paranaense acredita que são remotas as chances de alguém ser responsabilizado pela morte do jogador.
- Fazendo uma análise da conservação do piso para a morte do rapaz, a gente não encontra um nexo - disse Maria Nysa Moreira, delegada responsável pelo caso.
Em nota oficial, a Prefeitura de Guarapuava se isentou de culpa no acidente.


Se isentou? Simples assim? Ninguém será responsabilizado? Não se encontra "nexo"? Como assim?!? Como assim??? Como assim?!!??!!? Hã?!???!!???

3 comentários:

Leandrô/Lemão! disse...

Não se espante se eles ainda falarem: "Olha, o carrinho é proibido pela FIFA. Então, ele não respeitou a regra e eu (no caso eles) não tenho nada a ver com isso".
Quer apostar?

fredi disse...

É f.... Acidente tem culpado, tem de achar e punir.

É muita cara de pau.

Marcão disse...

Só como adendo ao post: para cúmulo do absurdo total e completo, a Prefeitura de Guarapuava, que não quer se responsabilizar pelo piso de seu próprio ginásio, é reincidente (!!!). Texto do Lance! desta quarta-feira:

Em outubro de 2008, Giuliano Magela, com 11 anos na época, disputava um campeonato entre escolinhas de fustal no Ginásio Joaquim Prestes, o mesmo em que Robson Rocha, jogador do Clube Esportivo Guarapuava (PR), morreu no domingo.

Ao fazer um cruzamento, na linha de fundo, Giuliano caiu. Uma lasca da quadra se soltou e ficou atravessada na panturrilha do garoto, que foi encaminhado a um hospital e realizou uma cirurgia. Em entrevista ao site Globo Esporte, o pai do menino, Geraldo Magela, confirmou o ocorrido:

- Ele vê os vídeos e diz que é exatamente no mesmo local que aconteceu com ele. Tem até o risco da grande área na lasca que a gente guardou para comprovar - revelou.

O publicitário disse ainda que, após a cirurgia do filho, lascas de madeira permaneceram na perna dele.

- Ele ficou com marcas, que comprovam que há problemas na quadra. Ele vai ficar marcado para o resto da vida. Volta e meia ele ainda reclama de dor - disse ao site.

Geraldo Magela aproveitou para criticar os responsáveis pela administração da quadra, que haviam prometido analisar o caso para impedir que algum acidente mais grave pudesse acontecer.

- Prometeram investigar o que tinha acontecido, porque a quadra era nova. É um absurdo. Não é algo casual. Foi reincidência - afirmou.