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segunda-feira, março 22, 2010

Santos 9 X 1 Ituano - esse não era o Naviraiense

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Antes de falar da partida em si, é preciso apresentar a campanha do Ituano antes do jogo contra o Santos. Era o 11º colocado do Paulista, a 3 pontos do Palmeiras, clube com o qual empatou em 3 a 3. A defesa do interior, inclusive, era melhor que a do clube do Palestra Itália, 21 gols sofridos contra 26. O São Paulo só superou o Ituano, no Morumbi, por 1 a 0 com um gol de pênalti.

Acho que está claro que o Ituano não é um Naviraiense. E olha que assustou o Peixe a um minuto de jogo, com uma falta na qual João Leonardo recebeu a bola em jogada ensaiada. Rodrigo Mancha foi enganado na marcação e o Santos sofreu o gol. No lance, duas lições. Primeiro, que não basta colocar um marcador “de ofício” na equipe para melhorar a defesa. Mais importante é saber ocupar espaços atrás, acuar o adversário e fazê-lo com que se preocupe mais em se defender do que atacar. Um volante a mais no time, junto com Arouca, não evitou o gol do Ituano.

A segunda lição foi para o próprio rubro-negro de Juninho Paulista. Não se cutuca a onça com vara curta. Se o Peixe poderia levar o jogo em banho-maria, o fato de sair atrás no marcador fez com que os meninos peixeiros acelerassem a partida. Uma, duas, três oportunidades. E tome falta do Ituano, como tem sido comum no comportamento dos rivais que se deparam com o Santos. Aos 14, veio o empate com André. A virada anunciada só aos 27, na falta que originou a justa expulsão de Carlos Eduardo, que tomou o segundo amarelo. Ganso marcou na cobrança de Marquinhos, seu companheiro de armação.

Depois, veio o terceiro. E o quarto. Após o intervalo, o Alvinegro voltou mordendo, marcando pressão na saída de bola do adversário. Não adianta ficar aqui descrevendo a partida ou os gols. Melhor vê-los. O Ituano teve mais dois atletas expulsos (justamente), mas o Santos já havia feito o oitavo gol quando isso aconteceu. E o santista Wesley também recebeu seu vermelho no fim da partida.



Mesmo assim, vão dizer que o Ituano é fraco, que jogou com um a menos a maior parte do tempo... Mas, se o santista ouvir isso de algum rival, pergunte a ele qual foi a última vez que ele viu seu time vencer alguém fazendo nove gols. E olha que isso aconteceu dez dias após uma vitória por dez gols. Ainda se pode acrescentar que o Alvinegro jogou sem duas das três principais estrelas do time, Neymar e Robinho. Mas nada convencerá os céticos. Azar o deles.

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Escrevi um texto sobre as meias verdades que seriam ditas após a derrota para o Palmeiras que uma das assertivas falsas era de que “O Santos vai ‘perder o encanto’ e o Palmeiras vai ‘desencantar’”. O Porco foi derrotado pela Ponte Preta em casa e o Santos fez o que fez. Os rivais, e também os santistas, precisam parar de se precipitar.

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Conversando com a amiga Bia depois da vitória sobre o Naviraiense na Vila Belmiro, ela dizia que um garoto que presenciou aquela vitória no estádio jamais deixaria de ser santista. Ontem, quem viu no Pacaembu a vitória peixeira vai ter uma lembrança inesquecível. E é esse o ganho que não pode ser medido, mas que é obtido pelas apresentações espetaculares do Santos.

Não são necessariamente os resultados que conquistam o coração de um torcedor. E foi assim que um clube praiano, de uma cidade média, um “time de bairro” como disse José Roberto Torero uma vez, virou grande mesmo sem ser de uma capital do país. O Santos sempre conquistou fãs pela capacidade de fazer sonhar. Que continue assim.

10 comentários:

Olavo Soares disse...

Foi mágico. A maior goleada que vi no estádio na minha vida. Daquelas de contar pra filhos, netos, e etc.

Como corneta que sou, vale uma cutucada - Maikon Leite, apesar do gol que fez e dos elogios à sua superação, fez uma partida que merece puxões de orelha. Enfeitou e exagerou de maneira gratuita. Tomara que o Dorival esteja atento.

Glauco disse...

Maikon Leite, por tudo que já passou e por ser reserva, merece ser firulento de vez em quando.

Marcão disse...

Que massacre. E será muita injustiça o Santos perder esse campeonato no mata mata.

Glauco disse...

Futebol não tem justiça e, como já disse antes, se não for campeão, não tem problema. A maioria dos campeões de qualquer coisa não joga essa bola e ver esse time jogar já me deixa feliz.

Olavo Soares disse...

Veja como não há consenso entre integrantes de uma mesma torcida: pra mim, se não for campeão, tem problema sim, e muito!

Mas esse é aquele tipo de debate que não tem evolução, é cada um dando seu ponto de vista e bola pra frente.

Fabricio disse...

Eu concordo com o Olavo. Se esse time não for campeão vai conseguir superar a incompetência do Palmeiras 96 que "só" ganhou o Paulista com aquele timaço.

"A maioria dos campeões de qualquer coisa não joga essa bola e ver esse time jogar já me deixa feliz."

A diferença (até agora, claro) é que esses times que não jogam essa bola, foram campeões. Esse Santos ainda não conseguiu.

E digo mais. Se por acaso acontecer um milagre e esse time vier a perder uma final pro São Paulo, vai ter santista mandando Dorival e molecada praquele lugar.

Anselmo disse...

sobre a parte que cabe ao Palmeiras, não deixe o ódio contra os corintianos que lhe azucrinaram se confundir com a mágoa da derrota da semana passada – um desvio de percurso normal, que acontece mas não se repete.

sobre a surra ao ituano, afe!

Glauco disse...

Repetindo, Fabrício: "A maioria dos campeões de qualquer coisa não joga essa bola e ver esse time jogar já me deixa feliz.". Ou seja, mesmo sem ter ganho nada, me deixa feliz. Só isso.

Pelo jeito o palmeirense Noriega <a href="http://blogdonori.blogspot.com/2010/03/tem-problema-se-molecada-do-santos-nao.html>concorda</a>: "Não é só porque faz 10 a 0 e 9 a 1 num curto espaço de tempo que o Santos versão 2010 está na moda. É, também, porque está ganhando de 4 a 1 e quer mais, não perde o apetite. É, também, porque aceita o risco de até perder um jogo mas não corrompe sua filosofia.
(...)
E repito para aqueles que se pautam pela conquista pura e simples, sem se importarem com o método. Mesmo se não ganhar nada esse time do Santos será lembrado no futuro. "

E claro, Fabricio, que se teve torcedor que xingou só porque perdeu do Palmeiras, vai ter quem xingue se perder uma final. Espero não estar entre eles.

Mas Olavo, o time de 95 não foi campeão e você elenca a semifinal com o Fluminense como uma das mais fantásticas que você já viu. Não valeu nada então?

Olavo Soares disse...

Opa, claro que valeu, claro que valeu. Mas é que eu sempre penso no título, na taça levantada. Essa é a principal glória. Sem ela, fica uma coisa incompleta.

E é isso que não quero ver esse time fazendo.

Marcão disse...

Esse pragmatismo de "o que vale é taça levantada" já foi motivo de muita malhação em cima dos sãopaulinos aqui nesse blogue.