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sexta-feira, abril 16, 2010

700 mil toneladas de aço brasileiro pra Copa de 2014

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Anteontem, participei (a trabalho) da abertura do 21º Congresso Brasileiro do Aço, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Presentes, os diretores de gigantes da siderurgia da China e Europa, além dos todo-poderosos nacionais, Vale, Gerdau, Usiminas, Mittal, Villares, entre outros. O clima geral era de satisfação pela maneira como o Brasil enfrentou a crise econômica e das perspectivas futuras pelos investimentos federais já comprometidos. Em seu discurso, o presidente Lula reforçou que eventos como a Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, ambos no Brasil, vão garantir que a produção e o consumo de aço no país continuarão crescendo.

De fato, circulando pela exposição, recolhi exemplares de duas revistas que, por serem muito específicas, acabam não chegando até nós, leitores comuns: a Arquitetura & Aço (edição de janeiro) e a Metal & Metalurgia (período março/abril). Ao contrário da chamada "grande imprensa", que minimiza, distorce ou desqualifica as ações e investimentos do governo Lula, as duas publicações destacam os eventos inéditos que o Brasil vai abrigar e o desenvolvimento que isso trará ao país - a primeira revista com uma "Edição Especial Copa do Mundo 2014" e a segunda com a manchete "Gol de placa". "Demanda doméstica de aço para as obras da Copa pode atingir 700 mil toneladas", ressalta a Metalurgia & Materiais.

A reportagem da revista prossegue: "Atualmente, há cerca de R$ 2,5 bilhões autorizados para melhorias em aeroportos, segundo informação do Ministério do Esporte. Em relação aos portos, os investimentos são de R$ 677 milhões e para a mobilidade urbana, R$ 11,2 bilhões. (...) O BNDES, por sua vez, criou uma linha de financiamento com R$ 4,8 bilhões destinados aos estádios e R$ 1 bilhão para a hotelaria". Já a Arquitetura & Aço mostra que a capacidade instalada da indústria do aço no Brasil cresceu de 33,3 milhões de toneladas em 2002 para 41,4 milhões em 2008, ano em que a construção civil (setor altamente impulsionado pelo governo Lula) liderou o consumo final, com 33,4% do mercado, seguido pelo setor automotivo, com 25,5%.

Público-alvo - Ou seja: nossa indústria tem total condições de suprir as demandas desses dois megaeventos, sem sustos. As publicações estampam ainda que o governo federal prevê orçamento de R$ 48,8 bilhões para a Copa e a Olimpíada. O mais interessante, para mim, é observar que essas revistas têm como público-alvo pequenos e grandes empresários da cadeia produtiva do aço, o que comprova que a satisfação com o governo Lula não é só dos "pobres e nordestinos que vivem do Bolsa Família", como a "grande imprensa" tenta inventar. E me lembra um post do Glauco da época em que o Brasil foi definido como sede da Copa, criticando a ladainha de que sediar esse evento seria "ruim" para nós, principalmente porque "obriga o Estado a cumprir sua função, sendo que o dinheiro retorna em impostos e ganhos de outra ordem". É isso o que, felizmente, vemos agora.

E termino com as palavras do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, em entrevista para a revista Linha Direta, do diretório do PT de São Paulo: "O importante é o legado que [a Copa] vai deixar para o Brasil. Vamos ter que reformar e melhorar aeroportos, metrôs, vias de acesso. A Copa é um detalhe. O importante é todo o investimento que vai ser feito em apenas quatro anos no país que talvez demorasse mais de oito anos". Mas é claro que o PSDB, que prometeu entregar a primeira estação da Linha Amarela do metrô paulista em janeiro de 2008 (alguém lembra ou comenta isso?), vai falar que o Brasil vai se endividar com a Copa, que não vai cumprir metas e prazos, que vai ser um desastre e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá. Deixa eles. Estamos muito, muito bem!

3 comentários:

Anselmo disse...

tem uma parte da crítica anticopa que entra na cota da oposiçao por oposição. e tem outras, a respeito da necessidade de fiscalização dos investimentos, de garantir trabalho decente aos operários da construção e tal. mas claro q é fácil misturar as duas.

Tem ainda uma outra forma de críticar q é levar a coisa pra discussão do modelo de desenvolvimento, apontar q o padrão de gdes obras tem uma face ambiental cruel...

enfim. só quero dizer q nem toda crítica precisa ser numseiquelá-numseiquelá-numseiquelá.

Marcão disse...

Muito bem observado, Marcio-SJP. Eu poderia corrigir para "eventos de proporções inéditas" mas vou deixar como está. Mas quero dizer uma coisa: sim, a Fifa é quem aprova, mas pelo o que me consta, ela não veio aqui bater na porta e perguntar se a gente podia fazer (como em 1950). Precisou esse governo correr atrás - o que nenhum outro, de 50 anos pra cá, correu atrás ou sequer teve condições mínimas de se apresentar como candidato. E nada seria feito. E todo mundo ia achar que é isso mesmo, a gente não presta pra nada, é isso aí. Né?

Thalita disse...

Pro Marcio, meio atrasada.
Qualquer Olimpiada eh usada para os governantes da cidade sede pra captar mais recursos com as esferas governamentais superiores, pra fazer coisas que nao seriam feitas tao cedo sem o evento. Vai ser assim no Rio, esta sendo em Londres e foi em Barcelona.
Copas seguem a mesma logica, embora com proporcoes bem menores.