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sexta-feira, abril 09, 2010

Uma greve mais do que justa

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Quando morei na Irlanda, uma das cervejas que eu mais apreciava era a dinamarquesa Carlsberg. Pois hoje leio que centenas de funcionários de sua fábrica, em Copenhague (na foto, a fachada), entraram em greve por causa da proibição de beber cerveja na hora do trabalho. Nada mais justo! A direção da empresa restringiu a cerveja apenas para a hora do almoço (a piada pronta é que as novas regras entraram em vigor no dia 1º de abril). Antes dessa medida arbitrária, existiam várias geladeiras com garrafas de cerveja espalhadas pela fábrica e os manguaças podiam se fartar à vontade - com a única condição de que não ficassem bêbados.

"Cabia a cada um ser responsável", observou Jens Bekke, porta-voz da Carlsberg. Novamente, nada mais justo! De acordo com o porta-voz, 800 funcionários não trabalharam na quarta-feira e 250 na quinta-feira. Os motoristas da Carlsberg aderiram à greve em apoio aos funcionários da fábrica, ainda que, pelas novas regras, continuem a ter direito a retirar diariamente três garrafas de cerveja da cantina (segundo o porta-voz, há um cadeado na ignição dos caminhões que impede que os motoristas dirijam embriagados). Quero dizer duas coisas: 1) os grevistas estão corretíssimos, pois, se aceitarem beber cerveja só na hora do almoço, daqui a pouco, nem isso; 2) alguém sabe onde dão aulas de dinamarquês aqui em São Paulo e se, por algum acaso, a Carlsberg está precisando de assessor de imprensa?

2 comentários:

Victor disse...

A única camisa de time estrangeiro que tenho é do Liverpool. Deixarei-a no armário em apoio aos funcionários.

Anselmo disse...

a solidariedade do victor mostra q o movimento caminha para a internacionalização.

Marcão, tenho uma péééééééééssima notícia para você. O cargo de porta-voz (spokesman) é exercido no mundo corporativo (business world) pelo diretor de comunicação (communications director).

E olha quem tá lá:
Jens Bekke.

Pode ser que a formação dele seja outra q não jornalista. mas provavelmente durante uma greve, vc, como assessor de imprensa, tivesse que passar por uma situação terrível. Pior do que não aderir, talvez vc tivesse q condenar as queixas justas dos trabalhadores etilizados!

Já pensou? Nem pensar.