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quinta-feira, maio 20, 2010

Os repetecos tricolores mataram a Raposa

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Por Moriti Neto

Repetidos o placar, os artilheiros da noite e a boa atuação, o São Paulo venceu novamente o Cruzeiro, ontem, no Morumbi, por 2 x 0. Assim, após quatro anos, volta a figurar nas semifinais da Libertadores.

O Tricolor Paulista entrou em campo quase com a mesma escalação da vitória da semana passada, no Mineirão, à exceção da volta de Miranda no lugar de Xandão. E, se a vantagem já era grande, o atacante cruzeirense Kleber facilitou as coisas para o Tricolor. Em lance que lhe é característico, abriu os braços demais e, na corrida, atingiu o rosto de Richarlyson, sendo expulso no primeiro minuto de partida. A equipe paulista, empurrada pelas 52 mil pessoas que compareceram ao Cícero Pompeu de Toledo, mostrava uma defesa firme, meio campo marcando forte, constante movimentação de Marlos e Dagoberto, além de Fernandão, muito lúcido com e sem bola.

A impressão era de que o gol sairia logo, Marlos, Fernandão e Dagoberto tiveram oportunidades. E, aos 23, Júnior Cesar fez bonita jogada pela esquerda, deixou dois adversários na saudade, invadiu a área e rolou para Hernanes. O camisa 10, que chuta como poucos, arrematou em grande estilo: 1 x 0.

Com o domínio do jogo, a vantagem no placar e um atleta a mais, o Tricolor passou a tocar a bola à vontade, rondava a área da Raposa e, vez ou outra, criava chances em lances mais agudos, como ocorreu com Fernandão e Rodrigo Souto. Enquanto isso, do outro lado, Rogério Ceni não teve praticamente nenhum trabalho.

No começo do segundo tempo, Richarlysson tentou surpreender o goleiro Fábio com um chute do meio de campo. Aos 8 minutos, Júnior Cesar levantou para a entrada da área e Fernandão, de cabeça, preparou para Dagoberto matar no peito e encobrir, com categoria, o arqueiro celeste. No comando das ações até o final, o São Paulo trabalhava a bola e só não ampliou porque Marlos e Dagoberto foram fominhas.

Não que o São Paulo tenha exibido um futebol primoroso tecnicamente nos duelos das quartas de final. Porém, no placar agregado, enfiou quatro gols no bom time do Cruzeiro e não levou nenhum. Aliás, o time não é vazado, na Libertadores, faz oito partidas. Coincidentemente, desde a entrada de Alex Silva na competição. Se o time não é uma maravilha em termos técnicos, evoluiu demais taticamente, ganhou padrão e conta, ainda, com alguns jogadores em ascendência.  Agora é esperar a Copa passar para jogar as semi contra Inter, Estudiantes ou até o Flamengo e focar as cinco rodadas que restam no Brasileiro antes do Mundial começar.  

As melhoras

Claro que Fernandão é a referência que faltava na parte ofensiva do time. Não referência como homem de área, mas, sim, no sentido técnico e tático. Ele se posiciona muito bem, joga sem a bola e, com a gorducha nos pés, sabe tocar de primeira com objetividade e eficiência. No entanto, outros aspectos podem ser destacados. Marlos deu mais velocidade e contundência ao Tricolor, principalmente nas chegadas de contra-ataque. Os laterais melhoram a cada jogo, assim como a zaga. A estrutura de meia cancha também progrediu. Com Richarlyson, que é rápido, pode-se ter ora um segundo volante, ora um terceiro zagueiro cobrindo os avanços dos laterais e de Hernanes, que está muito mais participativo. Rodrigo Souto vem fazendo com competência a função de primeiro homem de contenção, embora, em princípio, isso fugisse das características dele. Está marcando bastante – anulou o selecionável Gilberto nos dois jogos com o Cruzeiro – e melhorou a qualidade na saída de jogo.

Sobre Ricardo Gomes, nunca teci nem elogios nem críticas severas. O fato é que chegou ano passado, brigou pelo título do Brasileiro até a última rodada e está classificado às semifinais da competição mais importante do continente. Também, desde que aportou no Morumbi, disse que iria fazer o São Paulo jogar diferente e, isso, dá pra dizer que conseguiu, afinal usa muito o 4-4-2 e trabalha lances com bola no chão. Tem mais: toda vez que se fala em sua demissão, fico pensando: “quem viria? O Cuca?”.   
                                                                         
Elenco

Alguns medalhões contratados no início do ano estão sendo sabiamente negociados. Cléber Santana, velho sonho de consumo do presidente Juvenal Juvêncio, veio ganhando um dos salários mais altos do grupo e não jogou nada. Irá, junto com o grosso e destemperado zagueiro André Luís, para o Fluminense, de Muricy Ramalho. Léo Lima, jogador instável, deve ser transferido para o Al Nassr, da Arábia Saudita. No caso de Santana, o clube se livra da dívida de mais R$ 3 milhões com o Atlético de Madrid, da Espanha, e, no de Lima, deve botar nos cofres R$ 3,6 milhões. Já com André Luis, na pior das hipóteses, fica livre da ruindade.     

Quanto a Washington, outro que pode sair, cansei de defendê-lo aqui no Futepoca. É bom centroavante, artilheiro por onde passou, já anotou 45 gols com a camisa do Time da Fé, mas parece que não tem clima para permanecer. Creio que ainda pode ser útil ao elenco, mas, ao menos por hora, teria que se conformar com o banco, o que é improvável. Deve sair. Fluminense, Atlético Paranaense e Goiás mostraram interesse.

Com tantas saídas, talvez haja mais oportunidades para garotos da base que, inclusive, teve o time campeão da Copa São Paulo deste ano. Enfim, atualmente, falar sobre as categorias de baixo no São Paulo é assunto para um post inteiro.                  

16 comentários:

Fabricio disse...

O Cruzeiro ontem não jogou nada. O São Paulo jogou demais. Nem com 1 a mais o Cruzeiro sequer empataria.

Mas pelo amor de Deus, coloca nesse texto que a expulsão do Kléber foi injusta pois passar batido nesse quesito foi um dos, senão o maior, erro cometido em posts deste blogue.

Fabricio disse...

Ah, e o Palmeiras está de braços abertos para M. Paraíba, Washington e demais renegados. A coisa lá tá feia.

Nicolau disse...

Expulsão injusta e que definiiu as chances do Cruzeiro. De resto, o time do São Paulo parece que começa a se encaixar.

Fabricio disse...

Sinceramente acho que o resultado seria o mesmo com ou sem Kleber, mas claro que nunca saberemos.

Thalita disse...

injusta pelo lance, mas jogador fica marcado por lances passados, nao tem duvida. Alguem cochichou pro seu juiz que ele gosta de dar cotovelada no nariz dos adversarios, ai ja viu...
Dessa vez eu vi o jogo - nao a expulsao, eu nao percebi que ja tava na hora e liguei no jogo aos 10 minutos soh. Mas deu gosto de ver. Tava 1 x 0 pro Sao Paulo e parecia que era o time paulista que precisava fazer gol pra se classificar. Expulsao com um minuto nao eh mole, mas apatia como a do Cruzeiro eh ateh desrespeito com a torcida. E digo pq jah estive lah, rrsrs... o que o SP teve de atuacao apatica esse ano nao eh brincadeira

Glauco disse...

Bom, se fosse pelo histórico, o Richarlyson não ficaria atrás. Mas acho curioso o argumento do "histórico" usado por muitos comentaristas, que só serve pra desculpar erros de árbitro. Árbitro faz isso? Faz, mas devia fazer? Serve como desculpa?

Thalita disse...

nao serve como desculpa, soh falo o que acontece com todo mundo. Nao com o Richarlyson, que ele quando entra na jogada, nao deixa margem pra interpretacao! Eh machadada certa!

Thalita disse...

maaaaaaaaaaaaaaas....
nao posso negar que quando isso acontece com o Kleber eu fico eh muito feliz, nao importa se mereceu ou nao a expulsao. Ele deu uma cutuva no nariz do Andre Dias e nem tomou cartao. Depois foi suspenso, mas jah tinha feito um dos gols que desclassificariam o Sao Paulo contra o Palmeiras.

Moriti disse...

Bem, se o comentário, pela não inclusão da frase "foi injusta a expulsão do Kléber" comete um dos maiores erros da história deste blog é interpretação de sua parte, Fabrício. Precisaríamos apurar, nos arquivos do Futepoca, se realmente foi. Deixo isso a cargo do conselho editorial futepoquense.

Sobre o lance, um critério define se foi justa ou não a expulsão. Houve intenção ou não do atacante em atingir o adversário? O lance não foi proteção de bola. Richarlyson chegava na corrida, mas não disputava a gorducha, nem tinha tentado, ainda, tirar a bola do Kléber, que tem que esticar o braço todo para atingir o volante. Pra mim, bateu de propósito com a mão na cara do rival e a expulsão foi justa.

Anônimo disse...

Estranho que agora que o São Paulo ganhou jogando bem, o Marcão anda sumido.

Por que será que ele só aparece para detonar o time?

O que de ruim ele tem pra falar do SP após a bela classificação? Ou não foi bela, assim? Ou não foi merecida?

Se manifesta Marcão!

Fernando Augusto disse...

O Leandro está chamando o Marcão às falas, mas também torceu contra o SPFC diante do Universitário.

Inclusive, durante as três temporadas em que o clube foi campeão brasileiro ele pedia, insistentemente, a demissão de Muricy Ramalho sob a alegação de que o time não jogava bonito.

Pronto, denunciei....hahaha

Marcão disse...

Opa! Presente! Na correria por varias cidades do interior de SP, nem sempre sobra tempo pra entrar na internet. Assisti o jogo em Bauru, na verdade, um tempo de cada jogo. Achei a expulsao injusta e obvio que isso influenciou na derrota do Cruzeiro. Como disse no ultimo post, o 3-5-2 e o Fernandao mudaram totalmente o time, que, contudo, continua cometendo muitas falhas. Junior Cesar parece que voltou a jogar bola, barrando Jorge Wagner. E ja comeco a preferir Xandao no lugar de Miranda (lembram-se de Alex na zaga de 2005? Pois entao, a logica e a mesma). Agora nao sei opinar sobre a semifinal contra o Inter. 28 de julho esta muito longe e muita coisa pode mudar. Mas aprovei a dispensa de 4 dos refugos. Demorou muito.

Ps.: Estava em companhia de dois santistas, na casa de seus 50 anos. Fanaticos, por isso vimos o Sao Paulo no primeiro tempo, em um bar, e o Santos no segundo, em outro buteco. Jogaco o da Vila Belmiro. E nao vi nem saopaulinos e nem santistas comemorando ou soltando fogos em Bauru. So tinha palmeirense em tudo quanto e canto...

Leandro Conceição disse...

Opa! Valeu, Marcão.

A verdade é que com ou sem o Kléber o Cruzeiro não teve chance.

E, depois dessa, é hora de a torcida são-paulina aproveitar que a equipe tomou vergonha na cara e torcer muito!

Contamos com vc, que andava muito anti-são paulino!

E, Fernando, continuo achando que os jogos contra o Universitário foram deprimentes.

E outra. O Muricy foi campeão três anos, e comemorei muito, é verdade. Só que sempre ganhou com o time jogando mal e tendo uma jogada só. Irritante!

Aliás, se fosse mata-mata ao invés de pontos corridos, a história seria outra. Quantos mata-matas o Muricy ganhou? E o desempenho nos clássicos?

Foi bom sim ser tri-campeão brasileiro, mas tenho que confessar que não sinto falta do Muricy.

O SPFC pode mais que isso (só que com o RG... só por milagre! rsrsrs)

Leandro Conceição disse...

E outra, acabei de lembrar que uma das coisas que mais me irritavam no Muricy é sua postura grosseira, entupida, de dono da verdade.

Agora, com os timinhos que pegou pela frente, até que ele anda meio "pianinho", como dizem no gueto.

Olavo Soares disse...

Insisto: pintou o campeão.

Moriti disse...

Dipenso sua insistência, Olavo. rs