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sexta-feira, agosto 20, 2010

Com gol no último minuto, Palmeiras avança na Sul-Americana

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No 500º jogo de Marcos, o Goleiro, com a camisa do Palmeiras, quem operou milagres foi... o imponderável. Ou talvez a torcida. Do contrário, como explicar dois gols de Tadeu e um de Marcos Assunção, aos 44 minutos do segundo tempo? O alviverde bateu o Vitória por 3 a 0 na segunda partida da Copa Sul-Americana.

Com o placar, o Verdão reverteu a vantagem de 2 a 0 que o time baiano tinha obtido na partida de ida, no Barradão. Realmente poucos palmeirenses com quem conversei nos últimos dias acreditavam no feito. Todos estavam seguros de que algum resultado positivo viria, mas nenhum apostaria a sério na classificação.

Luiz Felipe Scolari conseguiu convencer a torcida a apoiar ensandecidamente durante toda a partida. Bastou um pedido com o "carinho" que é peculiar ao treinador gaúcho. O futebol apresentado indica que o time não exatamente respondeu à "festa no chiqueiro".

É que foi uma partida de poucas chances criadas e muitos passes errados. Mas o resultado é o que importava para quem estava nas arquibancadas vestindo verde (ou verde-limão-siciliano). Foi a segunda vitória (e consecutiva, diga-se) do treinador no comando da equipe.

Ainda sem meias de criação, já que Lincoln segue de molho e Valdívia continua sem inscrição para o torneio continental, as jogadas dependiam de Tinga e Marcos Assunção. O 3-5-2 que deu certo na última partida, foi mantido, e funciona melhor.

Mas tampouco dá para falar em grandes testes superados, porque o arqueiro alviverde não teve trabalho. Teve de sair para se antecipar em dois cruzamentos. E também precisou torcer, claro. Mas o fato é que o Vitória não criou muito perigo, dispensando o goleiro de operar milagres.



O placar foi aberto aos 47 minutos do primeiro tempo, com Tadeu. Mais ou menos 15 minutos antes, o mesmo atacante havia mandado no travessão de Viáfara. Trabalho para o goleiro visitante só tinha ocorrido ainda alguns minutos para trás, quando Rivaldo, na lateral-esquerda, finalizou com perigo.

Na segunda etapa, os passes tortos repetiram-se, mas o mundo ficou melhor. Primeiro com 12 minutos, quando Viáfara quis sair jogando fora da área, mas errou o passe. O ataque conseguiu aproveitar e, em um breve momento pinball na área, Tadeu conseguiu empurrar a bola para o fundo das redes – com um desvio na zaga. Era a sorte sorrindo.

Com o segundo tento, o jogo caminharia para os pênaltis. Era mais do que os pessimistas acreditavam e menos do que um time que joga em casa deve fazer. Era hora de pressionar, apertar, só que o time não conseguia. Parava na defesa rubro-negra (e na baixa qualidade do passe, especialmente nas proximidades da área).

Então, Tinga sofreu uma falta que poderia ser classificada como desnecessária. Em disputa de bola, o defensor do Vitória empurrou o palmeirense. A bola estava, então, nos pés de Marcos Assunção, justo no pênultimo minuto do tempo regulamentar.

O chute do camisa 5 foi no ângulo, na forquilha, onde a coruja faz o ninho. Com efeito, numa parábola perfeita e indefensável, o terceiro gol palmeirense garantia a classificação.

Fazia tempo que o Palmeiras não dava uma satisfação, pequena que fosse, para o torcedor. Quem olhar de fora, vai achar que é muita alegria para muito pouco, que vaga nas oitavas da Sul-Americana não vale tanto contentamento.

Ante o primeiro semestre, o resultado é um sinal de que as coisas melhoram. Alguma hora isso tem que começar. É essa esperança que essa vaga representa. Longe de fazer do time de Felipão favorito na competição e menos ainda no Brasileirão, resta torcer para que essa evolução se confirme.

4 comentários:

Eduardo Maretti disse...

Anselmo, esse seu post é um dos mais inspirados que vc já escreveu no Futepoca. Literário, uma espécie de Nelson Rodrigues alviverde. Ou seja, não é só a resenha de um jogo, é uma crônica para os anais (da história do futebol alviverde, bem entendido!).

Só não entendi se vc tava nas arquibancadas vestindo verde (ou verde-limão-siciliano) no Pacaembu.

Eu sou fã do Marcão, às vezes até "brigo" com palmeirenses que falam mal dele. Incrível, a turma do amendoim é grande...

Parabéns pela vitória contra o Vitória (pelo menos isso a gente tem em comum em 2010! e desculpe pelo trocadalho infame... mas real!).

Fabricio disse...

Anselmo, eu espero que você tenha estado no Pacaembu ontem. Pois foi uma noite mágica. A torcida que compareceu foi aquela que apoia o time o tempo todo. Cantou sem parar.

Sobre o jogo, fiquei muito feliz com as atuações do Fabrício e claro, do Tinga. Esses dois jogadores mostram muita personalidade e jogam como se fossem titulares absolutos há anos.

Parece que teremos finalmente peças de reposição no meio e na zaga, coisa que faltou ano passado durante as contusões do Maurício Ramos e Pierre.

Outra coisa que me chamou atenção foi a forma como o Felipão acertou o time durante o jogo. Além disso o time jogou com uma tranquilidade que não via há tempos. Não havia aquela afobação em colocar a bola na área de qualquer jeito. Pelo contrário, ao se aproximar da área, caso a marcação estivesse forte, o time voltava, invertia o jogo, mantia a bola nos pés. Deu gosto de ver.

Acho que esse time tem tudo pra fazer o que fez em 98 na Mercosul. Claro que naquela época o time já tinha a vaga na Libertadores. Dessa vez vai ter de ganhar pra conseguir a vaga. Mas se conseguir, o time terá a confiança de ter passado por um torneio mata-mata sulamericano e entraria com moral. Vamos ver.

Antes de dizerem que estou viajando, acreditando em Libertadores agora que o time apenas passou pras oitavas saibam que não estou iludido. Mas o fato é que mesmo o time atual do Palmeiras tem grandes chances pois são poucos times de tradição e a maioria deve se concentrar nos campeonatos nacionais.

Anselmo disse...

infelizmente, não estive no pacaembu. acho bom o otimismo. mas o jogo, a despeito dos elogios q fez o fabricio (com razão), foi uma noticia boa dentro de campo, depois de um bom tempo.

Marcão disse...

Esse jogo foi televisionado? Eu ouvi uns rojões beeeeemmm longínquos e imaginei que devia estar acontecendo algum jogo aqui na paulicéia desvairada. Mas, como bom jornalista, estava totalmente desinformado a respeito. Se teve gol decisivo no penúltimo minuto, devo ter perdido um jogo interessante. E o Felipão, Anselmo? "Agora vai"?