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sexta-feira, agosto 13, 2010

Estranho

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Tudo foi esquisito no jogo de ontem entre Santos x Avaí pela Copa Sul-Americana. A começar pelo placar, claro: nem o mais otimista torcedor do Leão da Ilha esperava enfiar 3x1 no Santos fora de casa ontem. Mas as estranhezas também se fizeram em outras circunstâncias.

Em primeiro lugar, pelo público que esteve no estádio ontem. O jogo foi realizado em São Paulo; assim, o Santos atendida à tradicional demanda do público da capital paulista, que sempre reclama que o Peixe pouco joga na cidade e que é difícil ir a Santos ver os jogos, em especial nos meios de semana.

Com isso, e com o apelo do fato de ser o primeiro jogo do Peixe após o título da Copa do Brasil, esperava-se casa cheia no Pacaembu ontem; porém, o que se viu foi um Paulo Machado de Carvalho às moscas, com apenas 7 mil pagantes. Era a Copa Sul-Americana, um torneio ainda não muito querido pelo público? Foi às 21h50, horário indigesto para muita gente? Não importa. Acho que não cabem desculpas. A torcida do Santos fez feio, muito feio ontem. E deu argumentos para os santistas (falo dos moradores de Santos) mais tradicionais reclamarem das transferências dos jogos para a capital. Difícil digerir.


Estranho também - e aí puxando para o lado positivo - foi o comportamento dos torcedores após o término do jogo. Já fui em inúmeras partidas em que o Santos empatou ou até mesmo venceu e mesmo assim deixou o campo sob vaias, perseguido e atacado pela própria torcida. Ontem, mesmo com a derrota, o time recebeu aplausos após o fim da peleja. Diferente. Mas, repito, positivo.

Falando agora estritamente do que aconteceu dentro de campo, não há como não usar o adjetivo "estranho" mais uma vez. O Avaí foi melhor que o Santos e mereceu, sim, a vitória. Mas falar que o time catarinense deu um passeio no Pacaembu foi um exagero. O Santos criou boas chances durante o desenrolar do jogo e, apesar da melhor atuação do adversário, não seria absurdo dizer que uma derrota menor ou um empate seria um placar injusto na noite de ontem.

O Peixe começou o jogo com o 4-3-3 que encantou o Brasil no primeiro semestre. Mas, ao invés de ter sua linha de frente formada por Ganso, Robinho, Neymar e André, coube a Marquinhos, Mádson, Marcel e Zé Eduardo desempenharem o papel. A diferença dos nomes já sugere que haveria uma queda de rendimento, e foi o que ocorreu. Marquinhos esteve devagar. E Madson é uma sombra do jogador que encantou os santistas no ano passado. No português claro, está fazendo hora extra na Vila.

Veio o segundo tempo, quando o Avaí já vencia por 1x0, e Dorival Júnior mancou a campo Neymar e Ganso. Houve aí uma sensível melhora na criação do time. Ganso esteve um tanto quanto disperso, mas deu seus passes fatais. Já Neymar impôs sua velocidade característica e fez jogadas ótimas, como a que resultou no gol de Zé Eduardo.

E, para fechar a dose de estranhezas, o Santos acabou o jogo com apenas 10 atletas em campo. Mas não porque alguém foi expulso; o que ocorreu é que Neymar, após receber uma entrada dura de um zagueiro adversário, não tinha mais condições de ficar em campo. E o Santos já tinha feito as suas três alterações: para colocar Ganso, o próprio Neymar e... Felipe, o goleiro reserva, que foi a campo porque o titular Rafael sofreu um traumatismo craniano (!).

É, não era dia...

7 comentários:

Anselmo disse...

a notícia do traumatismo craniano do Rafael é de assustar. e não é que a ambulância tem uso? ainda bem q o carro tava lá pra levar o cara pro hospital.

Nicolau disse...

Nossa, vi o jogo meio sem prestar atenção e só fiquei sabendo agora que o rapaz sofreu traumatismo. Que dias zicados, rapaz! Digo isso pensando no tal de Ederson, meia convocado pelo Mano que ficou menos de um minuto em campo. Já seria uma má sorte danada um cara meioq ue desconhecido ser convocado, entrar em campo, e sair desse jeito. Mas segundo notícias o rapaz vai precisar de operação e pode ficar meses afastado. Pelamor...

Eduardo Maretti disse...

Não vi nada de estranho em ter tão pouco público. Eu não iria nem se ganhasse ingresso. O bom senso recomendava perder esse jogo inútil e cair fora logo dessa porcaria de torneio. Cheguei em casa no fim do jogo e fiquei satisfeito de saber que o Santos está praticamente fora e vai poder se concentrar no Brasileiro, que é o que interessa.

O que vi de estranho foi o tio Dorival (não se pode elogiar, como fiz nas finais da CB) colocar em campo Neymar e Ganso 2 dias depois de os jovens craques terem jogado nos EUA pela seleção e tendo pela frente o Vitória no Barradão pelo Brasileiro. O cara não tem jeito mesmo. Perdeu Neymar, fora Rafael. Se toca, tio Dorival. Todo mundo poupa seus melhores atletas em função de interesses maiores, só o senhor que quer dar uma de bobo.

Anselmo disse...

"O bom senso recomendava perder esse jogo inútil e cair fora logo dessa porcaria de torneio."

só a mim que isso soa com uma aura blasé digna de um bom são-paulino?

pronto, provoquei.

Olavo Soares disse...

Só pra deixar claro que (pra variar) discordo do mestre Maretti: quero ganhar sim essa Sul-Americana, e acredito que o Santos tem time pra isso.

Eduardo Maretti disse...

Anselmo, vc não só provocou como provocou bem - he he. Mas, esclarecendo,

são-paulinos chamam o Paulista de paulistinha (como Juca Kfouri) e a Copa do Brasil de "Brasileiro da segunda divisão", ou coisa que o valha. Fala-se até "Brasileirinho", em nome da poderosa Libertadores. Pra mim o Paulistão e a CB valem muito. Mas, na boa, sulamericana já é um pouco demais, ou de menos. Um time que jogou o que jogou em 2010, fez cerca de 140 gols, vai ter que ficar se matando contra o Avaí por um torneio que, de fato, não vale nem mesmo tradição?

E, Olavo, dizer "que o Santos tem time pra isso" (ganhar a sulamericana)... Fala sério. O projeto é maior, mano.

fabricio disse...

Postando atrasado:

Na boa, acho que a chance do Santos vencer a Sul-americana (sem contar essa derrota para o Avaí, que complicou as coisas) me parece maior do que terminar entre os 4 primeiros no brasileiro.