Destaques

quinta-feira, novembro 04, 2010

A saudação dos canalhas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Relendo a saga "O tempo e o vento", de Érico Veríssimo (uma edição do Círculo do Livro, de 1982), atentei para uma fala do personagem Rodrigo Terra Cambará, bisneto de "um certo capitão Rodrigo" e que torna-se um político corrupto da "côrte gaúcha" no primeiro governo de Getúlio Vargas, entre 1930 e 1945. Quando o presidente é deposto, ele volta às pressas para a imaginária cidade de Santa Fé, onde convalesce de um ataque cardíaco. Uma de suas amantes, Sônia, está hospedada num hotel e o político canalha pede ao amigo e alcoviteiro Neco que leve um bilhete dele para ela (o grifo é nosso):

Dobrou o papel, meteu-o num envelope e, sorrindo, entregou-o ao barbeiro:
- Capitão Neco, aqui está a mensagem. Veja se consegue passar as linhas inimigas... Se for preso, engula a carta. Viva o Brasil!


E eis que, para minha surpresa, o discurso do candidato José Serra, do PSDB (foto), após a confirmação de sua derrota nas eleições de 31 de outubro, terminou da seguinte forma (com novo grifo nosso):

- Por isso a minha mensagem de despedida nesse momento não é um adeus, mas um até logo. A luta continua. Viva o Brasil!

Coincidência?

4 comentários:

Anselmo disse...

curiosa comparação.

mas agora toda vez q alguém perguntar "coincidência?", a única coisa q eu consigo lembrar é #medo #sabotagem #valetudo...

que campanha apequenadora.

Azarias disse...

Será que o recado foi para a Sonin ha Toda Pura?

Marcão disse...

Poxa, Azarias, tem mais essa coincidência, não tinha atentando para isso. Mas o curioso é que, no livro, a tal amante se chama Sônia Braga - nada a ver com a atiz, até porque, pela época em que foi escrito o livro, ela nem tinha nascido.

Maurício Ayer disse...

Porra Marcão, comé que cê foi juntar esses cacos???
Genial, isso dá uma tese de semiótica.
abraços