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sexta-feira, novembro 26, 2010

Serra não larga o osso e Aécio rosna

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O beijo do Judas

Quando o derrotado José Serra apareceu no Congresso Nacional em Brasília, anteontem, a irritação dos tucanos que são aliados do senador eleito Aécio Neves foi visível. Sem compromissos programados, Serra deu as caras "aparentemente em busca de espaço na mídia", conforme o jornal Valor Econômico. Depois das eleições presidenciais, como era de se esperar, o racha no PSDB se aprofundou ainda mais. Os aliados de Serra e de Aécio trocam farpas publicamente. Quando Aécio criticou a hegemonia paulista e propôs uma "refundação" do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saiu em defesa de Serra, ao negar que o PSDB seja "muito avenida Paulista" ou precise ser refundado. Agora, a proposta de recriação da CPMF cava um novo abismo entre as duas facções tucanas.

Há três anos, quando a CPMF foi derrubada no Congresso, o partido já havia se dividido. Serra liderava a ala dos governadores tucanos favoráveis à continuidade da CPMF, enquanto senadores do PSDB e do DEM a combatiam. No cenário atual, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, defende a volta da CPMF. Já Serra, agora sem cargos e de olho apenas na oposição, apelou para que o PSDB marche em bloco contra a volta do imposto, sob o risco de "quebrar" o partido. Para um dos principais deputados aliados a Aécio, Serra tenta, de forma "autoritária" e "à base de cotoveladas", liderar a fragilizada oposição. Até a serrista Folha de S.Paulo considerou a "visita-supresa" ao Congresso como o "primeiro passo do ex-governador de São Paulo para tentar ocupar a presidência do PSDB a partir de 2011".

O Valor Econômico publicou que "a postura de Serra, subindo o tom das críticas a Lula, foi interpretada pelos companheiros de partido como manifestação da intenção de comandar a oposição. Os tucanos que o acompanharam no Congresso dão como certo que Serra tentará disputar a Presidência da República novamente — projeto que não encontra entusiasmo no partido". Nisso, o deputado aecista Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB mineiro, mandou um recado aos tucanos paulistas: "Vão ter que nos engolir. Fomos extremamente respeitosos à fila, concordando que em 2006 era a vez de Geraldo Alckmin e, em 2010, de Serra. Agora é a nossa vez". Das duas, uma: ou Aécio atropela Serra no PSDB ou sai e funda outro partido. Façam suas apostas.

6 comentários:

Anselmo disse...

Aposto no atropelamento por desvanecimento. Serra não se sustenta como candidato, então não vai participar da briga.

Se o Alckmin vai brigar? acho difícil, mas ele teria mais chances do que o Serra.

Ah, o atropelamento vai se dar sem atropelo. Aécio está costurando isso, o que passa pela simpatia (não necessariamente apoio) de figuras de outros partidos, incluindo o PSB, cujos expoentes já distribuíram elogios ao senador eleitor por MG.

Nicolau disse...

Apoio Serra pra candidato do PSDB em 2014. Vai Serra!

Gabriel Teixeira disse...

O foda é a comparação Aécio/Jesus Cristo. hehe

Maurício Ayer disse...

Prevejo um fim melancólico para Serra (na linha do que disse o Anselmo), pois essa oposição extremista vai cansar e perder o sentido.

Maurício Ayer disse...

mas na verdade, o mais impressionante é a capacidade o aécio de rir enquanto toma uma fungada no cangote do serra! haja estômago

Anônimo disse...

Ou o PSDB se renova, pelas mãos de gente como Aécio Neves, e caminha para o centro e para uma oposição construtiva, fiscalizadora, mas que não impeça o avanço do país, ou irá se inclinar inexoravlemente para a direita, para deitar-se ao lado do cadáver do DEM e de outras figuras, como Bornhausen, Sedrra e FHC.