Destaques

sábado, agosto 28, 2010

O desespero machucando o coração

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Saindo do hipermercado, decidi dar uma passada na banca de jornais para conferir com os próprios olhos a tal pesquisa do Ibope, divulgada pelo Estadão, mostrando que Dilma Rousseff tem 51% das intenções de voto para as eleições presidenciais, contra 27% de José Serra, o segundo colocado. Pelo burburinho a minha volta, deu pra perceber que aqueles que iam - ou em algum momento consideraram a hipótese de - votar no candidato do PSDB, agora negam, disfarçam ou simplesmente se calam. Satisfeito com a informação, desisti de comprar jornal mas, antes de deixar a banca, notei um CD do Chico Buarque (foto) na prateleira, por R$ 7,90. Um CD que já tenho, mas, além do preço convidativo, era uma nova edição, com um encarte especial. Comprei.

Trata-se de uma coleção da Editora Abril, que trará a discografia quase completa do Chico (se não me engano, vai ficar faltando só o "Chico Canta", de 1974). Buenas, cheguei em casa, abri o pacote e dei uma olhada por cima no livreto do CD. E, surpreso, me deparei com uma foto enorme do José Serra na página 11, página ímpar, de maior destaque. Assim, do nada, totalmente gratuita. Procurei no texto alguma coisa que justificasse, e a menção é tão gratuita quanto a imagem (o grifo é nosso) : "Embora a anistia só viesse a ser promulgada no ano seguinte, parte dos exilados políticos, entre eles José Serra, já havia retornado ao Brasil".

À direita (opa!), José Serra esboça um quase sorriso. Escaneamento torto faz jus à publicação. (Reprodução)

Por que "entre eles José Serra"? Ou se menciona dois ou três, todos ou nenhum. E por que lançar essa coleção exatamente neste momento? Por que escolher um disco de 1978 para iniciar a publicação de uma obra que começa em 1966? E por que diabos botar uma foto do Serra, como um "herói exilado", numa página ímpar, praticamente na abertura do texto? É, o desespero anda machucando o coração dos Civita. A ponto de fazer uma coisa dessas justo com o Chico Buarque, um histórico simpatizante e defensor do PT, partido que seu pai, Sérgio, ajudou a fundar. Feio. Feio demais.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Palmeiras leva surra em pleno Pacaembu

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Goleada em casa é triste. No dia do aniversário, pior. Foi por 3 a 0 a derrota do Palmeiras para o Atlético-GO. Ou melhor, para Elias, autor de todos os tentos goianos.

O time parece sofrer apagões em algumas partidas. Depois do 0 a 0 contra o Guarani no fim de semana, nesta quinta-feira, nem a defesa funcionou.

O Palmeiras só jogou nos primeiros cinco minutos, parecendo que ia impôr um ritmo ótimo para a partida. Mas parece que gastou todo o futebol que tinha separado. Os visitantes crescera, Diguinho que estreiava mostrou serviço e criou boas chances para Elias resolver.

Valdívia criou jogadas, mas foi andorinha solitária, daquelas que não fazem verão. O trabalho pela esquerda fez Rivaldo aparecer mais, mas não a ponto de resolver. A melhor jogada foi justamente em um passe do chileno para o volante que vem jogando na ala esquerda, aos 11 minutos do segundo tempo.

O jogo foi mesmo de Elias, que abriu o placar de pênalti cometido por Gabriel Silva. Ampliou dez minutos depois, aos 37, em chute cruzado. Depois, na etapa final, o camisa 10 marcou de novo quando o relógio marcava 38. E o Atlético-GO ainda perdeu chances com Marcão.

A torcida, que pediu raça e empenho, terminou a partida cantando o hino do Palmeiras, sonhando com a defesa que ninguém passa e a linha, atacante de raça.

Série D terá duelo "sul-americano"

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O Campeonato Brasileiro da Série D - a popular quarta divisão - terá o início de sua fase de mata-matas no dia 5. Agora, são 20 times na busca das quatro vagas de acesso à Série C e, claro, também na luta por um título nacional - para repetir a façanha que o São Raimundo do Pará conseguiu no ano passado.

São dois os times de mais tradição envolvidos na disputa: Remo, do Pará, que encara o Vila Aurora-MT, e o Santa Cruz, de Pernambuco, que pega o Guarany-CE. Há um duelo entre duas equipes mineiras - Uberlândia e Tupi, de Juiz de Fora - e nenhum paulista segue vivo na disputa da competição. Botafogo de Ribeirão Preto e Oeste de Itápolis eram os representantes bandeirantes no certame.

Um confronto, em especial, chama a atenção. Principalmente por evocar lembranças da saudosa Copa Conmebol, disputada no continente entre 1992 e 1999. Falo de Sampaio Corrêa-MA e CSA-AL - respectivamente, semi-finalista (1998) e vice-campeão (1999) da competição sul-americana.

Tanto CSA e Sampaio jogaram a Conmebol por algo que acabaria por se tornar a desmoralização derradeira do torneio. À história: a Conmebol nasceu em 1992 para ser uma equivalente sul-americana da Copa da UEFA. Em tempos de Libertadores restrita (com apenas dois representantes por país), a copa reuniria os melhores colocados nos campeonatos nacionais, com a exceção óbvia dos classificados para a Libertadores.

O Brasil acabou imprimindo um domínio no torneio que jamais mostrou em nenhuma outra competição internacional. Nas três primeiras edições, três títulos - com Atlético-MG, Botafogo e com o time reserva do São Paulo. Viriam depois outro título (1997) e um vice-campeonato (1995), ambos também com o Galo.

Acontece que a Conmebol não pegava no tranco. Aqui, no Brasil, ninguém (talvez com exceção dos atleticanos) se importava com o campeonato. Sabe o desprezo que os times dão atualmente à Copa Sul-Americana? Multiplique isso por mil e você terá o que acontecia com a Conmebol na metade da década passada.

A CBF percebeu o desinteresse dos clubes do Brasileirão e viu aí uma oportunidade de fazer moral com seus filiados. Que tal distribuir as vagas na Conmebol aos melhores colocados em torneios à época disputados, como a Copa do Nordeste e a Copa Norte?

Foi assim que, em 1997, o Rio Branco-AC jogou a Conmebol, classificado por ter vencido a Copa Norte no ano anterior; em 1998, foi a vez do Sampaio Corrêa chegar ao certame internacional pela mesma via (sim, sabemos que o Maranhão fica no Nordeste, mas os times de lá jogavam a Copa Norte). E em 1999, uma prova do "prestígio" de que dispunha a Conmebol: campeão, vice e terceiro colocado da Copa do Nordeste (Vitória, Bahia e Sport, respectivamente) abriram mão da vaga no torneio, fazendo com que o CSA a herdasse.

Bizarrices à parte, o fato é que por conta disso Sampaio e CSA podem se orgulhar de terem feito bonito em um campeonato continental. O Sampaio foi semifinalista após derrotar América de Natal e o glorioso Deportes Quindío, da Colômbia. Já o CSA chegou à decisão em 1999 superando Vila Nova de Goiás, Estudiantes da Venezuela e São Raimundo do Amazonas. É, não eram realmente times de maior expressividade, precisamos reconhecer.

Agora Sampaio e CSA se enfrentam pela Série D nacional. Algo menos midiático do que um mata-mata sul-americano. Mas, cá entre nós, acredito que o nível do futebol não deve ser tão diferente assim. Que vença o melhor!

Pra fechar o post, um vídeo com o gol do título do Talleres, o algoz dos alagoanos na disputa de 1999. Estádio cheio, belas imagens.



Confrontos da Série D

Vila Aurora-MT x Remo-PA

América-AM x Mixto-MT
Santa Cruz-PE x Guarany-CE
Sampaio Corrêa-MA x CSA-AL
Araguaína-TO x Treze-PB
Fluminense-BA x Brasília-DF
Tupi-MG x Uberaba-MG
Rio Branco-ES x Madureira-RJ
Iraty-PR x Joinville-SC
Operário-PR x Metropolitano-SC

Massacre à vista

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Depois de escapar de uma goleada histórica contra o Corinthians, graças a Rogério Ceni, o São Paulo não conseguiu fazer um golzinho sequer no Vasco da Gama, em pleno Morumbi. Perder fora e empatar em casa, nessa altura do campeonato, é caminho certo para a Série B. Pra piorar, enfrenta no próximo domingo o líder Fluminense, que está voando baixo, num Maracanã (provavelmente) lotado. Sem Ricardo Oliveira, contundido. Sem zagueiros confiáveis no elenco. Sem lateral direito de ofício. Sem volantes em boa fase. Sem um bom meia de ligação. Sem ataque definido ou entrosado. Sem esquema tático, sem padrão de jogo. Sem motivação. Sem rumo. A diretoria é incompetente, o técnico é interino, o patrocínio é temporário. O time é uma vergonha. O futebol é horrível. Palpite fácil: massacre. Muricy Ramalho, Andre Luís e Washington não têm motivos para serem condescendentes. Eu também não teria.

Não me falem de futebol no domingo, por favor. Nem na segunda-feira.

Verdes 96 anos

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A Sociedade Esportiva Palmeiras completa 96 anos.

O desempenho na Brasileirão e dentro de campo é abaixo da média de sua história. E, mesmo temendo que, passadas as eleições gerais no Brasil, um certo candidato palestrino mude de presidência pleiteada – da República para a do Palestra Itália – há frentes a comemorar.

Até para os torcedores que vêem o copo meio vazio, o fato de Mustafá Contoursi não ser o presidente do clube é um deles. Isso até pode piorar em dezembro, quando há eleições, mas é outra história. Os que preferem o copo meio cheio têm a a Arena que aguarda alvará e vai sair.

Como prefiro o copo inteiramente cheio, neste 26 de agosto, comemoro o aniversário do clube, os 96 anos dedicados ao futebol. Parabéns aos palmeirenses.

Épico

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O Santos x Grêmio de ontem será daqueles jogos de que lembraremos por anos e anos. Não tanto pela importância da partida em si - a não ser que o Santos seja campeão e/ou o Grêmio rebaixado, e assim esses três pontos farão uma diferença danada - mas sim pelas circunstâncias do jogo.

Quando a partida ainda estava pegando no tranco, o Grêmio abriu o placar. Fábio Santos (de apagada passagem pela Vila) recebeu ótima bola e fez ótimo também cruzamento para Borges, que tocou para as redes com muita qualidade.


(E aí cabe um parênteses: esse foi o quarto ou quinto gol neste Brasileirão que o Santos leva de "quase impedimento". Sabe aqueles lances em que, na primeira olhada, parece que o jogador está numa banheira danada, mas depois verifica-se que há alguém dando condição? Então. Quando uma coisa começa a acontecer repetidas vezes, é hora de tratá-la como algo a ser consertado.)

O fato é que o gol gaúcho acabou não modificando muito o panorama da partida. Via-se um Santos com maior qualidade e potencial para criação de jogadas perigosas, mas talvez "respeitando" demais o adversário. O que parecia um erro - a instituição Grêmio FBPA é digna de todo o respeito do mundo, mas os 11 atletas que Renato Portaluppi mandou a campo ontem, nem tanto. O Santos poderia imprimir mais pressão, trazer para si o controle da partida.

Na segunda etapa, a peleja seguiu a mesma toada. Até que o Santos empatou, após um pênalti sofrido por Zé Eduardo e batido de maneira perfeita - e séria! - por Neymar.

O jogo a partir de então ficou aberto. E, dos 35 minutos em diante, chegou a dramaticidade que justifica o título do post.

Primeiro Alex Sandro, lateral que substituía Léo, recebeu dois cartões de maneira infantil e foi para o chuveiro mais cedo. Depois, Neymar invadiu a área e sofreu pênalti. Foi para a cobrança novamente. E, novamente, bateu sério - mas não fez o gol por conta de uma defesa magistral de Victor. O Grêmio se encheu de moral e foi para cima. Bolas alçadas na área, escanteios com o time todo subindo para tentar o cabeceio, pressão da torcida, mas nada do gol.

Até que aos 48 do segundo tempo, num contra-ataque rápido, Neymar chutou, Victor rebateu e Rodriguinho, de longe, fez o gol que selou a segunda vitória seguida do Santos.



O jogo de ontem deixou claro que o Santos está, no mínimo, interessado em lutar pelo título nacional. Se vai ser campeão ou não, é outra história. No sábado o Santos encara o desesperado Goiás, no Pacaembu. Tem tudo para alcançar o terceiro triunfo consecutivo. E deixar claro que Fluminense, Corinthians e cia têm mais um adversário na busca pelo Campeonato Brasileiro.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Vale a pena ouvir Maria da Conceição Tavares

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O.k. parece campanha e pode até ser, mas é fruto de uma coincidência.


No sábado, no Canal Brasil, passou ótimo documentário sobre Celso Furtado e a entrevista com Maria da Conceição Tavares foi cortante. Resumiu o pensamento do grande economista, suas ideias, principalmente quando falava da máquina de subdesenvolvimento montada no país exatamente para que continuasse a ser eternamente subdesenvolvido etc.

Vale procurar o filme e assistir.

Mas hoje, olhando o blogue Tijolaço, do Brizola Neto, está lá um vídeo com declaração de apoio de Maria à candidatura de Dilma. Vale a pena assistir.

Panelinha

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Lendo "Memórias de um cafajeste" (Geração Editorial, 1996), do emblemático, polêmico e recém-falecido ator/diretor Jece Valadão, encontrei considerações curiosas sobre o chamado Cinema Novo, movimento vanguardista dos anos 1960 que trouxe uma leva de novos cineastas. Valadão teve um pé nessa história, quando idealizou, financiou e produziu, com direção de Ruy Guerra, o clássico "Os cafajestes" (foto), com Daniel Filho e Norma Bengel, que conquistou a admiração mundial a partir de um festival na Alemanha.

Mas, depois disso, se sentiu excluído por uma "panelinha" que passou a dar as cartas no cinema brasileiro. Algo parecido com o que aconteceu com muitos cantores e compositores após o Tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil, figuras que ainda "organizam o movimento e orientam o Carnaval" no mercado pop do país. Tal postura, algo como "somos gênios, o resto não presta", me remete à figura patética de Arnaldo Jabor comentando política na Rede Globo, como um "iluminado", um "farol", um "sábio", um "especial". Pela análise de Jece Valadão, parece que foi sempre assim:

Exclusão
Surgiram diretores como o Bruno Barreto, o Cacá Diegues, o Jabor, o Domingos de Oliveira, entre vários outros. Eles fizeram uma panelinha e eu simplesmente fui excluído por não concordar com o tipo de filme que eles faziam: um cinema político, de protesto, de contestação. Eu sempre quis fazer cinema-arte, cinema-cultura; ou então, um cinema para ganhar dinheiro.

Cu de touro
Depois dos "Cafajestes", enquanto eu produzia filmes como "Boca de Ouro", "Navalha na Carne" e "Dois Perdidos Numa Noite Suja", o pessoal do Cinema Novo fazia um cinema que mais parecia o Cu do Touro. Mais sério que cu de touro não existe.

Atuação
A minha exclusão da panelinha do Cinema Novo tinha um lado engraçado, porque eu atuava, ao lado deles, no meio político cinematográfico, mas não era aceito no meio cultural. E cultural, aqui, eu coloco entre aspas...

Discriminação
Fui discriminado por toda a panelinha do Cinema Novo durante muito tempo, apesar de ter feito filmes como "Rio, Zona Norte", com o Nelson Pereira dos Santos; um filme respeitado pelos intelectuais até hoje. O que havia realmente era uma desinformação, pontos de vista políticos diferentes; mas puramente políticos. Eles não entendiam a minha postura de não querer fazer política e eu não entendia a postura deles de fazer política através do cinema.


Pois é. Que Jece Valadão não era santo, parece óbvio. Mas, pelo menos, ele assumia a intenção de fazer cinema "para ganhar dinheiro", o mesmo que todos os "iluminados", "políticos" e "intelectuais" do Cinema Novo passaram a fazer assim que ganharam notoriedade com o movimento. E um deles ganha dinheiro até para distribuir sua "sapiência" e "iluminação" como "comentarista político", em rede nacional. Eu preferia a cafajestice assumida e sincera do Jece...

terça-feira, agosto 24, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 59

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UM CHOPE PRA DISTRAIR
(Paulo Diniz)

Paulo Diniz

Ela passou
Deixando um sorriso no chão
Deu um banho de beleza nos meus olhos
E aí começou o verão
Mil cores pintando o painel
Copacabana...

Ela parou
Na loja de discos e escutou
A canção que eu fiz pra ela
A minha mensagem de amor
É tudo que eu tenho pra dar
Chorei de amor
Eu sei, chorei de amor
E um chope pra distrair...

Um chope pra distrair,
Um chope, chope, pra distrair...

(Do LP "Quero voltar prá Bahia", Odeon, 1970)

segunda-feira, agosto 23, 2010

Santos vence e anima torcida

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O Santos venceu - e bem - o Atlético-MG na Vila ontem. O resultado foi motivo de muita festa na Vila, por três motivos: o primeiro, por ser um desfecho perfeito para a novela Neymar, já de final feliz desde a quinta-feira, quando foi anunciada a permanência do garoto na Vila - ele foi o melhor em campo, com um gol, um passe decisivo e outras jogadas. Os outros dois motivos de celebração foram a retomada do time no Campeonato e o terceiro foi que a vitória acabou sendo mais uma cutucada santista no "pofexô" Vanderlei Luxemburgo, que deixou o estádio sob os gritos de "uh, mercenário" e "1, 2, 3, o Luxa é freguês".

Mais que a vitória peixeira, o que aconteceu na Vila foi um bom jogo de futebol. Principalmente na primeira metade do jogo, quando Santos e Atlético mostraram apetite de bola. O Peixe entrou em campo com um 4-4-2, diferente do 4-3-3 habitualmente utilizado na temporada. E com duas surpresas entre os titulares: Zezinho no meio-campo e Marcel na frente (havia a expectativa que a 9 fosse vestida por Keirrison desde o pontapé inicial).

Com a formação, o Santos mostrou coesão no meio-campo e pouca fragilidade nas alas. O Galo lançava mão da velocidade e dos rápidos contragolpes para complicar a vida do Santos. Mas apesar das boas chances criadas, nada de gols.

Veio a segunda etapa e Keirrison estreou no Santos. E, seguramente, seu momento de maior visibilidade na peleja foi quando esteve na lateral do gramado para entrar em campo. Ele não jogou nada ontem. E "nada" no sentido mais literal do termo - não se pode dizer que ele jogou mal, visto que praticamente não pegou na bola. Não, não estou fazendo nenhuma análise rígida sobre o atleta e seu futuro no Santos, só estou dizendo que, ontem, ele não jogou nada.

O Atlético estava mais frágil na segunda metade do jogo e foi aí que o Santos chegou aos gols. O primeiro em um pênalti contestável. Que foi mão do zagueiro, foi; mas cabem discussões daquelas intermináveis sobre se ele teve intenção de levá-la à bola ou não. Neymar, que já vinha bem no jogo, cobrou com seriedade e assim abriu o placar. Minutos depois, ele daria um passe decisivo para Danilo (que estava mal no jogo até então) fazer o segundo e decisivo gol.



A vitória deixa o Santos com 21 pontos. 12 a menos que o líder Fluminense, mas é preciso ressaltar que o Peixe tem um jogo a menos. Num campeonato em que o Santos nada mais tem a almejar senão a taça, a perspectiva é de um time que lutará enquanto os matemáticos deixarem as chances em aberto. Quarta-feira, contra o Grêmio em Porto Alegre, será o caso de deixar claro se essa reação é para ser levada a sério ou não.

Em defesa do consumidor, também chamado leitor

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O comediante inglês Tom Scott, em seu espaço virtual, resolveu propor advertências para o conteúdo da grande mídia. "Parece um pouco estranho que a mídia cuidadosamente alerte e rotule qualquer conteúdo que envolva sexo, violência e linguagem pesada - mas não há sistema de rotulação semelhante para, digamos, jornalismo desleixado (sloppy journalism) e outros conteúdos questionáveis", observou Scott. "Daí especulei que era tempo para consertar isso, então fiz alguns adesivos. Eu os tenho grudado em cópias de jornais gratuitos que encontro no underground londrino. Você provavelmente vai querer fazer o mesmo", acrescentou. Ele tem razão: aqui no Brasil, os textos do PIG (Partido da Imprensa Golpista) bem que merecem advertências como essas:


Ps.: Se a visualização estiver muito ruim, clique na imagem.

A comunidade diz: "Vote na Pêra pra ser feliz!"

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Corinthians passeia e faz 3 a 0 no São Paulo, fora o baile

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“O freguês voltou!”, cantava a Fiel torcida no Pacaembu, já com o 3 a 0 sobre o São Paulo anotados e a fatura devidamente liquidada. Elias marcou dois, Jucilei fechou a conta, e o baile só não terminou em goleada histórica pela boa atuação de Rogério Ceni. O goleiro fez pelo menos três defesas dificílimas, uma delas num lindo voleio de Bruno César, que mesmo sem marcar manteve a ponta na artilharia do torneio.

Adilson mudou o esquema alvinegro para um 4-2-2-2, como virou moda descrever, com Bruno César e Elias nas meias, Jorge Henrique e Iarley no ataque, Ralph e Jucilei de volantes. O esquema é bastante ofensivo, menos pela formação que pela agressividade com que o time marca no campo do adversário e procura atacar. Funcionou também por conta da tarde pra esquecer do Tricolor, que errou quase tudo que tentou. Seria ainda melhor com pelo menos um atacante matador.

Do lado sãopaulino, Sérgio Baresi escalou um time meio estranho, com Ricardo Oiveira isolado no ataque, Fernandão indeciso entre ser atacante e meia, e Cleber Santana com a responsabilidade de armar o time. Não sei quem falou pro pessoal do Morumbi que Santana é meia. Destacou-se como segundo volante no Santos.



O time do São Paulo, para mim, está dado: é Fernandão articulando pelo meio, com Fernandinho e Marlos nos lados e Oliveira de centroavante. Volante, pega dois dos trocentos que tem por lá e bota pra jogar. Mas o pessoal insiste em formações mais defensivas, desde Ricardo Gomes. Desde Muricy, aliás.

Voltando ao Corinthians, já escrevi aqui mais de uma vez, especialmente no segundo semr]estre de 2009, após a as´da de Douglas, que Elias não é meia. De fato, mantenho a posição se que o camisa 7 não serve para a função de Douglas. Não é um articulador, não dá cadencia, não prende a bola no meio, não faz lançamentos. Hoje, continua não fazendo nada disso, funções desempenhadas com muita competência pelo ótimo Bruno César. Elias é outro tipo de meia, de infiltração. Chega mais à frente, dá o último passe e finaliza. Um jogador mais vertical. Aí, ele está indo muito bem.

As mudanças de Adilson fazem o Corinthians chegar com mais gente ao ataque. Mas acabam desprotegendo um pouco a defesa, que tem mostrado problemas. William talvez não tenha velocidade para jogar desse jeito. Ou talvez com Ralph se adaptando melhor e Jucilei ficando mais preso, dê pra organizar a coisa.

Sentimos ainda falta de um atacante que, bem, faça gols. Jorge Henrique jogou muita bola ontem, nas costas de Júnior César, foi um dos melhores em campo, ao lado de Elias. Saíram pelo seu lado as melhores jogadas, inclusive os passes para os dois últimos gols. Mas faz tempo que não marca. Os gols têm saído dos pés dos jogadores de meio-campo. Não tem problema um ataque em que as responsabilidade de marcar estejam divididas, mas em gente que não anda cumprindo com sua parte nessa divisão. Quem sabe com a volta de Dentinho a coisa melhora.

Quarta-feira, tem o Cruzeiro no Mineirão. Jogo difícil, mas importante. Precisamos aumentar bastante os pontos ganhos for de casa para brigar pelo título. E no domingo, Vitória no Pacaembu. Com a possível volta de Ronaldo. A saber se para o bem ou para o mal.

EU JÁ SABIA! (2)

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(Plagiando, às avessas, o post do Nicolau de QUASE 3 ANOS ATRÁS...)

José Serra tenta subir nas pesquisas de modo inusitado...

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Tudo bem, tudo bem. Político pagar micos é algo relativamente comum (que o diga o Suplicy) ainda mais em época de campanha. Mas o candidato a presidente José Serra (PSDB) passou um pouco do limite ao "fazer" uma aula de ginástica em uma cama elástica. Em vista da última pesquisa Datafolha, a piada pronta do título do post fica fácil...

domingo, agosto 22, 2010

Toda cachaça é de esquerda, OU A direita não sabe se divertir #blogprog

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O ator José de Abreu esteve presente no I Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas. Militante e twiteiro, ele contou que precisa driblar as censuras oficiais e oficiosas para manter-se ativo na internet. Por isso, altera seu perfil no Twitter constantemente. Se surgir um nome que você não conhece na sua timeline, são altas as chances de tratar-se de um pseudônimo de José de Abreu.

Assim como Paulo Henrique Amorim, ele não se furtou a dar seus pitacos sobre os temas tratados neste blogue. Confira abaixo:

Foto: Galeria Pública dos Blogueiros Progressistas


Futepoca - Tratando dos temas do blogue, começando pela política e cachaça...

José de Abreu - Realmente, eu nunca esperava que pudesse resgatar tudo o que sofri nos anos 60 agora, com o Lula. É um prazer imenso saber que minha luta não foi em vão.
Sobre cachaça, não há cachaça melhor do que a feita em Santa Rita do Passa Quatro, no estado de São Paulo. Não é a terra do Zé Dirceu, é a terra de Zequinha de Abreu, a Folha sempre erra; o Dirceu nasceu em Passa Quatro, Minas Gerais. Lá se fabricam duas caninhas, uma chamada Jamel e outra chamada 61. Mas não são essas as (cachaças) boas, a boa de verdade é a do dono da cachaçaria – que deve votar no Serra, aliás. 

Futepoca - E qual a dica para uma "cachaça de esquerda", boa?
Abreu - Toda cachaça é de esquerda. A relação da política com o prazer vem da esquerda. No meu tempo, as moças que começaram a dar eram as de esquerda, nos anos 60. O pessoal de esquerda é mais feliz, diretamente ligado à cachaça no sentido dionisíaco.

Futepoca - E o futebol?

Abreu - O futebol é o ópio do povo brasileiro, mas não é tão importante. O Lula pode ser corintiano e não criar problemas com os palmeirenses e são-paulinos.

Futepoca - Então o futebol é um ópio "positivo"?
Abreu - Claro, é um ópio maravilhoso, o ópio dos meus filhos hoje é o futebol. A gente se reúne pra ver os jogos do Flamengo em casa.

Futepoca - Ou seja, a diversão é algo ligado à esquerda...
A direita não sabe se divertir. Se eles não conseguem se divertir na política, vão se divertir em que?

(Por Nicolau Soares, Moriti Neto e Glauco Faria)

Encontro de blogueiros progressistas: a cachaça, bordeaux e o óleo de rícino

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No I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, o Futepoca conversou com Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada, sobre os temas tratados nesse espaço internético. Confira abaixo a rápida entrevista.

Torcedor do Fluminense, o jornalista Paulo Henrique Amorim
fala de futebol, de política e de cachaça


Futepoca - Qual a importância do I Encontro Nacional dos Blogueiros?
Paulo Henrique Amorim - A importância do encontro foi organizar, com a necessária antecedência, o funeral do PIG [Partido da Imprensa Golpista].

Futepoca - Esse funeral está relacionado ao resultado das eleições presidenciais?
PHA - A eleição do [José] Serra daria uma sobrevida ao PIG, o levaria à UTI. Mas o PIG está acometido de uma uma doença terminal incurável: canalhice.

Futepoca - Canalhice mata?
PHA - Mata.

Futepoca - Falando de futebol, você costuma criticar o Ronaldo Fenômeno...
PHA - O Ronaldo é um produto combinado do marketing e da Globo. Ele há muito tempo parou de jogar bola, há muito tempo é fisicamente incapacitado para jogar como atleta profssional. No Brasil, ele sobrevive apenas para dar força ao Brasileirinho, a Globo precisa do Ronaldo para vender o Corinthians e o Brasileirinho. Não vai ser o Dentinho que vai vender o Corinthians...

Futepoca - Está faltando falar do outro tema do blogue, a cachaça. O Lula era apreciador da cachaça...

PHA - Ainda é. Ainda bem.

Futpeoca - Já o FHC tinha outro estilo, mais "refinado", o Serra...
PHA - O Lula toma cachaça, o Fernando Henrique toma Bordeaux. Já o Serra toma óleo de rícino mesmo.

(Por Nicolau Soares, Moriti Neto e Glauco Faria)

Baresi, Eriksson e o modelo fanfarrão

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Por Moriti Neto


A notícia já é sabida, mas, por algumas informações recentes, vale requentar. Após a saída de Ricardo Gomes, Sérgio Baresi foi anunciado como técnico interino do São Paulo. Dirigiu a equipe em uma oportunidade, no empate contra o Cruzeiro, por 2 x 2, no domingo passado. Não foi mal. Enfrentou um adversário de bom nível e o Tricolor jogou de igual pra igual, tocando a bola e trabalhando bem jogadas ensaiadas.      

A opção

Sérgio Felipe Soares, como jogador, foi formado no Tricolor. Era zagueiro. Na base, destacava-se por boa noção de posicionamento, técnica ao sair pro jogo e liderança, o que lhe rendeu o apelido de Baresi, inspirado no ex-zagueiro italiano, Franco Baresi, ídolo na Azurra e no Milan, nas décadas de 80 e 90. 
Foi dos principais jogadores do time que conquistou a Copa São Paulo de Juniores de 1993, em grande final contra o Corinthians, vencida por 4 x 3, e que deu o primeiro título do torneio ao São Paulo.

Prometia. Telê Santana gostava dele. No entanto, fez apenas oito partidas no profissional, estreando num empate em 1 x 1 contra o rival do Parque São Jorge. Cedo, enfrentava problemas com contusões seguidas e tinha a concorrência dos campões mundiais Ronaldão, Válber e Adilson. Foi negociado. Jogou em Cruzeiro, Ponte Preta e União São João de Araras. Em 2003, aos 30 anos, lesionado gravemente, parou de jogar e passou a atuar em comissões técnicas. Primeiro como auxiliar do time principal do Santo André e, posteriormente, como treinador das categorias de base do clube do ABC. Esteve no São Caetano antes de chegar ao São Paulo, em 2008.

Em 2009, dirigiu pela primeira vez uma equipe profissional: o Toledo (PR). Voltou à base do Tricolor este ano e ganhou a Copa São Paulo novamente, comandando a molecada Tricolor.

Neste domingo tem, outra vez, o Corinthians como adversário, em momento que pode ser crucial para sua carreira no Time da Fé. O São Paulo está mal e não vence o rival há mais de três anos. Uma vitória pode aumentar a confiança no treinador, tanto por parte da torcida quanto da direção. Mas...

Discurso e prática

A cúpula são-paulina diz que pretende contar com Baresi ao menos até o fim de 2010 e que a escolha se deve ao conhecimento dele junto à base. Porém, ao contrário do que afirma a direção do clube, a escolha ocorreu em virtude de nenhum nome de peso ter sido consenso. A possibilidade de alguém de maior experiência assumir o cargo a qualquer momento, entretanto, não está descartada.

Desde ontem, pulula na imprensa o nome do sueco Sven Goran Eriksson, que, de acordo com seu empresário, Óscar Dias, “gostaria de trabalhar no São Paulo”. Dirigentes tricolores avaliaram positivamente “a vontade do treinador de vislumbrar a possibilidade de um desafio no Brasil”.
 
Tática

As “informações” dão conta de que Eriksson foi oferecido ao time do Morumbi. Além de falar português fluentemente, o treinador, de 62 anos, teria afirmado o desejo de trabalhar no Brasil. O sueco já rodou o mundo, treinou grandes times e seleções. Entretanto, apesar do histórico de conquistas, não vem triunfando nos últimos tempos.

O currículo do europeu é, em síntese, o seguinte. Começou a se destacar no Gotemburgo, da Suécia, onde ganhou a Taça Uefa. Foi quatro vezes campeão português pelo Benfica e uma vez italiano, pela Lazio. Ganhou quatro edições da Copa da Itália, por Lazio (2) Roma e Sampdoria. 

No ano de 2001, acertou com a seleção inglesa e disputou duas Copas do Mundo. Em ambas, caiu nas quartas de final. Para o Brasil (2002) e Portugal (2006). Nos cinco anos no comando da Inglaterra, não conquistou títulos e ainda se envolveu em polêmicas, como uma entrevista para um “jornalista” – na verdade, um Sheik árabe disfarçado – onde dizia, entre outras coisas, que o zagueiro Rio Ferdinand era "meio preguiçoso".

Depois, ainda na Inglaterra, treinou o Manchester City, deixando o clube ao final de apagada temporada. No ano de 2008, ele foi contratado para trabalhar na Seleção Mexicana, visando à Copa de 2010. Após dez meses, foi limado por causa das fracas atuações do selecionado. O limite foi uma derrota por 3 a 1 para Honduras, nas Eliminatórias da Concacaf.

Em julho de 2009, o treinador assumiu o cargo de diretor de futebol do Notts County, da quarta divisão do futebol inglês. Um semestre depois, deixou o modesto clube e assumiu mais uma seleção, a Costa do Marfim, para disputar a Copa. De novo com o Brasil pela frente, foi eliminado na fase de grupos. Está desempregado desde então.

A notícia, até por ser inusitada, ganhou destaque no cenário futebolístico em algumas partes do mundo, mas me parece fanfarronice. São Paulo e Eriksson têm algo em comum no momento: a falta de resultados dentro de campo. A impressão é de tática para atrair holofotes e desviar o foco do que interessa, ou seja, bola rolando. Só. Nada que contrarie o “modelo de gestão” são-paulino. Cantado em prosa e verso por muitos, mas que, de fato, vive deitado em louros de vitórias passadas e mais fala do que faz.