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sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Estreia, gosto bom e esperança

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Por Moriti Neto (visão de outro sampaulino)

Teve quase de tudo na noite desta quinta-feira, no Morumbi. A partida entre São Paulo e Linense, que mostrou a primeira apresentação de Rivaldo com a camisa Tricolor, não foi um desfile de exuberância técnica no todo, mas certos ingredientes garantiram a estreia marcante.
Pra começar, o novo camisa 10 são-paulino, aos 38 anos, mostrou disposição de garoto. Desde a etapa inicial, chamou o jogo e tomou conta do time. Armou, finalizou e ficou responsável pelas bolas paradas. Só no primeiro tempo – que não teve lá grandes emoções, além da presença de Rivaldo – bateu, a maioria com veneno, todos os dez escanteios que a equipe conquistou.

Virada

Mas, o melhor estava por vir. Início do segundo tempo. Não demora e o Linense faz 1 x 0, com Eric. O São Paulo marcava mal, continuando com o problema dos volantes pesados, sem mobilidade e pegada, como Rodrigo Souto. Porém, tinha Rivaldo. E, cinco minutos depois de sair perdendo, o meia fez mais do que este escriba esperava, ao menos pra ontem. Dagoberto fez bom lançamento e o pernambucano, com uma matada na coxa, tirou o marcador do lance e tocou na saída de Paulo Mussi. Golaço e 1 x 1 no placar.

Daí pra frente, o São Paulo foi todo ataque e, novamente em jogada iniciada por Dagoberto, Marlos, pela esquerda, invadiu a área em velocidade e chutou no ângulo, anotando outro belo tento.

Bate-boca

O Tricolor ganhava, Rivaldo ia bem, mas Dagoberto, apesar de atuação interessante, não parecia estar no clima de festa. Rebateu orientações de Carpegiani sobre posicionamento e arrumou uma discussão desnecessária. Isso não é novidade na carreira do atacante, que já se desentendeu com Muricy Ramalho e Ricardo Gomes. O problema do atleta é simples: inteligência limitada, que não o permite perceber, inclusive, ser bem menos jogador do que ele próprio imagina.
Uma passagem curiosa. Durante a desinteligência, o técnico são-paulino chamou Dagoberto de “bobalhão”. Já ouvi muitas coisas em jogos de futebol, algumas quase impublicáveis, mas “bobalhão” é a primeira vez.

Espectador privilegiado

Passado o chilique, Dagoberto participou da trama que originou o terceiro gol. Ele fez passe a Jean, que sofreu falta na entrada da área. Rivaldo se aproximou da bola, mas foi somente espectador privilegiado da cobrança magistral de Rogério Ceni. Paulo Mussi nem saiu do lugar e o goleiro artilheiro marcou o terceiro do São Paulo e o incrível de número 97 na carreira. Ainda haveria tempo de Alessandro Cambalhota (que tomou chapéu de Rivaldo durante a peleja) diminuir, após bate-rebate na área Tricolor, fechando o placar da noite em 3 x 2.

Deu gosto e esperança

Em tempos de escassez de talentos, de muito marketing e mecanização no futebol, foi legal demais ver Rivaldo de volta aos campos. Claro que não dá pra usar o jogo de ontem como parâmetro, o adversário era frágil e é importante conferir qual vai ser o comportamento do atleta ao longo de uma sequencia de atuações. Contudo, é bom levar em consideração que o cara ficou em campo e correu os 90 minutos, tempo em que fez gol, deu chapéu, caneta, toque de letra e ainda contribuiu na marcação, principalmente depois da entrada de Fernandão em lugar de Zé Vítor, quando passou a jogar de segundo volante.

Com Rivaldo trazendo, finalmente, a qualidade de um grande camisa 10 ao time, mais as voltas dos garotos da seleção sub-20 e algumas contratações que estão chegando, pelo menos é possível sonhar com bons jogos do São Paulo este ano.

6 comentários:

Thalita disse...

Essa discussão do Carpegiani com o Dagoberto me chamou a atenção pela declaração do técnico depois do jogo. Foi algo do tipo "eu posso não ser um bom técnico, mas não abro mão da disciplina".
Pô, o cara admitir que pode não ser um bom treinador é uma raridade! Eu até posso achar q ele não é um bom técnico, mas o cara ganhou pontos comigo!

fredi disse...

Para ver como são as coisas, dois textos de sampaulinos e comentário de outra sampaulina num jogo contra o Linense.

Antes, vossas senhorias só se dignavam a dar palpites em jogos de final de Libertadores (sinal dos tempos).

E apenas uma provocação (rs).

Glauco disse...

Fredi, você fez a provocação que eu ia fazer três minutos antes, rs. Sobre as duas derrotas do SP, nem palavra, sobre a partida com Linense, o pessoal gasta o verbo...

Moriti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Moriti disse...

Pô, mó coincidência eu só escrever sobre vitórias este ano. Isso, contra os gloriosos São Bernardo e Linense. Só coincidência...

Respondendo vossas provocações,que parecem fruto de patrulhamento futebolístico, coisa orquestrada (não, não posso crer, Glauco, nessa história de "eu ia fazer a mesma provocação três minutos antes" rs) eu não aguentava mais falar mal do time. Creio que a "Era Ricardo Gomes" me exauriu.

Sobre tua observação, Thalita, muito bem lembrado. Bom trabalho de equipe! rs

Marcão disse...

O São Paulo perder é tão comum, de uns dois anos pra cá, que nem escrevo mais quando isso acontece. Vitória é tão difícil que merece até post...

Sobre o Dagoberto, concordo que ele é (muito) menos jogador do que pensa ser, ou que a diretoria sãopaulina e a mídia tentaram nos fazer crer quando foi contratado, mas justiça seja feita: o cara deu assistência para os dois primeiros gols e também o passe que originou a falta e o gol de Rogério Ceni, ontem. Ou seja, sem Dagoberto, teria sido 2 a 0 para o Linense, provavelmente. Não defendo o jogador e nem faço questão que fique, mas achei muito injusto não terem reconhecido o que fez no jogo de ontem.