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segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Resultado quase surpreendente

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O “quase” do título, em referência na vitória do Corinthians sobre o Santos por 3 a 1, no Pacaembu, vem do fato objetivo de que clássico é clássico e vice-versa, como diria o filósofo. Mas quem olhou a escalação da defesa mosqueteira com Fábio Santos, Leandro Castan e Wallace ao lado do guerreiro Alessandro deve ter imaginado a feira que Neymar e Elano fariam em cima desse lado esquerdo. Se o Tolima conseguiu, porque não o Santos?
Mas não foi o que aconteceu, por acertos do time de Tite, erros do de Adilson Batista e, bem, alguma interferência dos deuses do futebol.
Os acertos do alvinegro da capital foram na marcação, antes de tudo, feita em cima da saída de bola peixeira, fazendo a jogada chegar quebrada ao ponto forte da equipe de Adilson. A zaga santista parou com faltas as (não muito inspiradas) jogadas de ataque do Timão e, numa dessas, Fábio Santos acertou um tirambaço no ângulo de Rafael – alguém sabe se ele sempre bateu assim?
O Corinthians recuou - atendendo aos desígnios de Tite e a rotinas implantadas no dna dessa equipe desde Mano Menezes - e foi pressionado pelo Peixe. Mas a boa marcação continuou. E aqui apareceu o erro de Adílson na escalação da equipe, que insiste com um Diogo que não mostrou a que veio desde seu retorno ao Brasil e deixa no banco Maicon Leite, vice-artilheiro do Paulistão, ao lado de Elano. Cabe perguntar também por que Keirrison, que pareceu ser aposta do treinador e vinha jogando (e melhorando) no início do torneio nem aparece mais nas fotos. Juntando com o aparente (e justo, diga-se) cansaço de Neymar, sobrou Elano para fazer alguma coisa.
E ele fez, no final da primeira etapa, enfiando um canudo também no ângulo de Júlio Cesar. E tentou de novo, no início da segunda etapa, batendo a queima roupa para belíssima defesa do bom goleiro corintiano – que muitos torcedores insistem em cornetar.
Depois de uma pressão inicial do Santos, o Timão equilibrou um pouco as ações e apareceu espaço para outro erro do maestro peixeiro - esse daqueles imprevisíveis, mas que a torcida vai cobrar. Tirou o amarelado Rodrigo Possebon e colocou o também volante Adriano, alteração seis por meia dúzia que não deveria ter maiores consequências. Mas o rapaz entrou meio perdido e, numa bela jogada de Dentinho pela esquerda, fez um pênalti tão desnecessário quanto bem assinalado. Reparem os corintianos há quanto tempo o jovem atacante não fazia uma jogada assim, indo pra cima de três adversários na habilidade. Reparem também que, na ausência de Chicão, o batedor - escalado certamente por Tite - foi o contestado Fábio Santos, que cobrou bem e botou o Corinthians de novo na frente. O professor quis dar moral a seu indicado.
Novamente na frente, o Corinthians novamente recuou. E novamente a pressão santista foi infrutífera, barrada na boa marcação. E no finalzinho, Ralf roubou uma bola de Diogo (olha ele aí) e acertou um passe que dele não se espera para Liedson marcar o terceiro, por cobertura, como outro terceiro gol em outro 3 a 1 do Timão em cima do Peixe.
Da partida, o Corinthians jogou melhor do que vinha fazendo. Morais, Dentinho, Jorge Henrique e Liedson formam um ataque leve e rápido. Se Dentinho e JH resolverem (e tiverem liberdade para) ir mais pra cima das defesas adversárias, em jogadas de infiltração, pode sair alguma coisa. E Bruno César voltou pelo menos ao banco, sinal de que pode voltar a ser opção. Mas sinto falta de mais poder de decisão. Paulinho substitui bem a Jucilei, mas não tem reserva – Marcelo Oliveira? – e Ralph segura a onda. Há mais problemas na defesa, onde ainda não confio em Fábio Santos (que tem ainda o benefício da dúvida por ter jogado pouco) e menos ainda em Wallace e Leandro Castan. Aceito algumas boas contratações.

11 comentários:

ferba disse...

Apenas não concordo com o cansaço do Neymar. Lucas jogou as mesmas competições e está comendo a bola. #vaicorinthians

Nicolau disse...

Ferba, o Neymar jogou o ano passado inteiro no Santos como titular, enquanto Lucas só se firmou mais no fim do ano. É razoável que o desgaste do santista seja maior. E #vaicorinthians!

Leandro disse...

Também não consigo concordar com esse papo de cansaço do Neymar. Não só pela idade dele como pelo número de jogos, deslocamentos e respectivas distâncias desde o Sub-20. Nada do outro mundo para quem joga um campeonato como o Brasileirão, que exige viagens de Porto Alegre a Fortaleza, de SP a Belém, jogando-se num ritmo intenso até três vezes por semana.
Sobre o time remendado de ontem, também não concordo que Paulinho substitui bem a Jucilei. Sem este o time perde muitíssimo na criação e não ganha absolutamente nada na marcação. Quem ganha é o adversário. Ganha faltas que a falta de recursos técnicos de Paulinho faz brotar aos montes.
As contratações não são apenas aceitas mas imperiosas. Eu mesmo cravei que daria Santos porque não tinha como confiar num time que, não bastasse a perda irreparável de Elias, jogaria sem Chicão, sem Jucilei, e que teria que se virar com Castan, Walace, Fábio Santos, Paulinho...
Que mais esta vitória não esconda de quem de direito os muitos defeitos e carências do time.

Glauco disse...

A questão do cansaço tem que ser contextualizada, pelo amor de Deus. Enquanto a grande maioria dos jogadores estava de férias, Neymar estava concentrado para jogar um torneio muito, mas muito mais desgastante que a primeira e quase inútil fase do Paulista, em outro país. Dá pra perceber a diferença, né?

No penúltimo sábado à noite, jogou uma partida inteira que foi até a madrugada. Como já disse nesse post aqui em que achava que Neymar não devia ter jogado os 90 minutos da Libertadores, recordo o périplo do menino (não só dele, Danilo também foi titular do Sub-20 e do Santos, lembremos). Deixou Arequipa, no Peru, na manhã de domingo. Fez escala em Lima antes de chegar em Caracas, contou com atrasos, teve que dormir na capital venezuelana. Depois, tomou voo para San Cristobal, que fica a 840 km de Caracas. Fácil, né?

Jogando três competições diferentes no espaço de 8 dias em lugares absolutamente distintos, com níveis de estresse idem, se Neymar estivesse bem seria uma máquina. A comparação com o Brasileirão também não procede. Jogar três vezes por semana pelo Brasileiro é exceção pra compensar datas ausentes. Os deslocamentos também não justificam comparação. O Corinthians, por exemplo, em 2010 só enfrentou uma distância maior que a de Caracas a San Cristobal (849 km), que foi só PARTE da viagem de Neymar de Arequipa para o local do jogo da Libertadores, seis vezes nas 38 partidas que disputou. Ah, sim: nenhum deslocamento corintiano chegou à distância entre Caracas e São Paulo.

Sem férias, competições diferentes, estresse, deslocamentos grandiosos, distância de casa... É, não tem motivo nenhum pro Neymar estar cansado.

Leandro disse...

Que as múmias Danilo, Ronaldo ex-Fenômeno e Roberto Carlos reclamassem de estafa numa circunstâncias dessas eu até compreenderia, mas Neymar, a exemplo do também genial Lucas (que se apresentou bem pelo SPFC e não reclamou), jogaram um Sub-20 com apenas dois times concorrentes sérios. Isso se considerarmos o Uruguai, vítima de seis sapatadas, um concorrente sério.
E não se colocou em questão, em nenhum momento, a estafa física e mental corinthiana decorrente das últimas semanas, com direito a viagens à Colômbia e, sobretudo, com direito a uma volta de viagem cheia de fortes "emoções", que repercutiram pelo planeta quase tanto quanto a efervescência que rola atualmente nos países árabes.
Mas sigo insistindo que nada disso muda o quadro. O Santos segue favorito a qualquer dos certames que disputar, e o Corinthians segue devedor de uma lição de casa a ser feita por sua diretoria que, infelizmente, não creio que será levada a cabo pelo grupo que atualmente dá as cartas no PSJ.

Maurício Ayer disse...

Nivaldo, meu caro, o senhor é muito desafeito à polêmica. Que post mais cauteloso, do título às vírgulas...

Chama logo o Peixe de freguês, pô!

Nicolau disse...

A cautela, caro Maurício, não é por receio da polêmica, mas pela qualidade do time do Corinthians. Esse resultado tem cara de ser enganoso para um diagnóstico a longo prazo. Além do que, o Peixe perder esse jogo já parece deixar claro o bastante a condição de freguês - ainda que menos assíduo que os demais grandes paulistas.

Glauco disse...

Três jogos é freguesia agora? Não foi no ano passado que o Gordo fez seu mimimi porque perdeu do Santos?

Mas entendo, é a carência afetiva pós-Tolima. Freud explica.

Nicolau disse...

Sobre contratações, o técnico Tite cobrou o seguinte no "Bem Amigos" de ontem:

- Precisamos de mais dois reforços no nível do Liedson, que se encaixem sem sentir o peso. Um zagueiro e um jogador para o meio. Não é bem um volante. Tem que ser um jogador como o Elias.

Alguém lembra de um jogador como o Elias, nem volante nem meia, pra indicar pro professor?

De minha parte, eu iria atrás de algum atacante ou meia ofensivo, jovem e que resolva. De volante, tá bom o Paulinho. E um zagueiro pra jogar com o Chicão, please. Prioridades.

Leandro disse...

De volante eu indico o Christian (Galatasaray), que nunca deveria ter ido, diga-se.
Está bom o Paulinho!?!!?!!?!!?!! É sério isso?!?!?!?!?!?!
Esperem aí que eu vou alí cortar os pulsos e já volto...

Nicolau disse...

Leandro, acho que não ficou claro, mas a premissa da declaraçaõ anterior era essa das duas contratações. Se tiver que trazer dois jogadores, nos termos do professor Tite, eu acho que Wallace e Castan comprometem muuuito mais que o Paulinho.
Sobre o Christian, pode trazer, apoiadíssimo. Até ele acho que quer vir, pelo que ouvi falar um tempo atrás - o time dele que não deixou. Mas ele não cumpre a mesma função do Elias nem a pau.
Enfim, discordâncias naturais. Poupe seus pulsos para causas mais nobres, companheiro!