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segunda-feira, março 21, 2011

Contaram o milagre, não o santo

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Disposto a ver o golzinho do São Paulo que recolocou o time na liderança do Paulistão, marcado por Henrique, contra o Grêmio Prudente, liguei a TV no programa "Mesa Redonda", da Gazeta. Particularmente, detesto essas rodas de "debate", onde se palpita muita asneira e se mostra muito pouco do que interessa: os melhores momentos e os gols da rodada. Mas, logo que sintonizei, disposto a cortar o som e ler alguma coisa, de tocaia no momento em que o gol fosse transmitido, começou a passar uma matéria que me interessou, sobre as recentes repatriações de atletas que estão muito bem e que poderiam continuar fazendo uma boa grana lá fora, caso do santista Elano, do flamenguista Ronaldinho Gaúcho, do corintiano Liédson (foto) e do sãopaulino Luís Fabiano, entre outros.

A edição da reportagem não concluiu nada sobre o motivo dessas repatriações, digamos, "improváveis". Foi uma coisa mais relatorial, citando o êxodo maciço após a Copa de 1982, de Zico, Sócrates e Cerezo (Falcão tinha ido em 1980), e a volta de alguns, ainda no auge, a partir da década de 1990, como Romário (foto). Mostraram o Elano dizendo que poderia ter feito um contrato três vezes melhor na Europa, mas que o mais importante para ele é jogar e blá, blá, blá. Só quando abriram para os comentários de quem estava no estúdio é que disseram o óbvio, que a materinha se eximiu de dizer: a volta dos "filhos pródigos" tem como principal motivo a ótima situação econômica que o Brasil ostenta hoje, enquanto vários países ainda sofrem a a grande recessão detonada pela crise de 2008.

"Quando um atleta vai para o exterior, está pensando em resolver sua independência financeira, mais do que qualquer coisa. E hoje, pela nossa situação econômica, o jogador consegue voltar para ganhar quase o mesmo que ganhava lá", resumiu o zagueiro Paulo André, do Corinthians, que jogou três anos na Europa. "O futebol brasileiro vai ganhar muito mais investimentos com a Copa do Mundo, muito mais vitrine", observou o goleiro Deola, do Palmeiras (foto). Questionado sobre como pagar salários de nível europeu não tendo a mesma receita dos clubes de lá, o presidente do Santos, Luís Álvaro, foi incisivo: "As empresas hoje estão ganhando muito mais dinheiro aqui no Brasil e, por isso, tem mais para investir".

Conclusão: o festejado retorno de nossos craques, no auge de suas carreiras, é "culpa" do Lula, sim! Só não disseram com todas as letras.

Negociações - Falando em Luís Álvaro, o dirigente confirmou que Robinho (foto) poderá voltar no centenário do Peixe, ano que vem. Os salários e outros acertos com o jogador já estariam combinados, só falta a liberação da multa por parte do Milan. Hoje, segunda-feira, o presidente do Santos encerrará a discussão sobre a questão do técnico, se Marcelo Martelote será oficializado no cargo ou se outro será anunciado. Segundo ele, Muricy Ramalho não é o único nome em debate. O medidador do programa, Flávio Prado, por sua vez, afirmou que Lugano estaria negociando seu retorno ao São Paulo. E Vanderlei Nogueira observou que Kaká também quer voltar. Já Chico Lang disse que conversou com o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e que este lhe garantiu que desistiu de vez do ex-imperador Adriano.

9 comentários:

Gustavo disse...

Ê Marcão... sempre babando nos ovos do "o cara". Por essa sua lógica simplista se poderia concluir que o nome do santo também pode ser Sarnei, Calheiros, ou qualquer outro figurão que deu apoio político em troca de vantagen$ para o Lula, ou ainda FHC, que criou o tão temido e depois aclamado Proer e o plano que deu estabilidade à moeda e à economia brasileira.

Anselmo disse...

rapaz... todo mundo quer voltar. e todos os times tem dinheiro pra isso. desse jeito, parece q a briga toda pelos direitos de transmissão é acessória, um troco a mais.
então tá.

a economia do país vai bem, as finanças de boa parte dos clubes nem tanto.

Anselmo disse...

ah, sobre o papel de Lula no bom momento da economia, claro q ele tem responsabilidade... se achar q apontar lula como único responsável por isso é simplista, querer dividir os louros com quem deu e recebeu apoio político é forçado demais.

faltou ainda a turma lembrar que parte da europa tá em crise, especialmente alguns mercados de jogadores brasileiros (times médios da espanha e países do 2o e 3o escalão do futebol europeu).

Nicolau disse...

Um exemplo do papel do governo Lula no melhor momento dos clubes vem do balanço divulgado pelo Corinthians semana passsada. As receitas com venda de produtos próprios (na rede de cerca de 100 lojas Poderoso Timão) e licenciados (em diversos esquemas, existindo até a picanha do Corinthians nos mercados) cresceram novamente e somaram R$ 21 milhões. Essa era uma verba que pouco representava até uns anos atrás, claro que por falta de investimento do clube. Mas outra coisa mudou: as políticas de distribuição de renda, geração de emprego e o crescimento econômico botaram dinheiro no bolso da maior parte dos potenciais consumidores de produtos do Timão. O mesmo vale para a renda com ingressos, que também cresceu.

Maurício Ayer disse...

Quando é que o Proer foi aclamado???

Gustavo, vale a pena estudar um pouco as situações e ver que Lula não usou nenhum tipo de mecanismo à la Proer no Brasil, ao contrário, criou uma dinâmica econômica virtuosa no auge da crise mundial que dispensou "salvamento" de bancos. Em outros tempos, o Brasil era ridicularizado pelo Clinton por suas medidas de socorro, hoje o embaixador dos Estados Unidos no Brasil afirma que os EUA têm muito a aprender com o país que teve o melhor resultado durante a crise.

Quando se fala em Lula, é uma redução (ou simplificação) para se falar de seu governo, suas equipes, os partidos aliados etc. como em qualquer situação (não só governamental). Nosso preconceito não consegue suportar que o mesmo tratamento dado a qualquer presidente do mundo seja dado ao operário pernambucano.

Para a mídia, é difícil segurar a realidade, pois ela escapa pro todas as frestas quando quem fala não são os "profissionais" de plantão.

Gustavo disse...

O controle do sistema bancário brasileiros, um dos vários motivos de o Brasil não entrar mais a fundo na crise de 2008, nasceu com o Proer. Nesse ponto não só foi aclamado pelo governo, como incentivou outros países a adotar um sistema parecido.

Gustavo disse...

Gostaria de deixar claro que não tenho preconceito nenhum em relação ao Lula. Muito pelo contrário, acho o cara inteligentíssimo e exemplo de vida. Inclusive votei nele por várias vezes. Deixei de votar nele no segundo mandato. Acho que fez muito pelo pobre brasileiro, pelo comércio e pela indústria nacional e também pelo banqueiros e coronéis desse Brasilzão. Mas não dá pra colocar nas conta dele todas as coisas boas e na de outros governantes oposicionistas a ele as coisas ruins. Isso é que eu critico, pois é coisa de cego apaixonado.

Gustavo disse...

hahahahahahahahahahahaha!!!!!!!

Maurício Ayer disse...

Só pra não deixar a coisa nesse nível:

- O Lula disse que algumas medidas do Proer foram necessárias, o que não significa aclamação. Incentivar outros países a adotar sistema igual? Quem faz isso fora os EUA? Praticamente toda a América Latina teve seus Proers e ressuscitá-los com uma década de atraso só faz sentido para panfletos como o Globo, que tem sua agenda e ficha corrida conhecidas. Isso é reprodução de release.

Lula não incentivou ninguém a nada, outros é que vieram aprender com o seu governo. E se houve alguém que demantelou esquemas de coronelato foi o próprio. Mas isso é outro assunto.