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segunda-feira, março 28, 2011

Mitos

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Por Moriti Neto


Que seria um jogo eletrizante e para entrar na História era provável. Pelos atrativos, como as possibilidades do gol cem, da quebra de tabu no Majestoso e a disputa da pouco comentada colocação na tabela do Campeonato Paulista, a partida entre São Paulo x Corinthians já chamaria atenção suficiente.

Contudo, a situação em que se desenvolveu toda a trama aumentou a relevância daqueles quase cem minutos disputados na Arena Barueri. Certamente, nem o torcedor são-paulino mais fanático deve ter previsto um cenário tão favorável, beirando a perfeição, com sabor de conquista de título, daqueles que entorpecem de alegria e são quase inacreditáveis.

Não à toa, foram dez minutos de queima de fogos após o segundo tento do Time da Fé. Dez minutos que retrataram bem a felicidade vermelha, preta e branca da imensa torcida Tricolor. Dez minutos que marcaram, definitivamente, um nome na história. O nome de um mito: Rogério Ceni. O goleiro/artilheiro/capitão fez de tudo. Praticou três defesas que só um monstro embaixo das traves seria capaz de realizar aos 38 anos. Lançou a bola que deu início ao primeiro gol do São Paulo e liderou a equipe nos momentos de dificuldade. Mais: marcou o centésimo da carreira em cima do grande rival, contra quem, quase sempre, as coisas são difíceis.

Tento de número cem, que quebrou o jejum de vitórias existente fazia quatro anos, que garantiu superar o adversário – ainda que por pouco – na tábua de classificação do campeonato e manteve o Tricolor Paulista como detentor do maior tempo sem perder na história do clássico: 14 jogos, com 9 vitórias e 5 empates, de 22 de março de 2003 até 7 de outubro de 2007.

Quando e como quer

Quando aos 51 minutos do segundo tempo veio o apito final, eram várias as sensações expressadas com o grito desentalado da garganta. Coisas que só podem se dar, na esfera esportiva, com esta modalidade chamada futebol. Que pode não ter “deuses” da forma qual bradam os chavões da mídia “especializada”, mas que parece ser um ente, algo que tem vida própria, tal a importância como elemento cultural do povo brasileiro. Um ente que parece tecer tramas e dramas caprichosamente e que, por alguns segundos, enquanto uma bola viajava até a rede, ao ângulo superior direito de Júlio César, me fez acreditar que tem forças suficientes para conduzir as coisas como e quando quer.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

1 comentários:

Marcão disse...

51 minutos nos dá uma boa ideia...