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sexta-feira, março 25, 2011

Neymar, Pelé e PV

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Na noite de quinta-feira, 24, líderes de oposição interna do PV reuniram-se na zona leste de São Paulo. Em jogo, o lançamento da "Transição Democrática", um movimento por mais abertura e menos controle da legenda por parte de José Luiz de França Penna (SP), deputado federal e presidente nacional dos Verdes desde 1999, e outras figuras, como José Sarney Filho (MA).

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Marina Silva era a principal figura em destaque, mas outros caciques participaram, com destaque para o também deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), que presidete o diretório fluminense. Ele é responsável pela maior parte da formulação do movimento intrapartidário e foi dos que mais falou. Mas Fernando Gabeira, ex-deputado e candidato segundo colocado na eleição ao governo do Rio de Janeiro em 2010, e outros parlamentares e prefeitos deram seu recado com críticas mais ou menos duras a (ainda que todas veladas e sem menção ao nome de) Penna.

O motivo da celeuma ocoreu em reunião da executiva nacional, a primeira desde o fim do processo eleitoral, em que Marina abocanhou 20% dos votos no primeiro turno da corrida ao Palácio do Planalto. O quase vitalício mandatário do PV aprovou, por sugestão de Zequinha Sarney, uma determinação de esticar seu breve mandato por "até" um ano. No período, seria conduzida uma série de seminários e uma convenção nacional para debater (ou encontrar) os rumos da agremiação.

Parece que a manobra fez cair uma ficha para Marina, Sirkis e cia., a de que algumas lideranças resistem a mudanças na legenda que levam a perdas de poder de influência e caminham para um destino incerto. O próprio Penna atribui o "vendaval" a um "surto de partido grande", sugerindo que o tamanho real dos Verdes é médio e sem homogeneidade nacional.

Ao que interessa

O fato é que a turma estava animada com a movimentação de gente (partido?) grande, propondo democracia e renovação programática. Tudo em um contexto de aproveitar a "explosão" da militância pró-Marina em 2010, e coisa e tal. Boa parte deles evitava o tom separatista a todo custo, fazendo até elogios ao que foi produzido pelo grupo de Penna.

O auge foi cunhado pelo deputado federal Guilherme Mussi (SP). Primeiro, ele disse sentir "vergonha alheia" por certos companheiros que estariam até esboçando um movimento "sai, Marina", paródia do "Vem, Marina" de 2009. Depois, amortizou.

Mussi declarou que os dirigentes que agora pareciam resistir a mudanças foram importantes e fizeram muito pelo partido, mas era hora de mudar, renovar, arejar. E chegamos finalmente à metáfora com futebol que justifica o título deste post: "É como se, na Copa de 2014, o Pelé quisesse jogar na seleção no lugar do Neymar. Não queremos negar que ele contribuiu bastante, mas o momento é outro".

Pelé não foi localizado para se manifestar a respeito da comparação.

2 comentários:

Marcão disse...

Em 1986, Pelé chegou a se oferecer a Telê Santana par disputar a segunda Copa do México, mas depois reconheceu que tinha feito uma grande bobagem.

Sobre o PV, só queria saber uma coisa: quem, dos citados, é mais (ou menos) PSDB? Porque aqui em São Paulo eles andam de braços dados com os tucanos.

Nicolau disse...

O curioso dessa história do PV é que parece que o Sirkis e o Gabeira chegaram ontem no PV, junto com a Marina. Se a ex-ministra pode alegar desconhecimento ou esperanças sobre a política interna da sigla (ainda que isso pareça meio ingênuo de uma política com o tempo de estrada dela), os dois outros "indignados" estão aí há tempo o bastante pra saber onde estão pisando.