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domingo, março 27, 2011

O centésimo dele no centésimo deles

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Quando o técnico sãopaulino Paulo César Carpegiani afirmou, na entrevista coletiva após a vitória por 2 a 1 de seu time sobre o Corinthians, que Rogério Ceni "é um predestinado", ele pode até ter repisado um lugar comum. Mas ninguém vai negar que se trata de uma grande verdade. Há 14 anos, quando assumiu o posto de goleiro titular do São Paulo e marcou seu primeiro gol na carreira, contra o União São João de Araras, Ceni jamais imaginaria que um dia pudesse chegar ao 100º gol, e justamente contra o Corinthians, carimbando a festa do 100º aniversário do rival (foto: site SPFC). Parece conta, ou melhor, conto de mentiroso. Mas, por incrível que pareça, é a mais cristalina realidade!

Caso o goleiro já tivesse feito seu milésimo jogo com a camisa tricolor, marca que dificilmente será quebrada no futuro, ou mesmo que esse gol tivesse garantido um título numa decisão, seria a melhor oportunidade possível para encerrar a carreira. Mas o goleiro garante que cumprirá o contrato até 2014 - e quer mais troféus antes disso. Porém, mesmo que não cumpra esse objetivo, o feito de hoje, em Barueri, já o coloca entre os imortais do São Paulo e do futebol brasileiro e mundial. Vale ressaltar que, dos 100 gols, 56 foram de falta. Desconheço o número de gols de falta de especialistas como Pelé, Zico, Neto ou Marcelinho Carioca, por exemplo. Mas, para qualquer atleta de linha, em qualquer lugar do mundo, marcar 56 vezes dessa forma é muita coisa. Tratando-se de um goleiro, é um fato assombroso. E mais: ele agora é um dos 17 únicos jogadores que marcaram 100 ou mais gols com a camisa do São Paulo, em 75 anos de História do clube. Igualou-se ao meia Renato, o "Pé Murcho".

Não repetirei, aqui, as loas que toda a imprensa tecerá sobre Rogério Ceni durante essa semana - e com absoluta justiça. Quero frisar, somente, que no clássico deste domingo pelo Paulistão ele também reforçou sua condição de um dos melhores goleiros do país em atividade, apesar de seus 38 anos, pois praticou pelo menos três defesas fundamentais para a garantia da vitória sãopaulina (salvou milagrosamente uma bola no pé de Liédson, tirou com a ponta dos dedos, no contrapé, um arremate de Jorge Henrique, e defendeu espetacularmente, com o pé, uma meia bicicleta de Liédson). Dessa forma, foi a figura principal de um duelo que marcou o fim do tabu de 11 jogos sem vitória do São Paulo contra o Corinthians. E o 100º gol foi o que garantiu o triunfo. É preciso dizer mais alguma coisa? Sim: vida longa a Rogério Ceni! Parabéns!

21 comentários:

Luisinho Bassoli disse...

Disse 'quase' tudo, Marcão. Só faltou: OBRIGADO, Rogério!

Marco Antonio disse...

O eterno segundo melhor goleiro do Brasil chegou ao gol de número 98 segundo a FIFA. Poderá nos próximos jogos, contra Mirassol e Noroeste, chegar ao número 100.

Leandro disse...

Infelizmente, eu já sabia...
O corvo Carpegiani novamente aprontou das suas contra o Timão, e o 100º de Rogério no clássico estava mais que na cara.
Do lado do Corinthians, resta o consolo de que os nove que tiveram que se virar como pudessem foram valentes, foram de fato Corinthians, e agora estes nove bravos que empurraram o SPFC para seu campo de defesa e quase empatam naquelas circunstâncias, bem como a diretoria e a comissão técnica, que tratem de cobrar Alessandro (jogador bastante experiente) e Bruno Bonfim (jovem, mas também relativamente experiente) por suas atitudes ridículas e irresponsáveis, desprovidas de qualquer justificativa e que não podiam terminar com nada diferente de justíssimas expulsões.
A bem da verdade, nem juvenis poderiam se comportar daquele jeito.
Tirando essas reprimendas necessárias, nada do outro mundo quanto ao resto. O mata-mata vem aí e nele o Corinthians pode seguir consolidando a freguesia do time da burguesia paulistana neste tipo de disputa. Mas que a vitória e o centésimo gol deste domingo estavam escritos nos anais tricolores (com e sem trocadilho), não tem como negar.

Cesar disse...

Se antes do 100º ele era arrogante...imagine agora!

Ricardo disse...

Feito notável. Se para um jogador de campo, marcar 100 golos é sempre um marco histórico, o que dizer de um guarda-redes que comete este "pecado"?

Enquanto estava a ver este vídeo, fiquei a pensar na forma como o S. Paulo defende estes lances. Mete um jogador na baliza, quando o livre é marcado, baixa alguns jogadores? É que, apesar de o Ceni ser muito bom nestes lances, há a (real) possibilidade de a bola ser recuperada pelo adversário e iniciar logo um contra-ataque. O S. Paulo nunca sofreu golos logo a seguir a um livre falhado do Rogério?

Outra coisa: pela caixa de comentários, noto uma certa aversão por parte de alguns (provavelmente adeptos de outros clubes). Assumo que seja rivalidade. Mas, eh pá, caguem nisso. Este é um feito brilhante. Não há lugar a clubismos.

Por fim, dizer que tinha deixado uma pergunta no penúltimo post mas ninguém respondeu. Volto a perguntar:

Este Bruno César, recente contratação do Benfica, que tipo de jogador é?

Abraço a todos.

Nicolau disse...

O feito de Rogério é realmente notável. Mas hoje de manhã ouvi uma declaração curiosa de um comentarista da Bandsports. Disse ele que o Rogério não é o melhor goleiro da história do Brasil, mas se torna com o feito o mais importante. Hein?
Sobre o Corinthians e o jogo, subscrevo o comentário do Leandro, com alguns adendos: o time é certinho, organizado, coisa e tal, mas faltam jogadores decisivos. Se comparar com o time de 2009, que ainda é a base deste, a queda de qualidade é notória. No jogo em si, erramos muitos passes no ataque, fruto da boa marcação sãopaulina, mas não só. Uns reforços no meio campo são bem vindos. E espero que o polêmico Adriano ajude a fazer gols.

Leandro disse...

Nicolau, noutro comentário eu já fazia esta oportuna comparação que você agora recorda em relação ao time de 2009.
A verdade é que o Corinthians conseguiu tornar-se o grande time brasileiro entre 2008 e 2009, mas desde então o processo de "piora" da equipe é muito evidente. Sobretudo depois do desmanche promovido na metade de 2009 e da falta de reposição à altura desde então.
Se as peças tivessem sido repostas à altura e em curto espaço de tempo, ainda assim o prejuízo seria grande. Imagine quando nenhuma das duas coisas são feitas...
Apenas como comparativo, basta lembrar que o time de 2009 tinha Elias no meio, e este de agora tem... Paulinho...

Nicolau disse...

Leandro, concordo, apesar de não nutrir sua evidente falta de vontade com o Paulinho, hehe. Desde o fim do Brasileiro do ano passado, talvez antes, o time precisa de uma mexida, sangue novo. Liedson foi um começo, acho que Adriano pode ajudar. Mas precisa mexer no meio campo. Como diz meu tio, não dá pra botar fé num time que Morais de camisa 10. E acrescento minha dificuldade de confiar em Tite, mas aí a coisa é mais complicada.

Ricardo, sobre Bruno César, acho muito bom jogador e não queria que deixasse o Corinthians. Meia canhoto, passa e finaliza bem. É um cara de passe rápido, não prende muito a bola. Por isso, funciona melhor encostando mais no ataque - até para aproveitar o excelente chute. Boa sorte para ele no Benfica!

Renato K. disse...

Completando a resposta do Nicolau ao Ricardo: o SP tomou, sim, dois gols a partir de faltas cobradas pelo Rogério - mas curiosamente, só um por erro na cobrança, num jogo contra o Santos, em que a bola bateu na barreira e no contra-ataque rápido, o Santos fez o gol. No outro, o Rogério FEZ um gol de falta contra o Fluminense, mas ele - e o time - exageraram nas comemorações. Resultado: o meia Roger, que hoje joga no Cruzeiro, correu com a bola para o meio-campo, o Fluminense deu a saída e o Roger chutou lá do círculo central e fez um golaço. Mas o SP ganhou por 3 x 2 ... ;)
Ah, sim: CEM comentários sobre o jogo de ontem. :D

Leandro disse...

Sobre o Bruno César, não dá pra dizer que é um jogador extraordinário, mas fez falta ontem no clássico, e quando quer jogar, pode sim ser bastante útil e até decisivo, como foi em algumas atuações do ano passado. Especialmente nos 4x2 contra o Santos e nos 3x1 contra o Guarani.
Acho difícil que vire um grande astro do futebol mundial, mas do jeito que as coisas andam neste futebol "globalizado" e, consequentemente, pior, periga também se "travestir" de português no futuro sob o pretexto de jogar um mundial.
Antes era o nosso pau-brasil, nosso ouro e nosso café, e agora nosso "pé-de-obra". E assim as veias da América Latina seguem abertas, apesar do alerta há muito feito pelo grande Eduardo Galeano...

Ricardo disse...

Obrigado a todos.

Nicolau, pelas características de que falas parece-me mais um segundo avançado num 442 do que propriamente um "10", certo? Nós (Benfica) jogamos num 4132, com dois avançados na frente, um mais fixo (Cardozo) e um mais móvel (Saviola). Atrás, a 10, joga o Aimar. Por aquilo que falas do César, parece ser mais um 2ª avançado do que 10. A não ser que a essas características junte a visão de jogo, o saber controlar em posse. Outra coisa na forma de o Benfica jogar é a qualidade no pressing alto. Será que o rapaz tem cultura defensiva suficiente para jogar no meio? Enfim, algumas coisas poderá melhorar, até porque é muito novo e precisa de passar pelo normal período de adaptação mas há jogadores que nunca dão o salto. Dou o exemplo de um brasileiro que temos há 2 anos e que nunca conseguiu acompanhar o ritmo mais elevado do futebol europeu: Filipe Menezes. Um jogador que no Brasil prometeu muito mas que aqui, e já lá vão 2 anos, é irritantemente lento. Técnica, sim, muita, mas mais nada. E isso, quanto a mim, já ultrapassa a normal mudança de ritmos a que foi sujeito. É mesmo falta de visão de jogo. Ele não é só lento em termos de velocidade, é lento na reacção à perda, é lento a pensar. Espero que o César seja outro tipo de jogador e parece-me que sim, pelos vistos. Pelo menos é mais rápido e mais finalizador, como dizes.

Renato, se só sofreram 2 golos o saldo é claramente positivo. Pensei que bastava colocar um jogador de campo na baliza e preparar 3 ou 4 para uma pressão logo que a bola fosse recuperada pelo adversário. Eles têm de se defender de alguma forma. Claro que, normalmente, o Rogério faz questão de evitar tudo isso com a bola dentro das redes:)

Leandro, por muitos avisos do Galeano, há fenómenos que não mudam. Mas, sim, concordo contigo: da minha parte, sem qualquer tipo de nacionalismo bacoco, detesto naturalizações. Não por uma questão política (acho que qualquer pessoa deve ter direito a uma outra nacionalidade) mas, no futebol, principalmente em Selecções, convém não desvirtuar a ideia de identidade.
É que qualquer dia a Selecção passa a ser um negócio e isso é triste. Aliás, já é. O Deco, o Pepe e o Liedson naturalizaram-se não por escolha mas porque achavam que não seriam chamados à canarinha. É um mau princípio.

Retive esta parte do teu texto: "quando quer jogar". Será que o César é de humores?

Abraço.

Leandro disse...

Ricardo,
Temo que Bruno César seja mesmo de humores.
Por aqui fala-se muito na possibilidade dele ter sido sub-utilizado pelos dois últimos treinadores corinthianos (Adilson Baptista e agora Tite), e isso ainda o dá o benefício da dúvida.
Mas ouso afirmar que seja mesmo instável, ainda que análises equivocadas da equipe técnica possam contribuir para isso.

Marcão disse...

Interessante o rumo que o Ricardo acabou traçando para os comentários, pois esse aspecto de como preparar a defesa quando um goleiro vai ao ataque cobrar falta ou pênalti sempre é o desafio mais complicado para Rogério Ceni. Concordo que, se resultou em gol do adversário duas vezes, é uma porcentagem quase nula, considerando que, além dos 100 gols feitos, devem ter acontecido mais umas 500 cobranças de falta e outras tantas de pênaltis perdidos.

Porém, faço aqui o raciocínio contrário: me parece que, mais do que o São Paulo se preparar para o contra-ataque sem goleiro (uma prática já ensaiada exaustivamente na última década, pois o Rogério virou cobrador oficial), os outros times não pararam pra bolar um sistema de posicionamento que dê um contragolpe o mais rápido e eficiente possível. Ou seja, o São Paulo tem um plano de defesa quando Rogério está no ataque; e os adversários não têm uma jogada ensaiada para aproveitar a oportunidade.

No mais, como fiz o post falando especificamente sobre o Rogério Ceni, e nem comentei o jogo, registro aqui que o Carpegiani conseguiu anular o ataque do Corinthians impedindo que a bola chegasse em Liédson (quando chegou, levou perigo). Para isso, grudou Rodrigo Souto em Morais, Jean em Jorge Henrique e Carlinhos Paraíba em Paulinho. Assim, a única opção do Corinthians foi explorar as laterais, com Alessandro e Fabio Santos chuveirando na área. Nas duas únicas vezes que a defesa abriu na frente da área, Ralf mandou por cima do travessão e Dentinho guardou.

Sobre Bruno César, excelente contratação.

Nicolau disse...

O Bruno tem visão de jogo e velocidade de raciocínio, é mais meia do que a impressão que minha descrição passou, rs. O Corinthians em vários momentos joga pressionando a saída de bola do adversário, ele conhece o esquema. A defesa não é de fato seu forte, mas acho que se adapta. E pelamor, não vão transformar o cabra em volante! Já temos poucos meias e dos que aparecem um monte vira marcador quando caem na Europa...

Renato K. disse...

Sobre o comentário do Marcão, creio que seja muito difícil montar uma estratégia para aproveitar um eventual erro na cobrança do Rogério, em função das distâncias envolvidas. Como comentei, apenas uma vez o Santos o conseguiu, e na outra, foi um chute raríssimo do Roger do meio do campo que resultou em gol. Para recuperar a bola, trocar alguns passes corretos, e chegar a uma distância onde o chute seja possível, demora-se um certo tempo, o que provou-se incontáveis vezes mais do que o suficiente para que o Rogério voltasse ao gol. Sem contar que normalmente alguém para o contra-ataque com falta ...

Marcão disse...

Pode ser, Renato, mas, se você treina um cara pra ficar perto do meio de campo, caindo para uma lateral ou para outra, e um atacante pra ficar perto da meia lua do São Paulo, você pode pegar a bola no rebote de uma falta mal sucedida e, com um chutão, alcançar o cara do meio de campo, que, de primeira, pode passar para o atacante completar também de prima pro gol. Porque o São Paulo só deixa dois na defesa em seu campo, quando o Rogério vai ao ataque. Concordo que a chance de o contragolpe dar certo é baixa, mas não custa tentar uma estratégia do que não tentar nenhuma. Talvez, se alguém tivesse pensado nisso, o Rogério teria tomado mais que dois gols nessas situações.

Renato K. disse...

Agora é tarde, Marcão :). O RC já está perto de pendurar as chuteiras ... E vê se não fica dando ideia, porra! :D

Ricardo disse...

Sem dúvida, Marcão, eu falei mais na questão defensiva do S. Paulo porque era sobre ele que estávamos a falar. Mas concordo totalmente contigo. E discordo do Renato, quando diz que é uma estratégia difícil de montar. Não me parece assim tão complexa. Claro que também dependerá da forma como a bola chega ao adversário: uma coisa é bater na barreira e ficar à mercê dos adversários de frente para a baliza, mesmo que ainda no meio-campo defensivo, outra é a bola ressaltar na barreira e ir parar a zonas perto da bandeira de canto (escanteio). Não acompanho com rigor o campeonato brasileiro para saber quantas das bolas que o Ceni marcam vão directas para fora e quantas ficam em jogo mas assumo que uma boa percentagem fique retida dentro de campo. A estas, bastava que o posicionamento do adversário fosse eficaz, aquando da marcação do livre, para que vários lances resultassem ou em golo adversário ou em jogadas de perigo. Dou uma ideia: além dos jogadores que estão dentro da área (uns na barreira, outros em marcação aos sãopaulinos), "bastaria" abrir dois jogadores rápidos nas alas e um na linha do meio-campo. Recuperada a bola, esta podia entrar directamente, num passe vertical, no homem do centro e logo a seguir uma desmarcação na ala ou o contrário: abrir na ala e procurar a velocidade para chegar rápido na frente. Desde que o contra-ataque tivesse boa capacidade de passe e inteligência na movimentação não me parece muito difícil conseguir chegar na frente e marcar golo antes do Ceni lá chegar.

É até muito interessante perceber que o adversário não procura explorar ao máximo esse aspecto, porque, quanto a mim, expõe bem as diferenças de estilos futebolísticos que existem entre a América latina e a Europa. Não tenho dúvidas de que aqui, se houvesse um guarda-redes que constantemente marcasse livres e penáltis, haveria mil estudos sobre a forma de surpreender o adversário. É a primazia da cultura táctica, da procura de todo o detalhe que mude o jogo em detrimento de uma certa liberdade que ainda existe na América do Sul e que, não nos queixemos, eu acho bonito. Provavelmente na Europa o Ceni já não marcaria tantas vezes os livres porque estaria condicionado por lances semelhantes no passado que teriam dado golo ao adversário.
Não quero com isto dizer que é melhor ou pior. Apenas sublinhar algumas diferenças que se notam na preparação táctica dos jogos.

Ricardo disse...

Nicolau, estou contigo a 100 por cento: já chega de transformar criativos em carregadores de piano. Faz-se muito isso pela Europa, é verdade. O exemplo mais dramático foi o do Fergunson no Manchester com o Anderson. Um miúdo com um talento extraordinário, com tudo para explodir a 10 (meia) e ser dos melhores do Mundo, acabou entregue à luta de meio-campo, como volante. Adaptou-se, é verdade, mas perdeu todo o brilho que o seu jogo tinha.

No entanto, sem desvirtuar as características do jogador, é necessário adaptá-las ao jogo mais táctico, rápido e agressivo europeu. A questão do pressing é por vezes confundida. Tu não tens de ser genial a defender para entrares bem num esquema de uma equipa que defenda com um bloco alto - aliás, o bloco alto favorece os jogadores que não querem andar a correr desalmadamente atrás dos adversários. Porque o pressing torna-se colectivo. Basta seguirem todos as mesma dinâmica e cada movimento individual é apenas de uns metros, ajustando a posição consoante o adversário troca a bola. Com os jogadores bem juntos num bloco compacto, a recuperação é mais rápida e sempre com linhas de passe quando recuperas a bola. O Barcelona é o que faz isto de forma mais consistente e perfeita. Mas há outras equipas, como o Benfica, que o conseguem de forma muito eficaz. Portanto, não se trata de o adulterar num Mike Tyson, antes dar ao seu jogo livre de bailarino, uma pauta para que não se engane :)

Nicolau disse...

Ricardo sou totalmente a favor do pressing ou marcação por pressão, como chamamos aqui. Encurta os espaços e deixa a bola mais perto do gol adversário. É uma forma de defender-atacando que eu acho muito boa, com os jogadores certos. Sobre a questão dos altos e baixos do Bruno, acho que o problema foi que ele saiu de uma equipe pequena para o Corinthians no início do ano passado e rapidamente virou titular e no final do ano foi escolhido jogador revelação do Brasileiro. A fama rápida acho que subiu na cabeça do rapaz. Mas o processo de "baixar a bola" já foi começado com o banco que o Tite fez ele esquentar nesse começo de ano. Na casa nova, deve chegar mais manso.

Nicolau disse...

Ah, e o que foi feito do Anderson no Manchester realmente é uma tristeza. Acabaram com a agilidade do garoto em troca de um monte de músculos.