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quinta-feira, março 31, 2011

Ração de cachorro com dinheiro da merenda

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A notícia envolve a operação Mascotch da Polícia Federal em Alagoas. Um esquema de corrupção investigado, com a Controladoria-Geral da União e Procuradoria da República em Alagoas, que desviava recursos de merenda escolar para comprar produtos de uso pessoal por parte dos gestores. Apesar de o dinheiro sair do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os itens nada tinham a ver com a alimentação de estudantes.

Guinnog/Wikipedia

Mas o post está mais para a editoria "cachaça" do que para a de "política", do Futepoca. Isso por causa de alguns dos produtos adquiridos.

A história ganha manchetes no estilo: "Esquema em Alagoas desviava merenda para pagar uísque", "Em lugar de merenda escolar, uísque para vice-prefeita e secretários" e "Dinheiro para merenda escolar pagava vinho e uísque".

O delegado André Costa explicou: "Os servidores negociavam com os empresários para que eles ganhassem as licitações. Eram emitidas notas fiscais com vários produtos, mas estes não eram entregues na totalidade, sendo substituídos por outros mais baratos ou mesmo por mercadorias para o consumo pessoal dos acusados".


É fato que se fala em uísque 12 anos e caixas de vinho incluídos, o que, se confirmado, é um crime grave de desvio de dinheiro público. Ainda pior porque reduzia a quantidade de alimento adquirida para a merenda. Claro que me ocorreu a piada de que poderia ser para educação etílita, uma frente do cada vez mais esquecido "Manguaça Cidadão".

Mas o que ninguém destacou é que o esquema também era usado para comprar ração de cachorro. Tirar dinheiro de comida de criança para alimentar cães é mais assustadoramente cruel do que se locupletar do dinheiro público para fins pessoais – a saber, corrupção. Por isso o título do post. As duas "frentes" do desvio são graves, a ponto de derivar delas o nome esdrúxulo da operação, uma mistura de "mascote" com "scotch", o uísque escocês.

Detalhes
Para quem estiver com preguiça de clicar nos links das notícias, o resumo: foram 16 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão foram executados a partir de quarta-feira, 30. A ex-prefeita de de Estrela de Alagoas, Angela Garrote (PP), estava entre as detidas, mas gente de administrações de 13 cidades foi inculuída.

Segundo a Polícia Federal, foi um desdobramento da Operação Caetés, de outubro de 2010, que investigou a formação de uma espécie de cartel entre os empresários do setor. A informação era que eles combinavam os preços antes da licitação e faziam um rodízio para todos eles ficarem bem. Se naquela ocasião os investigados eram os acusados de serem corruptores, agora a vez foi dos apontados como corrompidos.

3 comentários:

Marcão disse...

Com o programa público de segurança etílica Manguaça Cidadão, ninguém vai mais precisar tirar dinheiro de crianças ou de cachorros para poder molhar a palavra!

Nicolau disse...

A Controladoria-Geral da União tem feito um trabalho legal de combate à corrupção nos municípios. E legal a PF ter prendido corruptores, além dos corruptos. Essas coisas também deveriam ganhar manchetes: se tem corruptos no Poder Público, tem corruptores no mundo privado. Sem isso, fica uma criminalização da política que afasta as pessoas, que deixam de acreditar na organização por seus direitos e interesses. Ou seja, deixam de acreditar na base da democracia.

por Luciano Mano Negra disse...

Aquele goleirão do Santos não falou ano passado que gasta mais com o cachorro dele do que o que eu ganho de salário?