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quarta-feira, abril 13, 2011

Escritor defende desobediência civil para beber na Virada Cultural

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Diante da decisão da prefeitura de São Paulo de proibir a venda de bebida alcóolica em bares, restaurantes e ambulantes durante a Virada Cultural, o jornalista e escritor Xico Sá defende desobediência civil. A decisão anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab (futuramente ex-DEM) na segunda-feira, 11, promete fiscalização intensa após a 1h de sábado, 15.

Foto: Roberto Navarro/Divulgação Alesp
Kassab não quer que ninguém beba na Virada Cultural.

"Fazer o quê, é levar isopor, engradados e cantis de casa", defende Xico Sá, em seu blogue. "O regulamento só fala sobre a venda. Meu fígado é um desobediente civil por natureza. Afinal de contas, da nossa saúde ou da falta dela, cuidamos nós, ninguém mais, meu prezado." E foi além: "Que cada um seja dono do seu fígado, do seu rumo e da sua ideia de festa e existência".

A Virada Cultural reúne atrações musicais e artísticas diversas espalhadas pela cidade – embora tenha os destaques no Centro – em um fim de semana. Em 2010, o fenômeno dos "mijões", provocado por participantes supostamente bêbados que usavam paredes como toalete, foi um dos destaques do evento. Sem investir em mais limpeza nem em mais banheiros químicos Três anos antes, um show dos Racionais MCs terminou em confusão desnecessária.

Foto: Agência Brasil/Wikipedia
Xico Sá acusa o prefeito de ser um "Jânio Quadros sem álcool", em alusão ao presidente brasileiro e prefeito da capital paulista morto em 1992. Jânio teve sua trajetória política marcada por factóides polêmicos e com uma dose de populismo moralista, como a proibição do biquíni nos concursos de miss e de lança perfumes em bailes de carnaval.

Tratando Kassab pela alcunha de "Sr. K.", o escritor acusa o prefeito paulistano de ter feito "o que pode para destruir a noite de SP". Bares, restaurantes, lupanares e outros estabelecimentos de serviço que caracterizavam a boemia de São Paulo tem sido obrigado a fechar as portas e expulsar seus ébrios clientes quando passa da meia-noite.

Coincidência ou não, nas edições da Virada Esportiva – evento análogo voltado a atividades físicas – modalidades dissociadas da noite e do bar, como o xadrez, são tratado como "esportes boêmios".

6 comentários:

Glauco disse...

Kassab também determinou fiscalização rigorosa para que os bares próximos aos locais de show fechem a uma da manhã. Como tem show durante toda a madrugada, quem aproveitava os bares e restaurantes no horário para funções básicas, como ir ao banheiro, vai ficar impossibilitado de fazê-lo. O resultado já se sabe, né?

Lembrando que a sanha moralistóide de Kassab só dá continuidade ao que Serra fez em seu pouco tempo como prefeito. Ambos são da escola Jânio Quadros de bons modos.

Nicolau disse...

O cara vê um problema (gente mijando na rua) e ataca os manguaças. Investir em mais banheiros químicos nem pensar. Quero ver um reaça desses virar a noite andando da praça da Sé à Estação Júlio Prestes tomando água sem ir ao banheiro...

Camilo disse...

Jânio Quadros sem álcool e sem humor!

Marcão disse...

Com álcool eu já não iria. E, sem, tá fora de cogitação.

Nicolau disse...

Bora comprar uma penca de cerveja e distribuir no dia, só pela farra, hehe. Será que o Xico Sá tem algum parceiro pra ajudar a bancar a ventura?

Maurício Ayer disse...

Boa, Nivaldo. Fazer a "Virada na Virada", distribuindo gratuitamente cerveja e cachaça ao cidadão. Será que o ACM Neto, que defende a oposição ferrenha ao Kassab em São Paulo, não arruma um financiador?