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segunda-feira, abril 04, 2011

Se cerveja é tudo igual, é o paladar que varia?

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No bar, com cada vez mais frequência, a dúvida entre as principais marcas do mercado torna-se menos importante. Ou mais polêmica. É que, se antes as mesas de boteco frequentadas por este ébrio autor, a preferência era Skol, atualmente há adeptos da Brahma e até da Itaipava. Bom, isso quando a grana está curta e não cabe nenhuma "extra", "premium", ou "puro malte", claro.

A "pérola" do título deste post é a pergunta que ocorre deste ébrio autor do Futepoca sobre os dados da pesquisa Nielsen sobre o mercado de cerveja no Brasil. Os dados são de março e referem-se ao comércio de vasilhames de 600 ml, os preferidos dos ébrios.

A Ambev continua a ter domínio sobre o mercado nacional. Para quem já teve 70% das vendas em 2009, os 68% não significam exatamente uma queda, porque há a margem de erro. É verdade ainda que variação semelhante ocorreu em 2003 e só foi recuperada dois anos atrás. Considerando-se os três principais rótulos da empresa – Skol, Brahma e Antarctica –, o domínio é de duas em cada três garrafas consumidas no país.

O que mais chama a atenção é que a liderança varia em diferentes mercados. Na Grande São Paulo, a turma prefere Skol, mas cada vez mais gente troca a marca pela Brahma. No interior, dá Brahma, mas com destaque para uma inesperada terceira colocada, a Crystal, da Petrópolis, que faz a Itaipava.

No Rio de Janeiro, Antartica é a mais pedida, com sólidos 37,8%. Em Porto Alegre, ninguém tira da regional Polar a preferência guasca. A Nova Schin, com suas propagandas carnavalescas, é imbatível no Nordeste – onde, aliás, o consumo do fermentado de malte e casca de arroz cresceu 34% em 2010. É bem mais que os demais itens que cresceram por lá: refrigerantes (17%), água (4%), leite em pó (3%), aguardente (3%), fraldas e desodorantes (2%).

Outra peculiaridade: a Brahma, da Ambev, marca "internacional" da Inbev, anda crescendo. Ela já esteve melhor no Rio de Janeiro, mas fica a 2,6 pontos percentuais da líder Skol, em São Paulo, e passa de um quinto (21,2%) do mercado nacional, no qual é segundo colocado.

A Petrópolis tem a terceira no Rio e no interior de São Paulo, respectivamente com Itaipava e Crystal. No compto geral, está empatada com a Schin, que vai mal no Sudeste, apesar de ter sido criada em Itu (SP).

O infográfico da edição impressa do Estadão é divertido de se analisar. E um detalhe curioso, cada ponto percentual é uns R$ 100 milhões em vendas.

Embora fique no ar variações decorrentes das plantas (por exemplo, a Antárctica do Rio tem o mesmo sabor que a de São Paulo?), é curioso ver preferências diferentes. Se no Sul é fácil entender o apelo regional, a associação entre Nova Schin e Nordeste é bem mais nebulosa. Idem para Itaipava e Crystal no Rio e no interior paulista. Será que só propaganda e distribuição agressiva explicam tudo isso? Ou é mesmo o paladar que varia por região?

5 comentários:

Marcão disse...

Volto a comentar que, há coisa de uns 15 anos, entrevistei um mestre cervejeiro lá em Jaguariúna, região de Campinas, onde há uma fábrica da Ambev (antes era só da Antarctica). Ele me disse que a história de a água ser diferente de um lugar para o outro e alterar o gosto de uma cerveja até da mesma marca, de uma região para outra, podia ter sido verdade no passado. Mas, com a padronização da alta tecnologia de tratamento da água, em qualquer indústria do mundo, isso seria pouco provável.

Segundo o mestre cervejeiro, há quatro fatores principais que diferenciam o gosto da cerveja, até da mesma marca, de um lugar para outro:

1) O material utilizado na produção. Hoje em dia estão trocando cereais de qualidade por arroz e diminuindo cada vez mais a quantidade de maltes e de lúpulo;

2) O tempo que o produto descansa depois de pronto. No mundo ideal, seria de 5 a 6 meses (como fazem os cervejeiro artesanais). Mas, na realidade da indústria de consumo de massa, a cerveja chega a descansar menos de dois dias em picos de consumo como fim de ano e Carnaval - e isso prejudica muito o gosto;

3) A distância da fábrica até o ponto final de venda. Quanto mais a cerveja chacoalha, sendo transportada de uma cidade para outra, e daí para o estoque, depois para o balcão refrigerado etc., pior ela fica.

4) A receita local. Esse é o aspecto mais interessante, pois, segundo o mestre cervejeiro, a indústria faz uma pesquisa inicial, na região para onde a produção será escoada, do gosto daquela clientela (se gosta de cerveja mais forte, mais franca, mais ou menos amarga etc etc etc). Com essas informações, o mestre cervejeiro aumenta o diminui determinados ingredientes. Logo, por esse ângulo, podemos aceitar que o gosto muda, sim, de uma região para outra.

Nicolau disse...

Tomei umas Antarticas no Rio que estavam boas, mas era carnaval, fatalmente a farra melhorou o gosto da breja, rs.

Anônimo disse...

Das normais eu geralmente tomo skol, mas no rio a skol é pior. Por lá só tomava brahma.

Marcio disse...

Moro no Sul e entorno Antartica.

Mas Schin no Nordeste, penso em dois fatores:
1) Ela é mais suave/aguada, para um clima muito quente é bom;
2) Preço, em qualquer lugar é a mais barata;

Mas meu resumo final, quanto mais proximo for o BAR da Fabrica, melhor a cerveja, não importa a marca.

Marcio

Anônimo disse...

No nordeste a mais consumida é sem duvidas a Skol. Seja de 600ml ou latinha. A nova schin perde para Brahma Fresh e Antarctica...