Destaques

quinta-feira, maio 05, 2011

Noite de tragédias

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Dos seis brasileiros que começaram a Libertadores deste ano (considerando que a palhaçada protagonizada pelo Corinthians contra o Tolima), somente o Santos segue na competição após a fatídica noite desta quarta-feira. O negócio foi feio de todo lado para as representações tupiniquins.

Segundo matéria do Uol, desde que a Libertadores mudou de regulamento e passou a ser disputada por 32 equipes em 2000, o Brasil sempre teve pelo menos dois clubes nas quartas de final da competição. A última vez que sobrou apenas um brasuca nas quartas de final foi na Libertadores de 1994, quando apenas três clubes brasileiros entraram na competição.

Os gremistas já estavam meio que contabilizando a desclassificação depois da derrota por 2 a 1 em Porto Alegre na semana passada para o Universidad Católica. Mas as esperanças acabaram com o gol de Mirosevic, que decretou nova vitória chilena por 1 a 0.

O impacto da queda do tricolor gaúcho foi amenizado pela derrota do Inter, em pleno Beira Rio, para o Peñarol. Foi por 2 a 1, de virada, a primeira derrota do técnico Falcão, após empate por 1 a 1 em Montevideo que dava certo conforto ao Colorado. Oscar abriu o placar no primeiro tempo, mas Martinuccio e Olivera viraram no início da segunda etapa. E a gauchada que sonhava com uma sequência de quatro decisões entre as duas equipes (no Gauchão e na Liberta), no melhor estilo Barça e Real, ficou só com a disputa doméstica.

Os guerreiros do Fluminense, talvez cansado qual Teresa Batista após a heroica jornada na fase de classificação, fizeram um joguinho bem chocho contra o Libertad do Paraguai. E depois de vencer por 3 a 1 no Engenhão, levaram de 3 a 0 no Defensores del Chaco, em Assunção, protagonizando a recepção do maior nabo entre os brasileiros.

E o Cruzeiro, vedete da competição com a melhor campanha e o melhor futebol da fase de grupos, único invicto até ontem, conseguiu o mais improvável ao levar de 2 a 0 do Once Caldas na Arena do Jacaré. E olha que o time de Cuca, Montillo e Roger venceu a partida de ida em Manizales por 2 a 1, podendo perder por 1 a 0 e levar a vaga. O meia ex-corintiano protagonizou fato decisivo para a partida ao ser expulso com 30 minutos do primeiro tempo. Mas a torcida da Raposa decidiu pegar no pé é da mulher do cara, Deborah Secco, que assistiu a partida in loco. As acusações de pé-frio seriam mais um caso de machismo no futebol brasileiro?

Sobrou o Santos, que não jogou lá essas coisas também contra o América do México, na terça. Marcou, enrolou, deixou o tempo passar e viu o goleiro Rafael salvar a equipe numas 3 ou 4 oportunidades. À guisa de provocação, cabe lembrar que os mexicanos pouparam titulares em pelo menos parte da peleja. Melhor Neymar e cia. ficarem espertos para não apagarem a luz da participação brasileira na Libertadores desse ano.

5 comentários:

Glauco disse...

O América-MEX poupou UM titular na partida de volta, Reyna, que entrou no segundo tempo. Não achei também que Rafael "salvou" o Santos como a mídia em geral diz. Três bolas, de fora da área, foram em cima dele, e de fato ele fez uma defesa mais complicada em uma ou no máximo duas delas. Foi o que os mexicanos fizeram: chuveirinho e chute de longa distância. Ou alguém viu jogada tramada e finalização mais perto da grande área? Estas, aliás, teve o Santos na primeira partida, pelo menos três oportunidades de fazer, e não fez.

Que não tem mais bobo no futebol (só quem assiste) como diria o filósofo, já ficou claro pela "quarta maldita" (maldita pra Globo, como disse o Xico Sá). Como em partidas eliminatórias as circusntâncias podem decidir, o Santos tem mais que tomar cuidado mesmo. E que não surja nenhum destemperado (alô, Roger e Borges) pra danar a equipe.

Edison Waetge Jr disse...

Ótimo texto, mas gostaria de fazer uma correção, o primeiro jogo do Fluminense foi 3 a 1 para o Flu. Abraços.

Nicolau disse...

Tem razão, Edison, foi mal. Já está corrigido.

Maurício Ayer disse...

Torço para que o Santos avance e vença, não pela agremiação, que não odeio mas não amo, mas para que grandes vitórias tragam aos talentos Ganso e Neymar neste início de suas carreiras ainda mais confiança para brilhar mundo afora. Eles representam o futebol que queremos para todos.

Marcão disse...

Eu concordo com o Maurício em gênero, número e grau. Outro dia, quando fiz um post relembrando confrontos históricos entre Corinthians e São Paulo exclusivamente pelo Paulistão, resgatei o jogo da última rodada de 1967, em que o Tricolor estava se sagrando campeão até os 45 do segundo tempo, quando o alvinegro empatou e forçou o adversário a decidir o título em um jogo extra contra o Santos (e o time de Pelé, obviamente, venceu e ficou com a taça).

Fiquei pensando no azar, no vacilo que foi a perda daquele título tão ganho e desejado (o São Paulo já entrava no 10º ano de fila, na época). Mas depois raciocinei na linha do Maurício: pô, se o São Paulo tivesse ganho, seria um título a menos na conta daquele timaço de Pelé e Cia., que merecia, com toda justiça, ganhar tudo naqueles tempos. É um orgulho nacional, acima de paixões clubísticas.

Sim, sou sãopaulino e queria muito que meu time tivesse ganho aquele caneco. Mas, na impossibilidade real dessa hipótese, fico feliz que tenha "engordado" as estatísticas e recordes do mito Pelé, símbolo maior do futebol que todos nós queremos ver em campo.