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quinta-feira, junho 30, 2011

Palmeiras 3 a 0 no Olympique de Nice

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Há 60 anos, começava a Copa Rio 1951. Eram dois grupos, um do Rio de Janeiro, outro de São Paulo. Em 30 de junho daquele ano, o Palmeiras começou sua trajetória rumo a seu título mundial interclubes. Por dever de alviverde, quando cada partida tornar-se sexagenária, um post recontará essa história.

Quem viveu o período conta que a imprensa esportiva dava mesmo estatuto de mundial à competição. Diz uma fonte notadamente palestrina que o presidente da Fifa à época, Jules Rimet, articulou a criação do torneio.

Tudo ocorreu um ano depois do Maracanazzo, da tragédia que se abateu quando Gigga fez o segundo gol do 2 a 1 que sagrou o Uruguai bicampeão mundial de seleções.

Foto: Reprodução/Milton Neves

O reconhecimento oficial da Copa Rio veio apenas em 2007, no que virou motivo de piada pela conquista de um caneco "por fax". Mas para o clube, o feito é importante. Tanto assim que o escudo do tradicional uniforme verde remete ao adotado nos primeiros anos após a mudança de Palestra Itália para Palmeiras – a singela letra "P" num círculo branco.

Polêmicas à parte, a competição vencida pelo alviverde paulistano teve alguns dos grandes times da época. 

Grupo do Rio de Janeiro
Vasco da Gama - Brasil - Campeão carioca de 1950
Sporting - Portugal - Campeão português da temporada 1950/51
Áustria Viena - Áustria - Campeão austríaco da temporada 1949/50
Nacional - Uruguai - Campeão uruguaio de 1950

Grupo de São Paulo
Palmeiras - Brasil - Campeão paulista de 1950 e do Torneio Rio-São Paulo de 1951
Juventus - Itália - Campeão italiano da temporada 1949/50
Estrela Vermelha - Iugoslávia - Campeão iugoslavo de 1951
Olympique de Nice - França - Campeão francês da temporada 1950/51

Partida
Na estreia, uma vitória por 3 a 0 sobre o Olympique de Nice, da França, diante de 28,7 mil pagantes no Pacaembu. O placar foi aberto pelo meia-direita Achilles, de pênalti, aos oito minutos do primeiro tempo. Ponce de Leon (foto), homem de frente, ampliou três minutos depois. Na etapa final, Richard, substituto do autor do primeiro tento alviverde, deu números finais aos 30.

Diferentemente do que aconteceria nas partidas da segunda fase, o goleiro palmeirense era Oberdan Cattani, o titular e camisa 1. Depois, o reserva Fábio Crippa, morto neste ano, foi quem guardou a meta verde.

No mesmo dia, pelo grupo carioca, o Áustria Viena foi a campo enfrentar o Nacional do Uruguai e venceu por 4 a 0.

Ficha técnica
Palmeiras (Brasil) 3 x 0 Olympique Nice (França)
Data: 30/06/1951, às 16h
Local: Estádio do Pacaembú, São Paulo
Árbitro: Franz Grill (Áustria)
Gols: Achilles (pênalti) aos 8, Ponce de Leon aos 11 e Richard aos 30/2º.
Palmeiras: Oberdan; Salvador, Juvenal, Waldemar Fiúme, Luis Villa, Dema; Lima, Achilles (Richard), Ponce de Leon, Jair (Rodrigues) e Canhotinho / Técnico: Ventura Cambon.
Olympique Nice: Germanin, Parini, Firaud, Rossi, Golzales, Belva, Bonifaci (Camiglia), Leso (Cortoux), Bengtson, Carre e Jamalsson.

4 comentários:

Glauco disse...

Ô, Anselmo, só tem uma questão aí: a Fifa voltou atrás do "reconhecimento" da CopaRrio como Mundial, já que começaram a chover pedidos de reconhecimento similares. Na prática, ela estabeleceu uma posição de só reconhecer torneios (e gols também, a propósito de Romários e Cenis) organizados por ela. Ou seja, a Copa Rio não é um Mundial. Mas o reconhecimento da Fifa é importante mesmo?

E desse time aí, quem formaria (termo da época) no elenco atual?

olavo disse...

O torneio é importante e histórico, mas o esforço que alguns palmeirenses fazem para equipará-lo a um mundial é patético.

Marcão disse...

Não sabia que o Ponce de Leon tinha jogado no Palmeiras. Ele está enterrado no mesmo mausoléu onde repousa Arthur Friedenreich, no cemitério de Pinheiros, avenida Cardeal Arcoverde.

João Quirino disse...

Pergunta: se um clube brasileiro disputar um torneio Ramon de Carranza da vida do qual participem, sei lá, o Barcelona, o Manchester United e o Milan, e for campeão, poderá pedir posteriormente a homologação da conquista como um título mundial? Acho que não. Não se trata da grandiosidade da conquista ou da força dos adversários, mas só é campeão mundial quem disputou um torneio com esse status PRÉVIO (ex: Mundial da FIFA) ou, para ser um tanto concessivo, uma disputa em que haja um consenso PRÉVIO de que está em jogo o conceito de campeão mundial (ex: o interclubes jogado antes do Mundial da FIFA). A propósito, se o Corinthians ganhar uma Sul-Americana, poderá pleitear o título de campeão da Libertadores?