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segunda-feira, agosto 01, 2011

Justa derrota e prejuízo duplo

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Por Moriti Neto

Até os 20 da primeira etapa, esperança. No Morumbi, o São Paulo cria boas jogadas e envolve o Vasco da Gama. Rivaldo, Lucas e Dagoberto tocam a bola rapidamente e acham espaços na defesa carioca. O bom goleiro Fernando Prass faz ao menos três defesas importantes. Estreante, o lateral-direito paraguaio Piris está bem na partida. Com o ritmo, a sensação é de que o Tricolor logo abrirá o placar. Ilusão.

Da mesma forma que deu pinta de avassalador, o São Paulo vai parando. Curioso é que o adversário não precisa de muito esforço para ganhar campo. Nenhuma mexida tática agressiva no Vasco. Não há avanço da marcação ou algo que o valha. Sim, é natural que o dono da casa diminua a velocidade, mas a mudança é extrema.

É tudo que o time de Ricardo Gomes quer. Com jogadores ao estilo de Juninho Pernambucano e Diego Souza no meio, o onze carioca aprecia a cadência. Vem o equilíbrio na posse de bola. Não há mais chances claras de lado a lado. No entanto, uma tendência aponta. O Vasco trabalha mais e melhor a redonda, ainda que sem agudeza. Algo de destaque para Rivaldo, que rouba uma bola no campo de defesa são-paulino e faz lançamento em profundidade para Dagoberto. O atacante domina pela direita do ataque, entra na área, mas se enrola com o zagueiro Anderson Martins. Dagoberto cai, pede penâlti. Acertadamente, o árbitro nada marca. Final dos 45 iniciais.

Segundo tempo. A tendência vai se confirmando. O Vasco tem Felipe em campo para melhorar o passe. Lento, o São Paulo pouco cria. E pouco marca. Lucas perde bola na frente. Contra-ataque. Diego Souza tem todo o espaço do mundo para olhar o jogo, pensar e lançar rasteiro para Eder Luis. O vascaíno recebe nas costas do jovem Henrique Miranda e chuta cruzado para fazer 1 x 0.

Uma amostra de que a coisa não está bem: o Tricolor cambaleia e a torcida pede... Marlos. De fato, não há muitas opções. Ainda assim, Adílson Batista se atrapalha. Atende ao pedido, mas mexe errado. Saca Piris. O paraguaio mostra queda de produção, aliás, como o time todo, mas é da posição e, considerada a conjuntura do jogo, faz estreia razoável. Ocorre o inevitável. Jean vai para a lateral. Carlinhos Paraíba recua. O que estava ruim, piora. O Vasco tem cada vez mais o controle das ações. Nos últimos minutos da peleja, Jumar rola para Felipe, que bate no alto, sem chance para Rogério. 2 x 0. Justo.



Das motivações

Depois de vencer Cruzeiro e Internacional, parecia que o São Paulo iria decolar. Nos últimos três jogos, fez dois no Morumbi. Em casa, de seis possíveis, somente um ponto. Joga melhor fora? Pode ser. Tem homens rápidos para contra golpear. Porém existe uma coisa comum como mandante e visitante. Seja no empate com o Atlético Goianiense, na vitória sobre o Coritiba ou na derrota de ontem, o time despenca na etapa final. Talvez fosse hora de rever a preparação física.

O técnico

Desde o início, não gostei da contratação de Adílson Batista. Se Carpeggiani inventava demais, a impressão é de que o atual treinador vem na mesma batida. Em todos os jogos que fez, escalou e mexeu mal. Nas duas partidas em casa, independentemente do nível do adversário, optou por três volantes. Lucas tem jogado no ataque, perto demais da área, sem tanto espaço para enxergar o campo. O garoto rende mais vindo do meio, de onde pode arrancar com a bola. Certo que a equipe não tem centroavante de ofício (volta logo, Luis Fabiano!), mas sacrificar o maior talento não é inteligente.

Duplo prejuízo

Se vencesse domingo, o São Paulo se igualaria ao líder Corinthians em número de pontos. Difícil outra oportunidade assim. Ainda deixou o Flamengo passar, perdendo a vice-liderança. Palmeiras e Vasco encostaram. Ruim.

4 comentários:

Vitor disse...

Como frequentador assíduo da arquibancada azul do Morumbi, concordo em quase tudo com o comentarista. Só que, a meu ver, a questão não é tanto de preparo físico, embora o preparador importado por Carpegiani (por que não levou junto?) tenha feito alguns estragos por lá.
Mas o principal é que o São Paulo é hoje um time muito acomodado, que não vibra quando faz gol nem se incomoda quando sofre. Dá a saída e pronto. Falta aquela vontade de vencer, de disputar uma bola, de sentir uma certa "raiva" no jogo. Perde a bola e não vai atrás. Coisas assim. Claro, agravadas por quem está no banco. Mas os jogadores não podem se esconder eternamente atrás de um técnico fraco. Quem estava no banco do Vasco ontem era o mesmo que diziam não servir para o Tricolor.

Moriti disse...

Pois é, Vitor. Tem esse adendo. Independentemente de técnicos - e o São Paulo não acertou em nenhum nome desde a saída de Muricy - há problemas sérios, incluindo a questão da disposição.

No São Paulo, desde 2008, surgiu um "fenômeno" que se convencionou chamar, nos bastiddores do CT e do Morumbi, de "Resort Tricolor", ou seja, um ambiente em que o pessoal se acomodou com as benessses e glórias das conquistas.

Isso tudo, claro, veio acompanhado de muita arrogãncia e, a coisa, não sem motivos, desembocou num acúmulo de derrotas dentro e fora de campo nos últimos três anos.

HepatitesMS disse...

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Vitor disse...

Tem razão, Moriti. Os sucessos seguidos criaram uma cultura de grandeza, principalmente entre os cartolas, que adoram falar que o time é de Primeiro Mundo, é diferenciado etc etc.
O fato é que a gestão do São Paulo mudou muito nos últimos anos, não lembra nada a de Marcelo Portugal Gouvêa, por exemplo. E a obsessão de JJ pelo Morumbi na capa foi muito ruim, porque ele resolveu comprar brigar com todo mundo. Não que RT não mereça, mas a epopeia do estádio prejudicou o time. Sem contar que agora é assim: se não ganha a Libertadores, não presta.
E, no campo, falta um cara tipo Chicão (o antigo volante, que já morreu) para pôr o time pra correr.