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quarta-feira, setembro 14, 2011

Cachaças do mundo, uni-vos

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Em 13 de setembro de 1661, portanto há exatos 350 anos e um dia, pressionada pelos produtores e consumidores brasileiros, a Corte Portuguesa autorizou oficialmente a produção de cachaça no Brasil. Isso porque os portugueses haviam proibido a nossa caninha em privilégio da bagaceira, feita do bagaço da uva usada na produção do vinho. Por essa razão, tornou-se o Dia Nacional da Cachaça. Este símbolo nacional já foi do céu ao inferno, de bebida de barões a veneno de pinguço, e hoje retornou ao mais alto status.


Mas vai longe o tempo em que era preciso destruir o próximo para ser alguém neste mundo. O Dia Nacional deveria ter um correspondente próximo, o Dia Internacional das Cachaças, ou simplesmente Internacional das Cachaças, em que celebrássemos a diversidade das águas da vida de todas as culturas, em nome da mestiçagem universal, da nossa maior riqueza que é viver num mundo com tanta gente diferente capaz de tantas qualidades. Por que preferir por princípio e não por gosto a cachaça ao uísque, a vodca ao steinhaeger, a grappa ao pisco, o conhaque ao rum, o absinto ao aquavit? Já existe a Feira Mundial da Cachaça, mas quando vai haver o Fórum Sociomanguaça Mundial?


Viemos da mesma fonte e envelhecemos na mesma essência. Foto: M. Ayer.


Afinal, o espírito que ronda a Europa é o mesmo que atravessa as Alterosas ou os vales do Tennessee. A humanidade há de evoluir a isso: destilar a utopia do comunismo manguaça.

PS: Em anos passados, celebramos no Futepoca o Dia da Cachaça em Minas Gerais, 21 de maio (em 2007 e 2009), instituído pelo Pai do Real, Itamar Franco.

11 comentários:

Glauco disse...

Então a produção de cachaça no país está ligada a uma questão de soberania nacional e enfrentamento com os colonizadores. Se nos EUA o pessoal da ultra-direita fez o Tea Party fazendo referência a um ato de revolta contra os ingleses, os brasileiros poderiam fazer um partido em alusão à cachaça? Se sim, teria que ter uma orientação ideológica distinta já que, segundo o Zé de Abreu, toda cachaça é de esquerda. Quem vai fundar?

Moriti disse...

Creio que a proposta inicial, ao menos fragmentos dela, já partiu do De Marcelo.

Bem lembrado o Zé de Abreu, Glauco. Aliás, é um belo candidato a contribuir na formulação da proposta final.

Bem, de uma coisa não tenho dúvidas: deliberações no fórum adequado não serão poucas.

Olavo Soares disse...

Como se escreve um texto tão grande sobre cachaça sem nenhuma citação do "Manguaça Cidadão"?

Maurício Ayer disse...

Olavo, é que meu foco era de solidariedade internacional, mas o comentário do Glauco trouxe de volta o contexto do Manguaça Cidadão. Evidentemente, o Brasil está na condição de encabeçar um levante internacional manguaça, com programas socioeconômicocultural amplos como o Manguaça Cidadão.

Marcos disse...

Caramba, é o dia do aniversário da minha filha mais velha. Será uma "predestinada"?

Karin disse...

A pessoa que se muda para uma casa quase ao lado de um alambique, mesmo que fique por lá apenas alguns dias da semana, é uma predestinada também?Quanto ao envelhecer, minha essência pode ser amburana?

Maurício Ayer disse...

Karin, acho que neste caso é muito difícil alegar que não sabia...

Anselmo disse...

é um dia histórico e merece ser celebrado.

abaixo a coroa, eu quero cachaça!

Nicolau disse...

abaixo a coroa, eu quero cachaça! (2)

Karin disse...

Agora eu que digo: vc se comporte, seu maurício! me parece que quase quase se esqueceu do dia festivo... e se não me engano foi talvez um certo comentário auspicioso sobre a memorável vizinhança etílica de uma certa pessoa que refrescou vossa memória, rs!

Moriti disse...

abaixo a coroa, eu quero cachaça! (3)