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segunda-feira, setembro 05, 2011

Hora de mostrar qual é

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Por Moriti Neto

Santa Catarina. O São Paulo, com 12 desfalques e muitos garotos em campo, enfrenta um perigoso Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli. Prosseguindo a rotina da campanha como melhor visitante do Brasileiro, o Tricolor vence. Não dá para dizer que foi uma atuação de gala, mas, considerada a somatória dos resultados da rodada, os três pontos são algo de trazer alento ao torcedor.  

A partida

Totalmente travada. É como se mostra a partida no começo do primeiro tempo. Com medo de atacar, os dois times concentram as ações no meio de campo. Aos 5 minutos, um lampejo. Boa troca de passes e o lateral-esquerdo Henrique Miranda, ao ver-se perto do gol, assusta-se e perde o tempo da bola. O Figueira responde, aos 10, mas, dentro da pequena área, o ataque catarinense manda fora. Dois lances que são exceções e confirmam a regra do jogo escasso em criatividade e ousadia. A partir dos 15 minutos, a torcida da casa pressiona para que o Figueirense vá ao ataque. O mandante tenta a jogada ofensiva, mas, de efetiva, só uma, que acaba na trave de Ceni. Já o São Paulo, até os 32 minutos, não dá sequer um chute a gol. O único lance são-paulino que se pode chamar de perigoso é uma falta cobrada por Casemiro. A bola sobra nos pés do zagueiro João Felipe na pequena área, mas falta intimidade para fazer algo mais do que ganhar o escanteio. O jogo era chato. Os zeros pareciam que não sairiam do placar na etapa inicial. Abria a terceira cerveja quando, aos 42 minutos, na primeira finalização de fato, o Tricolor marca com Cícero, de cabeça, após cobrança de falta de Carlinhos Paraíba. Uma chance rara, um gol. Nada de muitos méritos.

Para o segundo tempo, Adilson Batista volta com Rivaldo no lugar de Henrique. Sim, em um time que está ganhando fora de casa é interessante ter alguém que segure bem a bola, mas o atacante a sair deveria ser William José, lento, e não a peça ofensiva mais rápida, que poderia ser útil nos contra-ataques. De cara, o Tricolor apaga. Primeiro lance ofensivo do Figueirense no retorno ao gramado e vem o empate. Claro, tome pressão. Só que a coisa muda um tanto em termos de aplicação. Com certa surpresa, confesso, vejo a garotada com relativa calma e suportando a correria do adversário. Mais surpreendente ainda é o que ocorre aos 18 minutos. O bom volante Casemiro faz belo lançamento para Rivaldo que, de centroavante (olha aí, Nicolau!), mostra a conhecida categoria e anota um golaço. Novo cenário de apagão. Principalmente de Xandão. Rogério salva uma cabeçada à queima-roupa. Vem o abafa natural dos catarinenses. O São Paulo também se mostra ao natural. Encolhe-se e busca os contragolpes. Depois da momentânea sonolência, a marcação acerta o prumo e segura a vitória. Os 2 x 1 garantem 38 pontos na classificação e a secação geral de domingo.  
A secação valeu, mas qual é a do São Paulo?

Pelos desfalques, pela mudança de postura em relação ao jogo contra o Fluminense – ao menos no que se refere à disposição – e essencialmente pela ótima rodada, a torcida ganha ânimo para a sequência do campeonato. O São Paulo, de uma tacada só, passou Vasco, Botafogo e Flamengo, e, de quebra, diminuiu para dois pontos a diferença do líder Corinthians. O problema é que essa história já foi vista. Se continuar a jogar em casa na proposta de três volantes e três velocistas na frente, sem conseguir se impor no campo ofensivo, o time corre o risco de desperdiçar, contra o Atlético Mineiro, no Morumbi, aquilo que ganhou em Florianópolis. Só que o próximo jogo, por várias condições, é especial. Feriado, partida de número mil de Rogério Ceni com a camisa do clube, estádio cheio e chance de assumir a liderança. É hora de mostrar, definitivamente, o que o Tricolor pode fazer na competição. Momento de se afirmar, de vencer um dos piores times do certame dentro de casa e passar a ser um anfitrião tão chato quanto é como visita.

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