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segunda-feira, outubro 03, 2011

Corinthians na briga pelo Brasileirão sem favoritos

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Desfalcado, combalido, “na UTI”, como definiu um jornal após a derrota para o Santos, o Corinthians foi a São Januário com medo de levar uma ensacada do Vasco, líder, embalado, com o “melhor jogador do campeonato da última semana”. Mas não foi nem de longe o que se viu no empate por 2 a 2 desse domingo. Foi um jogo equilibrado, mas em que os visitantes tiveram as melhores chances de marcar.

Surpreendente foi a atuação de Tite. Com dois desfalques fundamentais na frente, Emerson e Liedson, esperava que o treineiro mandasse Danilo para uma das pontas, Jorge Henrique na outra (a com o lateral mais perigoso do adversário) e William para a área brigar com os zagueiros. Pois quão surpreso fiquei eu ao ver um time, bem estranho: William e JH foram ans suas, mezzo meias mezzo atacantes, acompanhando os laterais. Alex e Danilo, na faixa central, tinham mais liberdade para atacar e eram o que de mais próximo o time tinha de atacantes de fato. Uma retranca, sem dúvida, mas que mostrou uma criatividade que eu não esperava de Tite. E que, em boa parte do tempo, funcionou.

No começo, o Vasco chegou com mais perigo, mas nada de grandioso. Até Dedé dar seu nome ao trocentésimo gol sofrido pela defesa alvinegra em jogada de escanteio (era o Chicão, o Wallace ou a organização para esse tipo de jogada que está errada?). Pouco depois, a alegria cruzmaltina diminuiu com um excelente contra-ataque que começou com improvável passe de 30 metros de Ralph para Danilo, que cruzou entre Fernando Prass e a zagueirada para Alex conferir. Tenho certeza que Tite sorriu ao ver sua ideia concretizada de forma tão clara.



O Timão passou a jogar melhor e poderia ter ampliado com Paulinho, que errou uma cabeçada na cara do gol. Mas foi o Vasco que marcou numa cagada do lado esquerdo da defesa paulista, onde Eder Luiz e Fágner, o autor do gol, fizeram estragos. Virou 2 a 1, mas Juninho Pernambucano, o mais lúcido vascaíno, sentiu contusão e saiu, o que era bom presságio.

O segundo tempo foi mais animado, com chances dos dois lados – mas as melhores para o Corinthians. William acertou o pé e mandou um cruzamento na cabeça de Danilo, que empatou. O camisa 7 ainda criaria outras oportunidades e perderia um gol na cara de Prass.

Tudo somado, os dois lados podem reclamar que mereciam a vitória. Mas, como já disse William Munny, “isso não tem nada a ver com merecer”. E, se alguém quiser considerar os dois confrontos diretos, o Timão fez 4 pontos contra 1 do Vasco. O que não quer dizer grandes coisas: pontos corridos não são resolvidos só nos jogos centrais. O que se deve comemorar é o fato de o time ter jogado bem mesmo desfalcado. Se continuar encontrando opções desse jeito e mantiver a pegada de decisão nos 11 jogos que faltam, o Corinthians pode aproveitar a tabela aparentemente favorável – cheia de candidatos ao rebaixamento e times em crise, pessoal em tese mais fraco, mas que joga com dez vezes mais vontade. Fato é que seguimos na briga até a última rodada. E outro é que dificilmente o certame se resolva antes dela.

7 comentários:

Álvaro disse...

Mas aí, vem o empata foda do Mano e convoca desnecessariamente o Ralf...

Fode-nos por 2 jogos decisivos.

Leandro disse...

William e Paulinho, como de costume, perderam gols feitos, e Leandro Castanha deu sua decisiva parcela de contribuição em mais um gol tomado em jogada aérea. É rifar a bola na área do Corinthians e correr para o abraço, mas Tite segue vendo apenas méritos nos autores dos gols.
Eu também esperava menos do time ontem, atuando bem desfigurado contra o melhor time brasileiro do momento dentro de seu alçapão abarrotado, e que foi calado por boa parte dos noventa minutos. Isso sem falar nos dois pênaltis cometidos pelo Vasco no primeiro tempo. Tivessem ocorrido na área contrária e a mídia estaria incentivando praticamente uma guerra civil neste momento.
Mas é verdade que os quatro pontos conquistados contra este protagonista de nada adiantarão se o Corinthians não fizer sua parte nos jogos que restam, principalmente nestes perigosos jogos em casa contra times tradicionais que estão na berlinda.

Nicolau disse...

Pois é, Álvaro, e aí vem o pessoal dizer que o Mano está favorecendo o Corinthians com as convocações. É muita neurose...
Sobre as bolas aéreas, Leandro, é impressionante... Tivesse eu paciência, tentaria fazer um levantamento de gols tomados e pontos perdidos nesse tipo de jogada.

Glauco disse...

É bom lembrar que Ralf só foi convocado graças ao corte de Sandro e por conta justamente do chororô dos rivais do Corinthians. Também é salutar ressaltar que tirar de um time um R. Gaúcho ou um Neymar é diferente de tirar o Ralf...

Sobre o jogo, também é interessante notar que o Vasco tomou um contra-ataque quando estava ganhando a partida. Com a peleja empatada em dois a, então, o Corinthians perdeu umas três chances. Talvez seja uma questão de e-qui-lí-brio que o clube cruzmaltino ainda não conseguiu equacionar. Mas ninguém conseguiu.

Outro ponto, muito ressaltado no texto: o Corinthians jogou com quantos desfalques, afinal? Acho que o Santos em média tem jogado com o dobro disso, rs. Pontos corridos é elenco, não tem jeito.

Nicolau disse...

O Santos tem jogado com o dobro disso - e chorado umas cinco vezes mais...

Leandro disse...

Não sei se deixar de contar com o Ralf seja assim, tão diferente mesmo, se lembrarmos que Ralf foi dos raros jogadores no futebol mundial a anular estes dois geniais atacantes no passado recente.
Lógico que não acho o Ralf nenhum gênio entre os médio-volantes da história do futebol mundial, e também não estou cometendo o desatino de compará-lo ao Gaúcho ou a Neymar, até porque são posições completamente diferentes, e exatamente por isso ele já conseguiu anulá-los, ou pelo menos chegar perto disso se comparados a outros marcadores quando os enfrentou. Portanto, uma baixa pesada se deixarmos de analisar o futebol apenas sob o ponto de vista dos atacantes, até porque o Corinthians não tem um jogador do meio para a frente que possa ser comparado a Gaúcho ou a Neymar, e também porque o fato de ter "parado" estes dois gênios garante alguns créditos ao esforçado volante. Foi convocado por isso, e não por uma inexistente habilidade ou por ter belos olhos.
Quanto aos desfalques, isso também depende dos critérios do chorão em questão. Eu por exemplo, na condição de chorão corinthiano, acho que o desfalque de Ganso nem pode ser contabilizado neste 2011 ou, no mínimo, neste semestre, dados os problemas e infelicidades que o rapaz teve durante praticamente todo o período.
Pudesse ser contabilizado como desfalque, e nós chorões corinthianos também poderíamos computar a ausência do Imperador da Pinga, cuja presença no Parque São Jorge, diga-se, nunca me animou muito, apesar da falta de pontaria de William e da instabilidade de Emerson.

Anselmo disse...

grande William Munny!