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sábado, outubro 01, 2011

Fluminense 3 X 2 Santos - Peixe faz a alegria de mais um carioca

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Mais uma vez o Santos protagonizou uma partida emocionante contra um time carioca (a outra, todo mundo lembra). E mais uma vez perdeu. O jogo praticamente decreta o fim das possibilidades do time peixeiro disputar o título, única coisa que lhe interessa, pois tem a vaga para a Libertadores do ano que vem garantida. Aliás, a proximidade do Mundial e o cuidado em se fazer um revezamento no meio de campo a partir de agora – setor crítico da equipe – já denunciavam que a preocupação da comissão técnica e da diretoria é outra.

Neymar, Kardec e Borges. Nem sempre é o Santos quem ri por último
Não vi o primeiro tempo, mas pelo que se percebeu na segunda etapa, Elano e Arouca, que voltaram agora de contusão, vão precisar de mais tempo para readquirir ritmo de jogo. Já Ibson, que entrou no lugar de Elano, continua devendo. As contusões e cartões têm forçado Muricy a adotar um esquema Two and a Half Man na frente (já que ou Neymar ou Alan Kardec voltam para o meio), com três homens no meio de campo. Funcionou em alguns jogos, hoje não foi o caso. Havia um vácuo entre os atacantes e os meias, e Alan Kardec fez uma partida pífia. A responsabilidade de Neymar, que jogou bem, foi muito grande. Também contribuiu para o mau desempenho os laterais reservas, Adriano no lugar de Danilo e Éder Lima ocupando a ala de Léo. Difícil fluir algo ofensivamente com os dois.

O Fluminense teve mais domínio, mas não criou grandes chances no segundo tempo. No entanto, fez dois gols, principalmente porque encarou a partida como uma decisão, coisa que o rival não fez, embora tenha se doado por boa parte da partida. Mas a questão é que, quando os seus superiores priorizam (com alguma razão) outra competição, é difícil para o atleta manter toda a atenção, ainda mais quando enfrenta um adversário tão comprometido como foi a equipe carioca, que assegurou os três pontos em jogada de escanteio aos 51 do segundo tempo.


De positivo para o Santos, a estreia de Renteria, que marcou logo de cara, como fez Borges. Pode ser útil, mas a preocupação de Muricy no momento deve ser com o meio de campo. E, para o torcedor alvinegro (assim como para o técnico), resta a torcida pela volta plena de Ganso, que dá outro ritmo ao meio de campo peixeiro. 

O Mundial

Podem dizer que é coisa de torcedor, análise enviesada, ou o que for. Mas, para mim, Mundial é bônus de quem ganha a Libertadores. Disputar uma partida só ou duas, como é hoje em dia, em território neutro (leia-se, no país que pagar mais), em termos técnicos e de “justiça da bola”, nunca me convenceu. O sistema de partidas de ida e volta como as que aconteciam nos anos 60, com cada campeão continental jogando em sua casa, não só davam possibilidades para que um equívoco ou lance de sorte de um jogo não fosse tão determinante, como também permitia que as torcidas locais pudesse ver a decisão. Hoje, ir para a Ásia ver seu clube do coração é impeditivo para a maioria dos torcedores, inclusive para os europeus, que não costumam dar muita bola para o torneio.

Mesmo assim, hoje, no business futebol, o tal do Mundial pode representar muitas pontes e chances de ganho financeiro para os clubes que souberem aproveitar a oportunidade. Isso, considerando que o rival de uma possível final é um time considerado um dos melhores de todos os tempos, no mínimo o melhor do planeta nos últimos 30 anos. O Santos, obviamente, está de olho, e tem mesmo que priorizar a competição, menos pelo valor técnico, mais pelo valor de marketing. Mas que dá dó ver um elenco desses que poderia estar disputando o título patinando... Isso dá.

Pelé contra o Barcelona

A propósito de marketing, o presidente do Santos, Luiz Álvaro de Oliveira, falou que já convenceu Muricy a inscrever Pelé com um dos atletas que podem disputar o Mundial e só falta acertar com o Rei. Uma jogada de marketing em caixa alta, mas é necessário lembrar que se pensava homenagear o Messias Giovanni na final do Campeonato Paulista de 2010 e a disputa se mostrou muito mais acirrada do que seimaginava e o veterano não entrou. Imagine se chegar a uma final contra o Barcelona...

Mesmo assim, sou a favor de toda e qualquer homenagem a Pelé, principalmente por parte do Santos, já que a diretoria anterior não conseguiu se aproximar do eterno dez.

5 comentários:

Leandro disse...

Sou um otimista em relação a esta questão do enfoque que os times dão ao mundial e creio que um dia nossa mente vibrará como a dos times dos outros continentes, que não passam a marcar passo na vida esperando a peleja do mundial quando poderiam conquistar muito mais antes disso.
Um exemplo pioneiro desse modo de pensar e agir, mudando o que deve ser mudado, é o atual Vasco campeão da Copa do Brasil.
Diferente de praticamente todos os outros campeões do Brasil até agora (tirando, talvez, o Corinthians de 2002 e o Cruzeiro de 2003), o time de Dinamite mostra que é possível seguir a vida sem ficar pensando na Libertadores do ano que vem, no mundial, na morte da bezerra ou nas fases da Lua.
Que estes exemplos frutifiquem por aqui, tanto em relação aos próximos campeões do Brasil quanto em relação aos próximos campeões da Libertadores.

Anselmo disse...

o ano já foi bom demais pro santos. se preparar pra jogar com o barcelona é o melhor a fazer pq o time espanhol é dado como o melhor do universo. qqr resultado que não seja uma vitória fácil da turma de messi já tende a ser lucro para os santistas. se surpreender então...

num cenário assim, preocupar-se com o brasileiro seria um erro...

Nicolau disse...

Foi um jogo legal, mais entre muitos no campeonato. Pessoalmente, preferia que o empate tivesse se mantido, a vitória com 10 deu muita moral para o Flu.
Sobre as prioridades, acho que a questão é mesmo, pra variar, o tal do calendário. A Liga dos Campeões termina quase junto com os nacionais europeus, aí todo mundo vai disputando tudo com a mesma vontade - e necessidade, já dos resultados depende a próxima temporada.
E a ideia de levar o Pelé é genial. Mesmo sem entrar, imagina ver o Rei com a camisa 10 antes do jogo, o Messi indo dar um abraço. As fotos vão correr o mundo.

Glauco disse...

Leandro, do jeito que o futebol está hoje, não sepode ignorar as oportunidades do famigerado marketing faturar. É a vida.

Anselmo, torcedor não fica satisfeito nunca, rs. E quanto ao calendário, Nivaldo, é mais fácil esperar a prisão do Maluf do que uma organização decente nas datas do futebol do Brasil (aliás, não só do Brasil, mas da América do Sul).

Leandro disse...

Glauco,
Não deixo de reconhecer que isso, infelizmente, também pesa muitíssimo do lado de cá do Equador e do meridiano, e creio que o início da solução possa estar na unificação de calendários, conforme propõe o Nicolau.
Deixar de encarar o mundial como a busca do Graal, coisa que também destoa muito se compararmos nosso enfoque com o do pessoal dos outros continentes, também ajudaria muitíssimo.
É esperar e torcer para que a ficha caia um dia, pois todo ano tenho a sensação que o Brasileirão tem um ou até dois times a menos que o anunciado.