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sexta-feira, outubro 21, 2011

Um nome para o Itaquerão

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Depois de muito suspense e adiamentos por pelo menos três meses e meio, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou o local das partidas da Copa do Mundo de 2014. A abertura ficou mesmo em São Paulo, apesar da ambição soteropolitana e brasiliense.

Mas na hora de anunciar o futuro estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste da capital paulista, o representante da Fifa só pôde ler: Sao Paulo Stadium.

São Paulo? Ok, é o nome da cidade que sedia a abertura, mas não tem nome a arena? Por ora, nem Andrés Sanchez, presidente da agremiação esportiva, nem Ronaldo Nazário, outrora fenômeno (atualmente só gordinho), têm uma alcunha para o local, que ainda é nada além de um canteiro de obras da Odebrecht.

O Futepoca, numa pesquisa histórico-iconográfica, sugere cinco sugestões de nome para o estádio, considerando-se que, para abrir o Mundial do ludopédio, é preciso agradar tanto a corintianos quanto aos demais brasileiros. Às opções:

Foto: Acervo do Museu do Futebol

Da-Guião
Homenagem a um dos primeiros heróis negros do futebol brasileiro. Mesmo sendo um zagueiro, é até hoje sinônimo e referência de estilo clássico para jogadores da função. Usar o nome de Domingos Da Guia seria ainda uma forma de ludibriar os arquirrivais palmeirenses. É que o filho do elegante defensor, falecido em maio de 2000, foi um dos maiores ídolos alviverdes (Ademir Da Guia, no caso). Ia ter palestrino confundindo as bolas, mas a primazia cronológica poderia garantir alguma superioridade, vá saber? Mais importante do que isso, seria uma homenagem a um grande nome que vestiu a camisa do orgulho dos desportistas do Brasil, e ainda do Flamengo e do Bangu.



Teixeirão
De tanto insistir, Ricardo Teixeira bem que poderia ser um homenageado. Como a obra tem incentivos fiscais da prefeitura paulistana e do governo do estado, também seria uma ironia e tanto. João Havelange, ainda vivo, foi homenageado no Rio de Janeiro, no Engenhão, do Botafogo. Seu ex-genro e sucessor na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também poderia batizar um estádio, para todo mundo lembrar da participação do cidadão. E os corintianos têm, queiram ou não, uma dívida com Teixeira. Sem a persistência dele, seria difícil tirar do Morumbi ou excluir as chances da Arena Palestra Itália de sonhar com o feito.

Foto: Léo Mozela/Wikipedia
Luizinhão
O Pequeno Polegar, nasceu Luiz Trochillo, mas consagrou-se como Luizinho no Corinthians de 1948 a 1967, apesar de brevíssima passagem pelo Juventus da Mooca em 1963. Foi ídolo da conquista do título paulista do bicentenário, em 1954 (o último antes do início da fila de 23 anos, aliás). Mais do que uma homenagem, o "Luizinhão" teria ainda uma vantagem turístico-linguística. Ocorre que diminutivos e aumentativos no idioma de Luís de Camões é difícil para anglófonos, francófonos e outros estrangeiros por questões fonéticas. Ao trabalhar com ambas as variações em um mesmo nome, o estádio contribuiria para a turistada entender melhor o nome de todos os bares do Zezinho, do Pedrão e por aí vai. Multiuso.

Imagem: Reprodução


Dualibão
Alberto Dualib foi presidente do Corinthians de 1993 a 2007. Saiu renunciando, mas acumulou títulos como o primeiro Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, duas das três Copas do Brasil, três dos quatro canecos da série A do Nacional e por aí vai. Mas ele ainda agrada aos rivais: foi o comandante do clube alvinegro no rebaixamento para a Série B, em 2007. Ou seja, fez feliz durante um tempo a Fiel e depois fez felizes os rivais. Bom, né? Tá aí o Fica, Dualib!, promovido pelo Futepoca, que não deixa ninguém aqui mentir sozinho.

Foto: chico saragiotto/Panoramio
Matheusão
Espanhol de berço, Vicente Matheus foi presidente do Corinthians por oito mandatos, convertendo-se em um dos mais longevos cartolas do futebol nacional (que deixa os cinco mandatos de Ricardo Teixeira na CBF no chinelo). Além de ser o presidente alvinegro quando o time saiu da fila, em 1977, consagrou-se por proferir pérolas de sabedoria, o que lhe assegurou um caráter folclórico no universo futebolístico. A homenagem representaria ir além da praça no Bresser, na zona leste paulistana (foto). O melhor seria incluir frases célebres, com tradução para uns oito idiomas (já pensou "O jogo só termina quando acaba" ou "Quem tá na chuva é pra se queimar" em francês? Très chic).

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Qual deve ser o nome ofcial do Itaquerão?

9 comentários:

Glauco disse...

Por justiça histórica e por gratidão, já que Andres Sanchez era diretor e amigo de Alberto Dualib, Dualibão seria uma homenagem bastante significativa.

Leandro disse...

O nome provisório de Estádio de São Paulo acaba por corrigir uma injustiça histórica, já que um dos grandes problemas da ex-Vila de São Paulo de Piratininga é não se chamar Corinthians.
Fica, inclusive, esta sugestão para a Lei Geral da Copa. Que esta metrópole passe a se chamar Corinthians ou, pelo menos, Cidade Corintiana de São Paulo durante o mês da competição.
Mas Luizinhão me parece a homenagem mais adequada entre as aqui propostas.
Nomes como "Estádio do Povo", da "República Popular do Corinthians" ou "Estádio da Democracia" ficariam sujeitos à crítica do lugar-comum, mas Luizinhão também pode ser uma homenagem, digamos, flexibilizada, não apenas ao grande Pequeno Polegar, mas a um outro Luiz, admirador de futebol, maior presidente da história deste país e corintiano roxo, entre outras qualidades.
A gringaiada pode considerar também a existência deste outro apelido ao "Cara", e esta homenagem, merecidíssima também, acabaria fazendo referência à luta de Lula desde o movimento sindical, à sua participação nas Diretas Já e à comoção popular diante de sua eleição e dos oito anos em que segurou as pontas com amplo apoio popular e garra corintiana à frente da nação brasileira.
Sem contar, claro, que qualquer relação direta ou indireta desta homenagem a Lula com o time da Democracia Corintiana e a figuras como Sócrates ou Dom Paulo Evaristo Arns não seria mera coincidência. Tudo concatenado e desembocando num tal SCCP.
Homenagem mais adequada a um ex-chefe de Estado, neste planeta, eu só consigo imaginar uma, levando-se em consideração também a gênese do clube: Batizarem a futura Arena Palestra Itália/WTorre/Tirone de Estádio Benito Mussolini.

Maurício Ayer disse...

É que essa científica enquete foi feita por um parmerista. Tudo bem. Eu sugeriria Manão, porque homenageia todos os manos corintianos e ainda tem uma alusão bíblica ao alimento sagrado que receberam os hebreus a caminho da terra prometida. Ou ainda Lulão, como indica Leandro, porque parece que foi o Lula mesmo quem articulou discretamente e nos bastidores a construção da arena.

Fernando Romano Menezes disse...

Post adolescente, esse.

Anselmo disse...

Agradeço ao Fernando Romano Menezes por remoçar-me em uma boa década e meia.... E eu que achava que a barba me deixava com ares mais velhos...

Sobre as sugestões adicionais de nomes, acho que nem o Juca Kfouri nem outros críticos do Ricardo Teixeira foram tão longe quanto o Leandro ao colocar o presidente eterno da CBF no mesmo hall de Benito Mussolini. Na troça, eu só o tinha comparado ao Dualib e ao Vicente Matheus. Acho que, juntos, estamos no caminho certo.

Leandro disse...

Conclusão que posso tirar das palavras do Anselmo: Todos os nomes citados na sondagem e nos comentários, inclusive os de Luizinho, Lula e Da Guia estão no mesmo balaio de Teixeira e Mussolini.
Eu hein?!?!...

Fernando Romano Menezes disse...

Bom, pelo menos esse post serviu pra alguma coisa, né Anselmo... ;)

Anselmo disse...

Credo, Leandro, quanto mal humor!

Claro que não. Ou devo eu entender que vc fez isso ao sugerir o nome de Mussolini pra Arena Palestra Itália (que, aliás, já tem nome, não precisa de um, ao contrário do que motiva este post)?

Pelo jeito a piada gestada na mesa do bar surtiu ainda mais efeito para irritar corintianos do que este modesto palmeirense ousaria sonhar...

Leandro disse...

Óbvio que não fiz tal confusão, caro Anselmo.
Se tivesse feito, não estaria justamente apontando a sua confusão em meu comentário.
Mas, até por uma questão de reciprocidade, já que as sugestões para o Itaquerão partiram de um "parmerista", como diz o Maurício, tomo a liberdade de insistir na ideia de reconsiderarem o nome do futuro "Porcódromo", pois a homenagem à Itália, digamos que não exprime bem o "ethos" do clube palestrino.