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quarta-feira, novembro 16, 2011

É frescura. Mas se fosse cachaça...

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O segurança está na porta de um shopping center no centro de São Paulo e dialoga aos brados com um colega, à paisana, recém-saído do serviço e aprontado para as 36 horas de folga que se seguem às 12 em ritmo de plantão. A experiência do tempo livre mais recente do que assumiu o posto foi nova, inédita e reveladora. Com a patroa, o segurança foi a outro centro de compras, para adquirir sabe-se lá o quê.

A mulher e ele, empregados, e a vida dá até para agrados. Novo também era o programa pós-consumo.

– A mulher quis tomar café nuns lanches chiques do shopping. Não pense que era barato, porque não era – avisou.

O interlocutor só dava corda, não interrompia.

– Você já tomou café em um lugar desses?

O colega de trabalho disse que já tinha, mas não demonstrou lá muita confiança. É que, enquanto o fardado segurança descrevia o ritual de servir café expresso, o outro hesitava. Era o grão moído na hora, uma bolacha ou docinho qualquer ao pires, um pouco de água com gás para limpar o paladar e todo o barulho que o maquinário produz sob o comando do barista de plantão.

Para alguém acostumado ao café de coador, provavelmente adoçado, aquilo tudo era experimentar coisa muito diferente.

– Eu achei estranho. O café até que era bom, com a espuminha e tudo. Mas aí a moça pega e me põe um copinho. Eu digo: "Que é isso? É pinga". Frescura do cão! Um copinho desse assim de água (gesticula com o indicador e o polegar). Nem tira a sede e ainda dá vontade de tomar uma cana... Frescurada, eu digo.

Mas se fosse cachaça...

3 comentários:

Nicolau disse...

Olha aí a nova classe média, hehe.

Maurício Ayer disse...

A nova classe média tem valores nobres, como a defesa contra a deturpação do uso do copinho de cachaça. Influenciará a velha classe média?

Nicolau disse...

Não creio...