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segunda-feira, dezembro 12, 2011

Cachaça orgânica e vinho no armazém da agricultura familiar

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Uma loja virtual para negociar no atacado e no varejo com cooperativas de agricultura familiar. É a promessa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) com a Rede Brasil Rural. A plataforma vai ser lançada nesta terça-feira, 13, em Porto Alegre, terra do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho (que pouco tem de fazendeiro, mas atende à representação do agronegócio na Esplanada).

A estrutura parece bem pensada, com ferramentas para facilitar o acesso de produtores a editais de licitação para compra de alimentos para merenda escolar. Acontece que Lei da Alimentação Escolar prevê que, no mínimo, 30% dos recursos para a merenda escolar sejam destinados diretamente a agricultores familiares.

 Produtores orgânicos no Paraná são 5 mil

Pode parecer muito, mas agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira, segundo o Censo agropecuário de 2006, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, a atividade ocupa 24,3% da área total dedicada a lavouras e 38% do valor bruto da produção.

Pode parecer, então, pouco, já que em média é dessas propriedades que vem o arroz e feijão nossos de cada xepa. Talvez. O dado objetivo é que muitas prefeituras não conseguem encontrar fornecedores aptos e tem de rebolar para cumprir a legislação.

Mas o ponto alto da história é a possibilidade de comprar insumos e vender alimentos e produtos diretamente ao consumidor final. Com os Correios organizando a logística (toda descentralizada) de retirada e entrega de encomendas e pagamentos seguros pela internet, é possível passear virtualmente pelo Armazém Virtual da Agricultura Familiar.

O primeiro item de interesse comunitário: cachaça orgânica.

Embora o destilado de cana seja, no que tange à maioria dos produtores artesanais, cultivado a partir de plantas sem agrotóxicos nem insumos químicos, são relativamente poucos os rótulos com certificação. E mais difícil ainda é achar a danada feita fora dos principais polos – leia-se as grandes de Minas Gerais e uma ou outra renomada de fora desse circuito.

Outro item que pode ser incluído na cesta de compras do ébrio navegante – mas com consciência social para buscar produtos de qualidade, em uma perspectiva que se aproxima do comércio justo – é o vinho. A explicação para o fenômeno, nesse caso, envolve o fato de que boa parte das 1,6 mil cooperativas pré-inscritas têm sede na região Sul, especialmente no Rio Grande.

A primazia dada aos alcoólicos pelo recorte aplicado neste texto ainda não foi incorporada pelo MDA. Um dia, quando o Manguaça Cidadão for estruturado, isso muda. Considere-se que é Dilma Rousseff quem vai participar do lançamento do programa, e não Luiz Inácio Lula da Silva, cuja posição sobre o universo etílico era sabidamente mais alinhada à do Futepoca.

No Armazém, há ainda queijos finos, sucos, artesanato e cosméticos produzidos a base de matérias-primas brasileiras. Detalhes, detalhes.

Atualização às 13h10 de 15/12/2011:

O Rede Brasil Rural fica em www.redebrasilrural.mda.gov.br

1 comentários:

Leandro disse...

Eu que já tinha entrado de cabeça na campanha (http://www.mst.org.br/Campanha-contra-o-uso-de-agrotoxicos) agora vou "mergulhar", quase que literalmente, neste "mé" orgânico.
Estou dentro e não abro.