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quarta-feira, dezembro 14, 2011

Santos afasta Mazembe japonês e vai à final do Mundial

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O título acima não é só uma ideia fraca de edição. O espectro do time africano pairava – como acho que vai pairar por algum tempo para os times brasileiros – e os jogadores do Santos pareceram sentir isso durante os 90 minutos da peleja contra o Kashiwa Reysol. Não era só a ansiedade da estreia que atrapalhou o desempenho da equipe, que até pintou que iria golear após marcar 2 a 0, mas essa tensão que o Inter deixou como legado para seus conterrâneos vindouros.

Depois de um primeiro tempo bom da equipe santista, o segundo foi bem abaixo, e os japoneses chegaram a se animar. Mesmo assim, tomaram duas bolas na trave e Danilo perdeu um gol na cara de Sugeno, após assistência de Neymar. Não, não foi uma partida de encher os olhos, mas a vantagem de dois gols em uma semifinal é a maior de um time brasileiro desde que o campeonato passou a ser disputado com esse formato, em 2005. Naquele ano, o São Paulo passou pelo Al Itthad por 3 a 2 e, em 2006, o Inter superou por 2 a 1 o Al-Ahly. Mas há alguns fatos para se preocupar.

Joga nada esse moleque... (Leandro Amaral/Divulgação)
Primeiro, essa foi uma das piores partidas da zaga peixeira no ano. Dracena, Bruno Rodrigo e Durval abusaram do direito de ser lentos e o miolo, em especial, rifou a bola como pôde boa parte do tempo. Por conta disso, Muricy já cogita a volta de Léo, o que seria o mais acertado, mesmo que ele não tenha plenas condições físicas. O time ganharia uma opção de saída de bola e mais velocidade e toque na lateral esquerda.
  
Outro ponto é o meio de campo. Elano, pós-contusão, consegue ser um pouco pior do que o Elano pré-contusão, que já não vinha atuando bem. Só é titular porque Adriano está contundido. Aliás, o setor do meio de campo foi o mais castigado pelas lesões na temporada: vários atletas ficaram pelo menos um mês fora de jogo, entre titulares e reservas. Sem uma formação sólida no setor, a zaga sofre ainda mais. Na partida contra o Barcelona, certamente o meio jogará mais próximo da defesa, mas há de se temer a fragilidade na área onde os catalães dominam.

Pontos positivos? Bom, esse time tem Neymar. Como disse Mauro Beting no Twitter: “O gol que o destro Neymar fez de pé esquerdo poucos craques canhotos fariam”. Não, o garoto pode ainda não ser melhor que Messi, mas sua esquerda já é melhor que a direita do argentino. E o Alvinegro tem Borges, que aparece pouco, mas fez um tento que lhe dá confiança para aproveitar as minguadas oportunidades que vão aparecer contra os espanhóis (sim, estou dando de barato que o Braça está na final).

Tem mais no domingo (Ivan Sartori/Santos FC)
E há PH Ganso. O rapaz que acha que fez um grande negócio ao vender parte dos seus direitos econômicos ao grupo que só fez com que ele perdesse dinheiro em todo o ano de 2011. Segundo Caio Ribeiro, foi o melhor do time porque soube “controlar o jogo”. Não, não foi. De fato, ele marcou. Decerto, prendeu a bola. Mas... quantos chutes deu? E quantas assistências? De um camisa dez como Ganso espero lances de genialidade, que ele faça a bola correr com um toque só, como tantas vezes poderia ter feito quando Danilo se ofereceu na direita. Neymar, quando voltou para o meio, armou mais que ele.

Contra o Barcelona, a obrigação não estará mais sobre os ombros e a equipe pode jogar mais solta. Contudo, para ser campeão mundial, o time precisa de Ganso. Oxalá ele faça companhia a Neymar no domingo e seja também protagonista de uma partida histórica.

9 comentários:

Anselmo disse...

maldade com o nelsinho baptista.

agora, a pontaria dos santistas tava apuradíssima.

ouso dizer que se o santos não gastou toda a precisão na pontaria com os japoneses, é campeão fácil... agora, se o santos tiver gasto 10% da sorte com falta de pontaria por adversários ao quadrado, vai tomar piaba do time do Catar (sim, porque o Al Sadd vai ganhar do barcelona).

Profetizei. Quem não viver, não verá.

P.S.: Tudo bem que com secadas como essas eu nunca vou achar emprego de profeta, mas a gente precisa praticar de vez em quando

Nicolau disse...

Achei que o Santos entrou para treinar mesmo pro jogo contra o Barcelona. Deixou os japoneses com 57% de posse de bola no primeiro tempo, chegou em contra-ataques e marcou em jogadas individuais. Mas se a defesa manter o nível de hoje, mesmo com todas essa proteção, fica difícil. Torço por um jogão.

Moriti disse...

O Santos resolveu a parada em três lances individuais. O coletivo deixou a desejar.

Se deixar a bola nos pés do Barcelona como deixou hoje nos dos japoneses e a defesa errar tanto na saída de jogo, vai ser complicado no domingo.

O que se deve levar em conta é que estreia de favorito no Mundial é sempre complicada. Se ganhar, não fez mais que a obrigação. Se perder, vexame. Contra o Barça, o Santos deve ficar mais à vontade.

Camisas do Ronaldinho disse...

É o Santos deixou sua marquinha como sempre...os torcedores estavam em aflições pelo resultado

Glauco disse...

Quanto à posse de bola, Nivaldo, ao todo foi 52% a 48% para o time japonês, mas isso tem a ver também com o estilo de jogo. Se uma equipe dribla mais ou tenta chegar mais rápido ao ataque, vai ter menos posse de bola.

Pra ficar com mais posse de bola que o Barcelona, que privilegia a troca de passes, só jogando do mesmo jeito e tendo atletas com condição técnica parecida. Ou seja, é impossível. Mas é bom lembrar que nem sempre quem tem mais posse de bola joga melhor e, ainda que jogue, não assegura a vitória.

O Liverpool contra o São Paulo em 2005 é um exemplo disso. O time europeu teve 62% de posse de bola e dominou todos os outros quesitos mensuráveis, 21 finalizações contra cinco, 17 escanteios a zero. Mas perdeu o jogo. Claro que o Barcelona é melhor que aquele Liverpool, mas o Santos tem jogadores que podem fazer a diferença. Dá pra sonhar um pouco.

Nicolau disse...

Com certeza posse de bola e fundamentos - com exceção do fundamento gol, rs - não são definitivos. Só chamei a atenção para o estilo de jogo que o Muricy usa no Santos e que deve ser a tônica contra o Barça. Quero dizer, se for pra falar de futebol antes do jogo, tem que ter alguma base, e os números e estilos de jogo são um começo, rs.

Como você disse, o Barcelona é melhor que aquele Liverpool. Mas o Santos também é melhor que aquele São Paulo. Mas se o jogo for aquele massacre, não sei se tem a sorte do tricolor pra segurar a onda, hehe.

Anselmo disse...

primeiro, igualdade de direitos diferentes: sonhadores têm tanto direito de sonhar quanto os secadores de secar. O que eu ainda não sei o que é "secagem que se seca junto" (se o fórum for o Minhoca, eu sei que é realidade, mas se for outro, de fato não estou seguro).

piadas internas à parte, a melhor chance do santos realmente tá no favoritismo do Barcelona. Qqr resultado diferente de uma vitória dos catalães é zebra. O q não quer dizer q é impossível. O Messi, por exemplo, já andou desaparecendo de jogos decisivos... e os azul-grenás ainda perderam o David Villa. Mas são elementos que em nada mudam as listras e o porte da zebra que seria uma vitória santista... e, nesse caso, ser zebra não é nenhum demérito, nenhuma diminuição...

Glauco disse...

Mas, se não tiver alguma sorte contra o Barcelona, Nivaldo, melhor desistir, o goleiro do Al Sadd que o diga... rs.

Quanto à zebra, depende do conceito da mesma, discussão para o fórum adequado. Se quando o favorito não ganha é zebra, blz, se for um resultado muuuuito anormal, não é zebra. Mas o Santos tem história pra fazer frente ao Barcelona, o Guardiola, que foi treinado pelo Zé Macia, vulgo Pepe, sabe disso. Se vai ter bola, são outros quinhentos...

Quanto ao Minhoca (ver aqui e aqui), estará fechado domingo. Já é alguma coisa... rs

Leandro disse...

Não vejo toda a disparidade que tenho ouvido de comentaristas e torcedores por aí.
Já ouvi coisas do tipo 90% contra 10%, 80% contra 20%. Dessas coisas que só Nelson Rodrigues explicaria...
Tudo bem que o Barcelona tenha algum favoritismo se analisarmos do goleiro ao ponta-esquerda, mas se o Santos não fizer como SPFC/2005 e Internacional/2006, 95% do tempo se defendendo em jogos de ataque contra defesa em que "acharam" um gol e não tomaram por questões de sorte ou de apito, se pelo contrário, marcar bem a saída de bola dos espanhóis (estou me lixando para as questões separatistas dos catalães até que o mapa mundi seja alterado), as chances aumentam bastante e acho que uma possibilidade de vitória nem precisa ser chamada de "sonho" no sentido de algo quase inatingível.
Além disso, o enfoque e o nível de preparação específica para o jogo e para o próprio torneio, em si, são fatores que pesam a favor do Santos.
E se a espanholada conhece pouco do time do Muricy, conforme confessou Guardiola, basta o Neymar meter uma caneta num dos figurões deles, como fez o Edilson em 2000.
Quem sabe aí eles passam a concordar que entre os três melhores do mundo ele pode figurar, bem como, que p/ se ter diploma de técnico bom o cara tem que vir para a jaula dos leões aqui no "vértice da humanidade" também em termos futebolísticos, já diria Walter Withman.
Só acho desnecessário esse lance de ir aos jogos dos adversários se expor e enfrentar um frio inclemente, principalmente neste caso, no jogo do Barcelona, pois até onde se sabe, ninguém deles foi aos jogos de nenhum dos prováveis adversários. Dá aos súditos de Juanito "¿Por que no te callas?" um "cartaz" que não precisariam ter.