Destaques

sábado, março 12, 2011

Santos 2 X 1 Botafogo - Ganso volta, marca e dá vitória ao Alvinegro

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Santos e Botafogo fizeram uma partida que poderia ter tido só 45 minutos, a etapa final. Foi após o intervalo que saíram os três gols do jogo e nos dez primeiros minutos que Paulo Henrique Ganso, sete meses afastado dos gramados, decidiu a vitória santista.

O cenário para o retorno era o ideal: a Vila Belmiro, um adversário fraco e um Santos que buscou o gol quase todo o tempo, embora tenha tido dificuldades no primeiro tempo. Ganso deu o lindo passe para Zé Eduardo dar a assistência a Elano, artilheiro do Paulista, marcar seu nono gol no campeonato. E Pará, no mesmo lado direito, deu um passe de camisa dez para Zé Love, que tocou para o gol do armador paraense.

Ganso mostrou disposição durante os 45 minutos. Foi perigoso sempre quando foi à frente, recuou para buscar a bola quando foi necessário, protegeu a bola como sempre costumou fazer, atuou de cabeça erguida o tempo todo. Deu passe de calcanhar por baixo das pernas do rival e causou uma expulsão no fim do jogo ao dar um passe de classe que irritou Fernando Miguel.



Só vendo o retorno de Ganso pode-se ter uma noção de como ele fez falta durante esse tempo não só para o Santos, mas para o futebol brasileiro. Hoje, é quase um dos únicos armadores presente nops gramados e vê-lo atuar remete aos meias clássicos e outros nem tanto que faziam tal função nos campos tupiniquins, mas esse tipo de jogador foi sendo deixado de lado e preterido por esquemas que privilegiam marcadores, velocistas e carregadores de bola. O pensador, o organizador do jogo, só pode sobreviver no futebol atual se tiver muito talento e participar sem a bola, fechando espaços e marcando. Ganso faz isso como poucos e mostrou isso de novo pra quem teve o privilégio de ver o seu retorno. Bem vindo a sua casa, camisa dez.

sexta-feira, março 11, 2011

Milagres acontecem!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

"Dinheiro não é tudo na vida e nada paga a felicidade que sinto por voltar a vestir a camisa do meu time de coração. Devo tudo que tenho ao São Paulo, tenham certeza que suarei muito essa camisa e irei fazer muitos gols. Faz tempo que fico me imaginando saindo do túnel do Morumbi para entrar em campo olhando nossa torcida maravilhosa."

Luís Fabiano, ao acertar, hoje, contrato para jogar mais quatro temporadas pelo São Paulo, que pagará 7,6 milhões de euros - cerca de R$ 17,6 milhões - ao Sevilha (o acerto será feito em parcelas durante os próximos quatro anos). O atacante abriu mão do valor que teria direito a receber do clube espanhol no final da temporada. Na primeira passagem pelo São Paulo, entre 2001 e 2004, Luís Fabiano marcou 118 gols e já é o 11º maior artilheiro da história do clube. Seja muito bem vindo!

São Paulo 2 x 0 Ituano. Falta 'só' vencer clássicos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O São Paulo venceu o Ituano por 2 a 0 (gols de Jean e Dagoberto) na noite desta quinta-feira, no Morumbi, e assumiu a liderança do Paulistão, com os mesmos 25 pontos dos rivais Corinthians, Palmeiras e Santos, mas com uma vitória a mais. O jogo foi monótono e confirmou que, fora os chamados "quatro grandes" do futebol paulista, só a Ponte Preta, que venceu São Paulo e Corinthians em jogos na capital, pode dar algum trabalho. O resto, infelizmente, é resto.

Por isso, a vitória sobre o fraco Ituano não diz muito sobre as chances reais do Tricolor no campeonato. Derrotado facilmente pelo Santos e tendo suado para empatar com o Palmeiras, com um homem a menos, o São Paulo passará por seu grande teste no próximo dia 27, contra o Corinthians. Afinal, se passar para a próxima fase da competição (o que deve acontecer), terá de encarar os rivais no mata-mata. E isso tem sido um pesadelo para o time nos últimos anos.

Perdeu na semifinal para o Palmeiras em 2008, depois para o Corinthians, em 2009, e para o Santos, ano passado. Sintomaticamente, os três adversários foram campeões estaduais na sequência dessas vitórias - título que o São Paulo não vê há seis anos. Desfalcado de Lucas, que foi convocado para a seleção brasileira, carente de um centroavante de área (não é bem o caso de Wiliam José) e com a eterna fragilidade defensiva pelo lado direito, o time de Carpegiani vai mostrar no clássico contra o Corinthias o que, de fato, se pode esperar - ou não - nesta temporada. A ver.

quinta-feira, março 10, 2011

Santos 3 X 0 Portuguesa - o carnaval de Neymar

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Já havia dito aqui que Neymar merecia um descanso. Conseguiu. Três dias de folga, paradas em Salvador e Rio de Janeiro junto com a família, que esteve distante dele durante mais de um mês no início de 2011. Bom pra arejar a cabeça e “mudar o foco”, como dizem os boleiros.

O resultado do descanso se viu contra a Lusa. Não que Neymar não tenha jogado bem contra o Cerro Porteño e tido lampejos nas outras três pelejas que disputou pelo Peixe no ano. Mas não havia marcado nenhum gol, o que incomoda o atleta e o torcedor. Na vitória por 3 a 0, Neymar marcou em dose dupla, com dois belos gols. Além dos tentos, uma assistência igualmente bonita para Léo, que também não tinha marcado em 2011, fazer o terceiro.

Foi um Santos diferente daquele que bateu o Oeste. Claro, contou com a volta de Neymar, Elano e Léo e, ao invés das trocas de passe, o time foi mais incisivo, jogando principalmente pelos lados do campo. O maior volume ofensivo peixeiro foi evidente durante os 90 minutos e se não fosse a marcação à distância na frente da área alvinegra, a Portuguesa pouco teria chegado. Mesmo assim, conseguiu uma bola na trave na primeira etapa e exigiu três defesas de Rafael quando o jogo já estava 3 a 0.

Mais que falar, vale ver os gols de Neymar. Bem que o ano poderia ter mais uns quatro carnavais pelo menos...


quarta-feira, março 09, 2011

Lacerda virou 'Corvo' no velório de um manguaça

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Carlos Lacerda (1914-1977) foi jornalista e político de destaque entre as décadas de 1930 e 1960, quando chegou a governar o extinto Estado da Guanabara e, não fosse o golpe militar de 1964 (que ele próprio apoiou e insuflou), teria grandes chances nas eleições presidenciais do ano seguinte. No jornalismo, acabou criando no Brasil um tipo de atuação que ainda hoje presenciamos e lamentamos, de total falta de escrúpulos e da falta de cerimônias em difamar, caluniar, distorcer, mentir e insuflar a população contra regimes democraticamente constituídos. Sua campanha virulenta contra Getúlio Vargas no jornal Tribuna da Imprensa fez com que sofresse um atentado à mando do capanga presidencial, Gregório Fortunato, o que aceleraria a crise política e desembocaria no suicídio de Vargas, na tentativa de golpe para impedir a posse de Juscelino Kubitschek após as eleições de 1955, na renúncia de Jânio Quadros em 1961, no golpe do parlamentarismo contra João Goulart e, finalmente, na ditadura militar que assolou o país por mais de 20 anos.

Por tudo isso, Lacerda ganhou o apelido de "Corvo", alusão à sua figura sinistra que sobrevoava ameaçadoramente o panorama político do país naqueles tempos (como na charge à esquerda). Mas a história por trás desse apelido tem uma curiodade jornalística - e "cachacística", por assim dizer. No conturbado ano de 1954, que culminaria na tragédia do suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto, uma outra morte causou comoção nacional. O livro "Histórias de um repórter" (Editora Record, 1988), do excepcional - e já falecido - jornalista cearense Edmar Morel, recorda o desenrolar daqueles acontecimentos no Rio de Janeiro, então capital federal: "O repórter Nestor Moreira, de A Noite, em seu natural estado de embriaguez, teve uma discussão com um motorista de táxi. Ambos foram parar no 2º Distrito Policial, em Copacabana. Horas depois, Nestor se internou no Hospital Miguel Couto, entre a vida e a morte. O que acontecera?".

Prossegue o livro: "Estava apurando o assunto na delegacia quando um preso me confidenciou: 'Foi o Coice de Mula'. Consegui penetrar no hospital e tive a sorte de encontrar Nestor Moreira num momento de lucidez. O moribundo confirmou. Estourava o escândalo, que ganhou todos os jornais. 'Coice de Mula' era o sugestivo apelido do policial Paulo Peixoto, que agredira o jornalista a pontapés, causando grave hemorragia. Nestor Moreira morreu a 22 de maio em consequência dos ferimentos, causando comoção nacional. O enterro foi uma verdadeira consagração. Mais de duzentas mil pessoas acompanharam o cortejo". E, segundo o livro escrito por Morel, foi justamente nessa ocasião que Carlos Lacerda ganhou seu apelido indesejado, criado por outro jornalista presente ao velório, seu ferrenho inimigo Samuel Wainer (foto acima), dono do jornal getulista Última Hora.

No livro de memórias "Minha razão de viver" (Editora Record, 1988), Wainer relembrou o episódio: "Lacerda estava vestido de preto dos pés à cabeça, aspecto solene, rosto compungido, ar sofredor. Era o retrato da revolta humana à violência cometida contra um humilde jornalista, vítima da arbitrariedade política. Quando vi a cena, senti-me enjoado. '-Vou embora', disse a Octávio Malta. 'Não aguento ver a cara desse corvo na minha frente'. Sempre que ocorria alguma morte interessante, lá estava Carlos Lacerda. Era um corvo". "Nesse momento", relatou Edmar Morel, "surgia o apelido de 'Corvo', que passaria a ser largamente usado pelos inimigos de Lacerda". E foi assim, no enterro de um jornalista cachaceiro (pleonasmo), que um das figuras mais nefastas do jornalismo e da política no Brasil ganhou sua alcunha definitiva. Infelizmente, porém, seu estilo carniceiro e mau caráter de fazer "jornalismo" ainda é praticado em alguns dos "grandes" jornais e revistas do país...

Wikileaks: Para cônsul, crise econômica e eleições ampliaram influência de sindicatos no Brasil

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Na análise da estrutura diplomática dos Estados Unidos no Brasil, os sindicatos viram sua influência crescer nos oito anos de governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A superação da crise econômica de 2008-2009 e a perspectiva das eleições presidenciais indicavam expansão dessa ascendência, ainda na visão dos estadunidenses em missão no país.

Em telegrama do quinto lote vazado pelo Wikileaks para blogues, Thomas White, cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, relata encontros entre Ron Kirk, representante comercial do governo Barack Obama, e membros de sindicatos e centrais sindicais. O documento é datado de 13 de outubro de 2009, pouco menos de um mês depois da visita de Kirk ao país, em 16 de setembro.

Apesar dos atuais desafios econômicos globais e de uma rodada de greves recentes nos bancos, indústria automotiva e nos Correios, o sentimento expresso pelos sindicalistas no contato com Kirk e em reunião posterior (de follow-up) no consulado, demonstrou que, sob o governo Lula os sindicatos organizados tiveram sua voz sendo ouvida em questões sociais, políticas e econômicas. "À medida que o Brasil sai da crise econômica e move-se para eleições nacionais em 2010, os sindicatos terão maiores oportunidades para expandir sua influência", diz o texto.

Quem participou da reunião, na ordem elencada pelo telegrama, foi

  • Ivan Gonzalez, coordenador político da Confederação Sindical das Américas (CSA) – à qual são filiadas CUT, Força Sindical e UGT
  • Braz Agostinho Albertini, presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp)
  • Joao Carlos Goncalves, o Juruna, secretário geral da Força Sindical
  • Ortelio Palacio Cuesta, secretário de assuntos internacionais da Força Sindical
  • Lourenco Ferreira do Prado, vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
  • Caninde Pegado, secretário Geral da UGT
  • Maria Silvia Portela de Castro, assessora internacional da CEntral Única dos Trabalhadores (CUT) – "Sole Center of Workers", na tradução livre; e
  • Brian Finnegan, diretor para o Brasil do Centro de Solidariedade da AFL-CIO.

Protecionistas mas limpinhos
A imagem não é fácil de ser imaginada, sindicalistas na mesma mesa com um representante comercial dos Estados Unidos. Sem nenhuma reivindicação nem qualquer belicosidade no ar. Mas é assim que é descrito o encontro.

Os sindicalistas no Brasil têm, na definição de White, "visões protecionistas/pró-política industrial". No entanto, ainda segundo o cônsul, eles mostraram-se dispostos a encontrar e se envolver com o representante comercial – "um sinal que vemos como positivo", relata White.

Na perspectiva da embaixada, o contato entre o membro do governo dos EUA e os sindicalistas foi quase toda positiva, com exceção de algumas demandas por saber mais sobre a política de Obama para a área comercial.

De olho na cana
A inclusão do representante da Fetaesp, um dos sindicatos relacionados a trabalhadores rurais do setor sucroalcooleiro, pode indicar interesse comercial dos Estados Unidos sobre a questão. As denúncias internacionais de superexploração dos boias-frias são motivo de preocupação dos usineiros, a ponto de a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única) ter assinado um protocolo com garantias de fim da intermediação de mão de obra.

O etanol produzido do milho é um concorrente internacional do obtido a partir da cana. O impacto social do cultivo da cana (além do dano relacionado às queimadas para permitir a entrada dos trabalhadores no corte) sempre aparece entre os aspectos negativos do álcool combustível produzido no Brasil. Em telegrama divulgado anteriormente, há menção à informalidade na contratação dos boias-frias.

No telegrama em questão, relata-se que Albertino considera que a forma preferida por empregadores para a remuneração, o pagamento por peso cortado – e não por hora trabalhada –, é um dos vilões. O texto cita leis estaduais e acordos entre usineiros comprometendo-se a mecanizar toda a produção até 2014 e a consequente onda desemprego de trabalhadores de baixa qualificação profissional.

"Expressando a frustração de alguns dos cortadores (de cana), ele (Albertino) reclamou: 'há mais leis regulando a proteção dos animais criados na pecuária do que dos cortadores de cana'", completa o cônsul.

Parceria
No final da conversa, tanto Juruna quanto Silvia Portela teriam cogitado a possibilidade de a estrutura consular dos EUA oferecer, em algum tipo de parceria com os sindicatos ou com as centrais sindicais, cursos de inglês ou programas de intercâmbio para jovens em cursos profissionalizantes. Nenhuma resposta consta no documento. Mas mostra que o pessoal não perde tempo.

Leia também sobre o quinto lote de telegramas:

Blocos anteriores

Wikileaks: Bolsa Família é "quase direito sacrossanto" no Brasil, diz telegrama

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O programa Bolsa Família virou parte da infraestrutura da política brasileira, "quase um direito sacrossanto" no debate eleitoral, segundo a análise da embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Em telegrama assinado por Lisa Kubiske, ministra conselheira da embaixada, o programa Bolsa Família é analisado, para discutir sua eficiência e seus impactos políticos, econômicos e sociais.

O documento é apenas um do quinto lote de telegramas vazados do Wikileaks para blogues, cujo recorte é Eleição 2010. São 23 mensagens, de 2009, ocupando 51 páginas. Da articulação de alianças à crise no Senado, quando José Sarney (PMDB-AP) foi bombardeado por denúncias envolvendo a fundação que leva seu nome e os atos secretos na Casa, tem história a rodo.

"Independentemente da habilidade ou do desejo do Brasil de enfrentar as condições degradantes que atingem a população pobre do país, o Bolsa Família é politicamente popular e, como resultado, nenhum candidato na eleição presidencial do próximo ano (2010) vai se dispor a mudá-lo", previa a funcionária em 2009. "O programa parece ter se tornado uma parte permanente da infraestrutura política do Brasil – quase um direito sacrossanto – assegurando que está aqui para ficar", completa.

O conjunto exposto é embasado em dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) – aquele aparelhado ideologicamente pela esquerda, sabe? – e do Banco Mundial, além de quatro conversas-entrevistas. Neste último grupo, os interlocutores citados foram o economista da Fundação Getúlio Vargas, Andre Portela Souza, a coordenadora da Fundação Tide Setubal Paula Galeano, Alexandre Marinis, colunista da Bloomberg no Brasil sobre política econômica, e um assistente social não nominado. Bem mais embasado do que a média dos telegramas (que faz relatórios do que sai na mídia) e até do que muita reportagem que se lê por aí.

Datado de 1º de setembro de 2009, o texto cita avanços do país na redução da desigualdade, com a melhoria do coeficiente de Gini, mas também alguns desafios. Além de questões operacionais, como garantir que as crianças das famílias atendidas estejam, de fato, matriculadas em escolas, há a qualidade do ensino. A evidência para trazer o tópico no telegrama é um estudo do Ipea, com base em dados do escritório no Brasil do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que conclui que a pobreza teria sido diminuída em apenas três pontos percentuais (de 25% para 22%) se o programa tivesse sido implantado há 30 anos.

A necessidade de uma "reforma educacional" é apresentada como um imperativo para o Brasil. Os detalhes ou direções dessas mudanças não são desenhadas pelos diplomatas – nem, tampouco, nenhum "interesse americano" aparece citado no caso (ufa!). Mudanças promovidas pelo Ministério da Educação estariam buscando a melhoria da qualidade, diante da inclusão de crianças antes marginalizadas.

Apesar de citar estudos que apontam pouca evidência de que o programa estivesse ajudando a reduzir o trabalho infantil, o telegrama dá crédito a empregadores do setor de cana-de-açúcar de Pernambuco e Alagoas (usineiros) que dizem estar difícil contratar boias-frias, que prefeririam ganhar o Bolsa Família a trabalhar. Quer dizer, corrobora a ideia (em grande medida preconceituosa) de que o programa cria grupos avessos ao trabalho, devido a seu caráter assistencialista ou algo assim. Isso se choca com o teor da própria exposição de todo o telegrama, que não toma a política pública como tal. Mas está lá.

O resumo da análise:
"O Bolsa Família melhorou as condições de vida cotidiana para os brasileiros mais pobres. A transferência de renda, no entanto, não vai resolver os significativos problemas estruturais – principalmente o fraco sistema público de educação – que continua a prejudicar objetivos de mobilidade e oportunidade sociais e econômicos de longo prazo. O PBF também sofre de desafios operacionais que podem ser mais facilmente resolvidos, incluindo: construir um registro mais completo, criar um sistema de gerenciamento moderno e mais adequado, e eventualmente propor uma estratégia de saída para os beneficiários. No entanto, para avançar nas metas chave do PBF em longo prazo de ascensão social, uma reforma educacional aparece como uma necessidade crítica."

Jájá tem mais.

Leia também sobre o quinto lote de telegramas:


Blocos anteriores

terça-feira, março 08, 2011

Jucilei e a Gaviões: torcida cobra jogador? Jogador cobra a torcida (Ou não)

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Quem segue o Twitter do ex-corintiano Jucilei, viu um tweet em que o atleta teria aproveitado para dar uma vingadinha em cima da Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians famosa por cobrar, muitas vezes de forma pouco delicada, os atletas do time. A onda pelo Twitter teria se dado por conta do desempenho da "torcida que samba" no carnaval: quinto lugar, ficando atrás da rival Mancha Verde.

Todas as condicionais do parágrafo acima se devem ao fato de que Jucilei, mais tarde, apagou o dito tweet dizendo que sua conta na rede social tinha sido invadida. Disse ele: "Galera meu primo acabou de ligar dizendo que tem uma mensagem estranha no meu twitter.... Eu li e alguem escreveu essa besteira..". Na sequência, falou que "Eu so (sic) tenho a agradecer ao Corinthians e toda a torcida por tudo quebaconteceu (sic) na minha carreira. Valeu galera". Pra quem não viu, a mensagem apagada está aqui:


Especulações claro que já surgiram, mas se o jogador diz que não escreveu, que se dê crédito a ele. De qualquer forma, fica a lição: torcedor que acha que agredir jogador, quebrar carro, fazer emboscada, não interfere (negativamente) no desempenho e na decisão de atletas para permanecerem no clube, melhor repensar seus métodos...

O narrador Milton Leite também aproveitou pra questionar:


Atualizado às 20:55.

segunda-feira, março 07, 2011

O carnaval de Raul Seixas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Raul Seixas cantando marchinhas de carnaval com um dos ícones da Jovem Guarda, Wanderléia. Isso aconteceu num clipe produzido para o interminável Fantástico, em 1978. Claro que, com sarcasmo e ironias habituais, Raulzito faz sua interpretação própria, no jeito de cantar e no gestual, às pueris (algumas nem tanto) cantigas carnavalescas de outrora...



Mas outro fato que pode despertar a curiosidade de muitos é o fato de Raul se apresentar sem barba e bigode e com cabelos curtos. Para trabalhar as músicas do álbum O dia em que a Terra parou, ele adotou esse novo visual, estranho à maioria dos fãs, mas que seria abandonado à frente. Foi assim que ele gravou o clipe de Maluco Beleza (clique aqui para ver), uma das canções do LP, e também proporcionou outras cenas curiosas. Como, por exemplo, a do vídeo abaixo, em que ele se passa por um imitador dele mesmo em Vitória (ES). Vale ver:

domingo, março 06, 2011

Oeste 0 X 2 Santos - Martelotte e o "DNA ofensivo"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Não foi nenhum show, mas depois de quatro partidas de jejum, a vitória do Santos sobre o Oeste, em Itápolis, serviu ao menos para que o torcedor passasse um carnaval mais tranquilo. Sem Arouca, contundido, Elano e Léo, gripados, e Neymar, que finalmente teve merecida folga, o Peixe contou com Zé Eduardo, autor dos dois gols da partida e vice-artilheiro do campeonato, para superar o Palmeiras na tabela de classificação e ir à quarta posição, três pontos atrás do líder Corinthians.

O interino (por enquanto) Marcelo Martelotte colocou Zé Eduardo e Maikon Leite na frente, com Diogo fazendo as vezes de ponta de lança e jogando mais próximo do ataque. Na meia, começou com Adriano, Danilo e Felipe Anderson. No papel, uma equipe mais ofensiva que as últimas formações de Adílson Batista, ainda mais levando-se conta que o ala direito Jonathan frequentou bastante o ataque, com Adriano fazendo a cobertura no setor. Mas o decorrer do jogo mostrou que a disposição ofensiva não era tanta assim.

O Oeste começou pressionando, mas logo o Santos equilibrou a partida. Com a expulsão do atacante Fábio Santos aos 30 do primeiro tempo, por uma entrada criminosa em Adriano, a missão peixeira ficou menos difícil. O pênalti em Zé Eduardo, convertido pelo mesmo, no fim da primeira etapa, facilitou ainda mais.
Mas o que se viu, mesmo quando estava onze contra onze, foi um Santos que não tinha as lacunas no meio de campo com excesso de passes longos, como em boa parte da era Adílson Batista, mas uma equipe que toca, e muito, a bola, porém, muitas vezes sem qualquer volúpia ofensiva. Nesses 90 minutos, foram 575 passes trocados (41 errados), mais que o dobro do rival (249 e 25 errados). Mas verificando quem foram os maiores passadores, nota-se onde tais passes foram feitos: Edu Dracena, 80, e Durval, 75 bolas tocadas para companheiros.

Não que o Santos não tenha o toque de bola no seu “DNA”, parafraseando o presidente do clube. A diferença é que ontem, por várias vezes, o Peixe tocou a bola não para esperar uma grande oportunidade ofensiva, mas para passar o tempo e/ou fazer a marcação do time do interior cansar. E isso significou perder contra-ataques preciosos, em função também de jogadores que mataram esses contragolpes, como Diogo e, principalmente, o jovem – e acredito, promissor – Felipe Anderson. Quando Róbson entrou no lugar do último, aliás, deu um belo passe para Zé Eduardo marcar a eliminar as possibilidades do adversário. O meia deu um pouco mais de velocidade ao jogo, o que faltou durante quase todo o tempo, mas ainda foi pouco.


Agora, fala-se da efetivação de Martelotte. É preciso lembrar a justificativa do presidente Luís Álvaro Ribeiro para demitir Adílson Batista. Disse ele que “ [Adílson] era um técnico que jogava para frente, adepto do futebol ofensivo, que faz parte da nossa história, da nossa composição celular. Foi com essa expectativa que imaginamos que o Adilson faria um bom trabalho. (...) Mais do que isso, a postura dentro de campo. Entramos com três volantes na Venezuela (contra o Deportivo Táchira, pela Libertadores). O Colo Colo, mais audacioso, fez 4 a 2 lá. Essas coisas foram nos preocupando, pois o DNA do Santos estava sendo mudado e isso não nos servia”.

Maravilha, presidente. Estou de acordo que, por mim, o Santos sempre vai jogar pra frente porque essa é a história do clube, que é o time profissional que mais marcou gols na Terra. Mas vamos ver com quantos volantes o Santos terminou a partida de ontem... opa, três, Possebon, Danilo e Pará! Contra um adversário com um a menos. Claro, as circunstâncias eram outras e um interino tem sempre a cautela como palavra de ordem. Mas Martelotte foi técnico do Alvinegro no ano passado e não percebi nenhuma afinidade com o DNA ofensivo. Para recordar, a campanha do hoje interino somou cinco vitórias, seis empates e cinco derrotas, aproveitamento pior que o de Adílson. Foram 29 gols marcados, 1,8 por partida. O de Adílson foi 2,09 e, ressaltando-se, obviamente, a diferença entre competições, não parece que o hoje interino tenha mais requisitos que o credenciem a não ser o "bom relacionamento com o elenco", argumento repetido à exaustão e que revela um dos principais motivos da demissão do técnico anterior. Só uma aposta no nível da que o Flamengo fez com Andrade, que foi de tiro curto mas até bem sucedida, justificaria a efetivação de Martelotte. Mas também evidenciaria que o planejamento deu errado.

Aliás, se Muricy Ramalho ou Felipão voltarem ao mercado em breve, será que eles eriam sondados ainda que não tenham muito DNA ofensivo?