Destaques

sábado, junho 11, 2011

Cruzeiro 1 X 1 Santos - Borges, três gols em duas partidas, salva

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Com as atenções voltadas para a primeira partida da final da Libertadores, na quarta, contra o Peñarol em Montevidéu, o Santos mais uma vez entrou em campo com o time reserva. A exceção era Borges, autor de dois tentos contra o Avaí, mas que não pode atuar pela Libertadores. Com uma equipe com média de idade de 24 anos, jogando contra o Cruzeiro, tido como time sensação do país há pouco tempo, não era de se esperar muita coisa do Peixe.

E boa parte da primeira etapa contribuiu para essa sensação. O clube mineiro, jogando com uma camisa verde inspirada na mesma usada em 1926, ano do primeiro título do então Palestra Itália, dominou as ações. No papel, o Santos tinha três atacantes, Rychely e Thiago Alves pelas pontas e Borges pelo meio, mas os dois primeiros voltavam para compor o meio de campo. Roger Gaúcho era o principal responsável pela armação daquelas que deveriam ser as jogadas de contra-ataque, mas pouco fez enquanto esteve em campo para acionar os velozes ponteiros alvinegros.

O Cruzeiro se impunha. O bom atacante Wallyson teve chances, Anselmo Ramon e Montillo também chegaram bem, mas Aranha foi quase perfeito e os cruzeirenses não primaram pela pontaria.

No segundo tempo, o zagueiro Vinícius Simon tomou o segundo amarelo e foi expulso aos 4 minutos. O Santos, que quase chegou a equilibrar o jogo nos dez minutos finais da etapa inicial, com um a menos via suas chances se esvairem. O Cruzeiro fez um gol cinco minutos depois, com Montillo cobrando um pênalti cometido pelo defensor Wallace, jovem que entrou no lugar de Tiago Alves, em Anselmo Ramon. 


A partir daí, era de se esperar uma goleada cruzeirense sobre o Alvinegro desentrosado e inferior numericamente. O domínio azul (ou verde?) aumentou, mas não se traduziu em gols. O Santos marcou com Borges, mas o auxiliar Roberto Braatz anotou, de forma equivocada, impedimento. E, aos 44, novo lance de falta, cobrada por Felipe Anderson, aliás, bem mais útil que Roger Gaúcho na partida. Pela terceira vez em duas partidas, Borges marcou e salvou o Alvinegro da derrota.

Um empate redentor para o Peixe, que só volta a jogar pelo Brasileirão daqui a duas semanas. Já a batata do técnico Cuca, que não conseguiu vencer no campeonato ainda, começa a exalar um leve odor de queimado.

sexta-feira, junho 10, 2011

Anísio Santiago ganha briga e volta a ser Havana

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Tô atrasado para a comemoração. Mas isso não é motivo para celebrar.

Os herdeiros do que talvez seja o maior patrimônio cachaceiro do Brasil venceram uma disputa jurídica que se arrastava havia mais de uma década. A Fazenda Anísio Santiago conquistou o direito de voltar a engarrafar sua preciosa marvada de cana java, constituída em Salinas, norte de Minas Gerais, com o nome de Havana.

A marca de rum Havana Club havia interposto impedimentos por considerar que tinha registro de aguardentes de cana no país. Só que a regra é clara: cachaça não é rum, nem vice-versa. E o mito da Havana pode reviver em paz.

Deu certo. Mas não a tempo de evitar que seu Anísio assistisse e evitasse o desgosto de morrer sem poder engarrafar uma última Havana. Ele passou desta para a melhor (provavelmente em um lugar onde há cachaça sem precisar plantar... ou o contrário, pode-se produzir sem precisar vender) em 2002.


Um ano antes, a empresa passou a usar o próprio nome do fundador, mestre-cachaceiro e administrador da fazenda, para o rótulo. Uma liminar de 2005 já permitia a adoção do nome Havana. Mas sem uma definição e passados quatro anos martelando junto aos consumidores que o nome havia mudado, a opção foi esperar.

Tudo resolveu-se em uma decisão de 2 de junho do juiz Renato Martins Prates, da 8ª Vara Federal de Belo Horizonte. Ele considerou inválida a decisão do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) que, em janeiro de 2001, recusou-se a conceder o registro do nome Havana para a-que-matou-o-guarda do norte de Minas.

O Inpi tem 30 dias para proceder o registro. A Havana Club Holding S/A pode recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Note-se que o órgão de patentes no país é ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), cujo titular é o mineiro Fernando Pimentel.

Em uma semana em que ganhou fôlego a proposta de fazer da caipirinha a bebida oficial da Copa do Mundo de 2014, sobram motivos para brindar. Ainda mais porque os hotéis das 12 cidades-sede receberão, do Senac, sugestões de cartas de cachaça e de caipirinha.

E a festa pode ser com uma Anísio Santiago, com uma Havana ou até com uma caipirinha (de qualquer outra pinga, menos das citadas anteriormente). Mas uma de cada vez, por favor.

Tipos de cerveja 68 - As Bière de Garde

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Em francês, significa, mais ou menos, "cerveja para guardar". É um estilo pouco comum. Sua cor varia entre o amarelo dourado e o castanho claro, possuindo aroma maltado e um sabor ligeiramente doce e caramelizado, devido ao malte (alguns exemplares apresentam acidez, devido ao lúpulo). A presença do álcool é evidente, havendo a possibilidade de se encontrar alguns com sabores de fruta. O volume alcoólico varia entre 6% e 8% e é uma cerveja que melhora com a idade. Para experimentar: Southampton Bière de Garde (French Country Christmas Ale), Jolly Pumpkin Bière de Mars (foto) e Dupont La Bière de Beloeil.

quinta-feira, junho 09, 2011

Casa & Decoração para o manguaça moderno

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De 1 a 0 em 1 a 0, a liderança - após dois anos

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Assim como na partida contra o Figueirense, um gol solitário garantiu a (pra lá de suada) vitória do São Paulo contra o Atlético-MG, ontem, pela terceira rodada do Brasileirão. O belo chute do volante Casemiro (foto), no primeiro tempo, colocou o Tricolor na liderança do campeonato, o que não ocorria desde o segundo semestre de 2009. Mas a vida do São Paulo não foi fácil lá em Minas Gerais, muito pelo contrário. Tomou sufoco o jogo inteiro, bola na trave e várias chances reais de gol dos atleticanos - que, pra variar, devem estar reclamando muito da arbitragem, por conta de lances duvidosos em que o juiz preferiu não marcar pênalti.

O que ficou clara foi a inoperância do ataque sãopaulino. O gol surgiu num passe do (bom) volante Welington para o também volante Casemiro. O decantado Lucas perdeu dois gols feitos e sumiu, assim como o apagado Dagoberto. No final do segundo tempo, depois de meia hora de muita pressão do Atlético, Paulo César Carpegiani botou Marlos, que, mesmo com o pulmão zerado, não conseguiu prender a bola no ataque. Juan segue jogando muito mal e, na outra lateral, Jean quase não foi acionado. Rodrigo Souto prova que sua mente já deve estar em outro clube. E os saldos positivos, além da vitória e da liderança, foram a defesa, que mandou muito bem com Xandão e Luiz Eduardo (mais Bruno Uvini no final) e o fato de equipe já ter vencido duas vezes fora de casa, o que pode fazer diferença lá na frente. Mas é óbvio que, apesar das três vitórias, é muito, muito cedo pra qualquer prognóstico.



Ex-técnicos campeões
Demitido do São Paulo há dez meses, após a eliminação na Copa Libertadores contra o Internacional-RS, o técnico Ricardo Gomes (foto à esquerda) conquistou ontem, com o Vasco da Gama, a Copa do Brasil - o torneio que Carpegiani não conseguiu ganhar. Pelo critério de gols marcados fora de casa, a derrota por 3 a 2 para o Coritiba, no Paraná, foi suficiente para os vascaínos garantirem o título. Curioso é que o antecessor de Gomes no São Paulo, Muricy Ramalho (à direita), levou o Santos ao título paulista deste ano e está a dois passos de vencer a Copa Libertadores, contra o uruguaio Peñarol. Vale lembrar que o técnico "tampão" que comandou o São Paulo entre Gomes e Carpegiani, Sérgio Baresi, foi o campeão da Copa São Paulo de futebol júnior em 2010 - ou seja, há menos tempo que o último caneco levantado pelo time principal, o Brasileirão de 2008. E, no mês passado, o antecessor de Muricy no time sãopaulino, Paulo Autuori, foi bicampeão da Copa do Qatar, com o Al Rayyan. Nada, nada, garantiu vaga na próxima Liga dos Campeões da Ásia, principal competição do continente, que dará ao vencedor o direito de disputar o Mundial de Clubes da Fifa em 2012. Legal, né, Juvenal?

quarta-feira, junho 08, 2011

Sócrates, treinador da seleção de Cuba?

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Quem cogita a possibilidade expressa no título do post é o companheiro de Cartão Verde do ex-craque do Corinthians, Fiorentina, Santos e seleção brasileira, Vitor Birner. Segundo o jornalista, Magrão conversou "com um representante do governo cubano, que deseja vê-lo na seleção de futebol do país."

E parece que o Doutor também tem interesse em trabalhar na ilha de Fidel e o assunto seria aprofundado nas próximas semanas. Ainda segundo Birner, "na contramão de quase todos os jogadores e ex-atletas de futebol, ele (Sócrates) me disse que só tem uma exigência.'Quero ganhar como qualquer trabalhador cubano. Não aceito ser diferente'".

Sócrates sempre foi diferente, dentro e fora do campo. E cogitar tomar uma atitude dessas só poderia vir de quem tem noção de que o futebol pode ser bem mais do que apenas um simples negócio.

Leia o post do Birner aqui.

Periódico parlamentarista

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Manchete de hoje do tablóide gratuito Destak:

Cai o primeiro ministro de Dilma

Se o regime político brasileiro fosse o parlamentarismo, teria sido uma verdadeira hecatombe no governo. E é indisfarçável a "torcida" do jornal ao usar o termo "primeiro", dando a entender que iniciou a contagem da queda do máximo de ministros possível...

Seleção ganha da Romênia e é vaiada na despedida de Ronaldo

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Vamos tirar logo esse assunto do caminho pra chegar ao futebol propriamente dito: Ronaldo, o Fenômeno, teve sua festa de despedida oficial pela Seleção Brasileira. Foram 15 minutos pesadamente caminhados em campo, que contaram com passes eficientes de primeira e três finalizações, duas no gol, obrigando a defesas do goleirão romeno, e uma em consistente trajetória rumo à lua. Enquanto esteve em campo, foi obviamente o foco das atenções de todos, inclusive de seus colegas de seleção. Saiu, fez uma volta olímpica também caminhada com os dois filhos, Ronald e Alex, e um assessor de imprensa que orientava poses meio lamentáveis com uma bandeira Brasileira. Falou rapidamente, pediu desculpas pelos três gols perdidos, agradeceu o povo brasileiro por aceitá-lo como ele é, e foi embora, pronto para novos negócios.

Pronto, falemos pois da Seleção Brasileira de nossos dias. Mano Menezes mudou o time em relação ao empate com a Holanda, trocando Elano por Jadson, que pouca gente sabe quem é ou o que vem fazendo no time. Pois sabe que pelo menos um pouco hoje ele mostrou: tocou a bola com consciência, indo além do óbvio em diversos momentos, fez o time jogar. Outro que saiu do time foi Ramires, dando lugar a Elias, que também foi melhor que o antecessor, dando mais dinâmica à saída de bola.

No primeiro tempo, a fraca Romênia foi facilmente envolvida, culminando com o gol de Fred que, vamos e venhamos, joga mais que Leandro Damião. Foi ele que saiu para entrar Ronaldo, que deu lugar a Nilmar no segundo tempo. Etapa que começou mais devagar, com o time meio preguiçoso e a Romênia incapaz de furar a impressionante zaga brasileira. Tanto Lúcio quanto David Luiz jogam muito (ainda que pouco pressionados), mas o segundo me impressiona pela velocidade e precisão nas antecipações.


O jogo prosseguiu sob absoluto e agora meio sonolento controle da seleção. Marcação no campo do adversário, zaga quase no meio campo, um monte de chutes a gol contra um ou dois da Romênia no período inteiro. Mas gol que é bom, manga. E com isso, o impaciente público presente ao Pacaembu vaiou sonoramente o escrete canarinho e aplaudiu os momentos romenos com a posse de bola.

Interessante isso. O jogo foi meio devagar, é verdade, mas não acho que fosse causo de vaia - e ainda mais de ir embora no meio da segunda etapa depois de gastar uma grana na entrada. Algum comentarista após o jogo da Holanda atribuiu as vaias à mudança de público causada pelos preços e esquema de distribuição dos ingressos. Não é necessariamente o cabra viciado em futebol que vai ver o jogo, mas uma galera de poder aquisitivo maior, que vai mais pela festa. E quando não rola uma goleada, acha que o mundo acabou. Pode ser isso, ou pode ser que eu ande com o saco excessivamente elástico. Vai saber...


Convocação para a Copa América


Saiu agora a convocação para a Copa América. Nenhuma surpresa, se você pensar no que ano Menezes fez até aqui. Na minha cabeça, o time titular na cabeça do técnico deve ser o seguinte: Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, David Luiz, André Santos; Lucas Leiva, Ramires, Ganso; Neymar, Robinho e Alexandre Pato.

Na minha cabeça, eu trocaria Ramires por Elias. Mas não vejo problemas na lista do técnico. Na defesa, só André Santos pode ser questionado em favor do não convocado Marcelo. No meio, Hernanes poderia ser lembrado – a despeito do golpe de caratê que aplicou no jogo contra a França. No ataque, gosto mais de Nilmar que de Fredi, mas entendo a vantagem de ter um cara mais forte como opção de centroavante. Alguém mais?


Goleiros - Júlio César e Victor

Zagueiros - Lúcio, David Luiz, Luisão e Thiago Silva

Laterais - Daniel Alves, Maicon, Adriano e André Santos

Volantes - Lucas Leiva, Sandro, Ramires e Elias

Meias - Elano, Jadson e Ganso

Atacantes - Lucas, Neymar, Robinho, Fred e Alexandre Pato


(atualizado à 00h37)

terça-feira, junho 07, 2011

Diferenças políticas

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Outro dia, o companheiro Esquerdopata fez um comentário sobre um discurso da presidenta Dilma Roussef durante o batismo da plataforma de petróleo P-56 da Petrobras, construída integralmente no Brasil. Ela destacou a importância da retomada da indústria naval brasileira, feita pelo governo Lula, e anunciou a intenção de incentivar a criação de uma indústria de nave-peças, o equivalente naval das auto-peças.

Disse o blogueiro: “Em 2010 a Petrobras investiu R$ 78 bilhões. Investidos no Brasil é dinheiro injetado na economia brasileira, movimentando toda uma cadeia produtiva, inclusive indireta. Se as compras fossem no estrangeiro, como era no governo FHC, movimentava a economia alheia, encolhendo o PIB brasileiro.” Ou seja, o governo utilizou a estatal Petrobras para fazer política industrial e favorecer a indústria brasileira.

Quando vi o texto, pensei imediatamente em um videozinho que fica passando nos monitores internos dos vagões da Linha 4 – Amarela do Metrô de São Paulo, cujos atrasos sucessivos levaram José Serra a dizer na campanha que “meta não é promessa”. Neles, é mostrada o processo de construção da linha, a chegada dos trens no porto, seu transporte. E, com a imagem de um guindaste carregando um enorme vagão, a legenda informa: “Trens produzidos na Coreia do Sul”.

Depois vem cabra me falar que não existe diferença entre os partidos...

A cachaça como sinal de liberdade e segurança

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O ótimo documentário "Hércules 56", produzido em 2006 pelo diretor carioca Silvio Dá-Rin, narra a dramática libertação de 15 presos políticos no Brasil, em setembro de 1969, a partir do sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick pela luta armada. A viagem dos presos até o México e depois à Cuba é narrada pelos nove sobreviventes do grupo na época de produção do trabalho: Agonalto Pacheco, Flávio Tavares, Ricardo Zarattini, José Ibrahim, Maria Augusta Carneiro, Ricardo Villas, Mário Zanconato, Vladimir Palmeira e José Dirceu (ficaram faltando os falecidos Gregório Bezerra, Luís Travassos, Onofre Pinto, Rolando Frati, João Leonardo Rocha e Ivens Marchetti). Agonalto morreria em 2007, em Aracaju, e Maria Augusta, em 2009, no Rio de Janeiro.

Quatro sobreviventes: Flávio Tavares, José Ibrahim, José Dirceu e Mário Zanconato

Outros entrevistados pelo documentário são participantes do sequestro, como Franklin Martins, Paulo de Tarso Venceslau, Claudio Torres e Daniel Aarão Reis (os comandantes da operação, Joaquim Câmara Ferreira, o "Toledo", e Virgílio Gomes da Silva, o "Jonas", morreram torturados pelos militares). "Hércules 56" mostra que o processo de libertação dos presos foi muito complicado. Quando 13 deles já estavam dentro do avião, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (Bezerra seria resgatado em escala em Recife e Zanconato, em Belém), nada garantia que conseguiriam levantar vôo. Militares radicais pára-quedistas chegaram a tomar a torre de controle do aeroporto segundos após a decolagem da aeronave.

Ao chegar ao México, circulava o boato que seriam deportados de volta ao Brasil. Foi então que o secretário de Governo daquele país, Luis Echeverría, pediu para que tirassem as algemas dos presos e garantiu que estariam a salvo. No documentário, questionado sobre qual o momento em que havia se sentido realmente livre, o ex-metalúrgico José Ibrahim responde:

- Foi quando eu e o João Leonardo derrubamos uma garrafa de tequila. No dia que nós botamos o pé lá. Ele falava assim: 'Ibra' - ele me chamava de Ibra - 'Ibra, tá amarrado aquele negócio nosso, né?'. Eu digo: 'Claro que tá, Jota'. Só eu e ele que sabia (sic). A gente ia chegar, botar o pé no hotel, pedir uma garrafa de tequila e derrubar. Pô, nós estávamos a seco há meses na cadeia. Só de vez em quando vinha a 'laranjinha', né (risos). E aí nós derrubamos essa garrafa de tequila, os dois. E fomos dormir.

Confira, a partir de 3:40 -

segunda-feira, junho 06, 2011

Sem Clube F.C.

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Pesquisando o destino de alguns artilheiros do São Paulo, me surpreendi com a quantidade de gente que está sem clube - alguns em transição, há pouco tempo, mas outros com um ano ou mais sem atuar (e não por culpa de contusão). Vamos a alguns deles:

França - Quarto maior artilheiro do São Paulo em todos os tempos, com 182 gols, o maranhense Françoaldo Sena de Souza, 35 anos, está há 11 meses parado. Depois de cinco anos no Kashiwa Reysol, do Japão, rescindiu seu contrato em julho de 2010. E está parado, desde então.

Belletti - Contemporâneo de França no São Paulo, o paranaense Juliano Haus Belletti, que completará 35 anos no próximo dia 20, estava no elenco do Fluminense campeão brasileiro do ano passado. Experiente, com passagens pelo Villareal, Barcelona e Chelsea, também segue sem clube.

Mineiro - Herói da conquista do Mundial de Clubes pelo São Paulo em 2005, quando marcou o gol da vitória do São Paulo sobre o Liverpool, o gaúcho Carlos Luciano da Silva, 35 anos, atuou pela última vez no Schalke 04, da Alemanha, na temporada 2009-2010. Depois disso, mais nada.

Alex Dias - Muita gente pensa que o matogrossense Alex Dias de Almeida, 39 anos, já pendurou suas chuteiras. Apesar de ser visto em partidas de showbol, com outros ex-boleiros, o atacante segue à procura de um clube. Em novembro de 2010, foi dispensado pelo América-RJ.

Fernandão - Depois de um ano no São Paulo, o goiano Fernando Lúcio da Costa, 33 anos, rescindiu contrato e procura novo clube. Especulações davam como certa sua contratação pelo Palmeiras mas, por enquanto, nada foi definido. Seu empresário diz apenas que tem "quatro propostas".

Ilan - No São Paulo, entre 2000 e 2001, a passagem do paranaense Ilan Araújo Dall'Igna, hoje com 30 anos, foi apagada. Em seguida, porém, foi campeão brasileiro pelo Atlético-PR e partiu para a França e depois Inglaterra. Estava no Internacional-RS, mas foi dispensado há seis meses.

Ronaldo: 'Eu era o meu próprio torturador'

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Na entrevista que concedeu ontem ao canal SporTV, às vésperas de seu jogo de despedida pela seleção brasileira, Ronaldo Nazário deu um depoimento arrepiante. Ao se despedir do futebol, em fevereiro, o atacante afirmou que tinha que reconhecer algums derrotas. "Perdi para o meu corpo", disse, entre lágrimas, ao justificar que as dores e contusões constantes o impediam de seguir a carreira. Falando sobre o assunto, o entrevistador Paulo César Vasconcellos perguntou se alguma vez, nas graves lesões que teve nos joelhos, Ronaldo pensou em desistir. O ex-jogador disse que sempre foi otimista, mas que sofreu horrores.

- Chorei muito. Você não sabe o que é receber um diagnóstico médico dizendo que você, com vinte e poucos anos, no auge da carreira, não vai mais jogar futebol. Quando eu sofri a primeira lesão grave, na Inter [de Milão], fiz a cirurgia e, depois de seis meses, eu só conseguia dobrar a perna num ângulo máximo de 60 graus. Era muito tempo para ainda estar assim, por isso fui consultar um médico nos Estados Unidos, um dos maiores especialistas do mundo. Ele fez todos os exames e disse que minha perna ia ficar assim para o resto da vida, que eu não ia mais jogar futebol e que ia andar mancando. Chorei muito, muito. Foi desesperador.

Depois de chorar e de se revoltar, mandando todo mundo "para aquele lugar", segundo suas palavras, Ronaldo resolveu voltar à França e conversar com o médico que o havia operado.

- Cheguei pra ele e mostrei os exames feitos nos Estados Unidos. '-E aí, o que você me diz', perguntei pro médico. Ele disse que o especialista americano estava louco, que não era nada daquilo. Me deu um grande alívio. Aí ele disse que, se eu passasse quatro meses num centro de fisioterapia em Biarritz, uma cidade da França, eu ia sair de lá flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. Falei: '-Tô dentro'. Não imaginava o que ia passar. O primeiro mês foi um horror. Eu ficava numa espécie de gaiola, com um cabo prendendo minha perna, que passava sobre a minha cabeça e que eu próprio puxava, para flexionar a perna. Cada vez que eu puxava era uma dor inimaginável. Fazia aquilo chorando de dor. Ou seja: eu era o meu próprio torturador. E foi assim, flexionando grau por grau, que eu saí de lá, como o doutor falou, flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. O que tinha sido considerado impossível.

Decisão da Copa de 1998
Pela primeira vez, depois de quase 13 anos do acontecido, Ronaldo resumiu com detalhes o que ocorreu no dia em que o Brasil perdeu a final da Copa para a França de Zinedine Zidane. Segundo ele, após a inexplicável convulsão, o médico Lídio Toledo afirmou que ele não ia jogar, pois era preciso fazer vários exames e saber a extensão da crise e o que ainda poderia acontecer com ele.

- Eu falei que estava bem e que queria jogar. Não aceitava só a opinião do médico. Perguntei quais exames deveriam ser feitos e insisti que fossem feitos naquele dia mesmo. Foi um sufoco achar um clínica aberta para isso, mas conseguimos. Fiz todos os exames possíveis, eletroencefalograma, tomografia, tudo. E os resultados foram absolutamente normais, eu não tinha nada, era como se a convulsão não tivesse acontecido. Saímos da clínica direto para o estádio. O Zagallo já havia anunciado a escalação com o Edmundo no meu lugar. Cheguei para o Ricardo Teixeira com os exames na mão e disse que estava tudo bem e que eu queria jogar. Ele confiou em mim, mas disse que eu precisava falar com o Zagallo, a decisão seria do técnico. Daí, vendo os exames e a minha vontade de jogar, e por tudo o que eu havia feito na Copa até ali, o Zagallo me escalou. Infelizmente, foi um dia em que a França jogou demais e literalmente nos atropelou.

Tite trouxe o empate que foi buscar

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O Corinthians foi ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo, no Engenhão, com uma ideia na cabeça: empate fora de casa é vitória das boas. Conseguiu exatamente o que queria e de quebra anda fica na liderança pelo menos até quarta-feira, quando pode ser ultrapassado por Atlético MG ou São Paulo.Bom resultado, com futebol bastante questionável.

A estratégia para colocar em prática essa ideia na cabeça foi a mesma de outras rodadas. Linhas de defesa e meio campo em próximas e recuadas, tentativa de saída rápida para o contra-ataque. Tática também conhecida como retranca. Funcionou defensivamente quase à perfeição: o Flamengo chegou a ter barcelônicos 66% de posse de bola no primeiro tempo, sem criar nada que levasse grande perigo a Júlio César.

Para ser menos mau humorado, teve até uma novidade no começo do jogo, com o Timão marcando mais adiantado e pressionando o adversário. Nessas, saiu o gol de William, que finalizou bem uma bela jogada de linha de fundo do estreante Weldinho, lateral direito que mostrou qualidade e poderia ter sido mais bem aproveitado não fosse o esquema titeano que o deixou plantado mais atrás.

Feito o gol, Tite deixou de lado essa história de atacar. Foi aí que o Flamengo teve o domínio da posse, sem perigo até a falta cobrada por Renato que empatou a partida.


Na segunda etapa, más notícias foram amplificadas pela covardia do treinador. Liedson saiu contundido e, quando todo mundo esperava a estreia de Emerson, Tite colocou outro novato: o volante Edenílson, vindo do Caxias. O rapaz entrou meio que para fazer a função de William, que foi para a referência do ataque. Se alguém entendeu, por favor, me explica. O Sheik entrou mais tarde, quando Jorge Henrique também pediu para sair – e olha que pouco antes Moradei estava aquecido e pronto para a peleja. Pessoal gosta de um volante...

domingo, junho 05, 2011

Seleção não vai mal, mas não resolve. E sente falta de meias

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A Seleção Brasileira jogou ontem contra a Holanda, num amistoso sem grandes consequências no Serra Dourada. Acabou num OxO que não fez necessariamente jus ao futebol praticado, especialmente pelo Brasil.

Não que tenha sido uma apresentação fenomenal, mas o time procurou o ataque com constância e chegou com bastante perigo, especialmente no segundo tempo. No primeiro, teve controle da bola e tentou, mas o meio-campo com Elano, Ramires e Lucas Leiva não conseguia muita criatividade. A Holanda, recuada e nos contra-ataques, levou mais perigo, exigindo duas belas defesas de Júlio César.

Pelo desempenho no segundo tempo, o time poderia ter ganho e bem. Neymar jogou muito, pra variar, Robinho foi bem, Elano e Ramires participaram bastante, nas suas características. Nas laterais, Daniel Alves jogou bola, enquanto André Santos resolveu diminuir a intensidade de minhas defesas a seu nome.

O sãopaulino Lucas entrou e correu bastante, mas pareceu meio ansioso. Imaginei o rapaz armando pelo meio, mas Mano o colocou mais par a direita. Entrou também Leandro Damião no lugar de Fredi, que não se mexeu muito e errou finalizações que não pode. Prefiro Nilmar ou Pato ali, jogadores mais leves e habilidosos, mas entendo a busca por uma opção pesada.


Podia ter ganho, controlou o jogo e foi melhor que nos amistoso mais recentes. Mas não chegou a me encantar do jeito que imaginei após os 2 a 0 contra os EUA, que deram a todo mundo esperança de um futebol bonito, ofensivo e com controle da bola. Duas coisas marcam aquela partida: foi a primeira com Mano no comando e a única desde então com Paulo Henrique Ganso na armação.

É por isso que se justifica a badalação em torno do jogador, repudiada por santistas aqui outro dia como perseguição ao Neymar. Sem paranoias, o fato é que, mesmo que se considere Neymar no frigir dos ovos mais jogador que Ganso, este cumpre não uma, mas várias funções no meio-campo, o que não se vê em outros jogadores. Até agora, Mano não achou uma opção para armar o meio campo sem o cara – e não dá pra dizer que não tenha procurado. A de ontem talvez tenha sido a mais bem sucedida.

André Rocha, do blog Olho Tático, explica assim a “questão Ganso”: “O meia é fundamental porque foge do estereótipo criado no Brasil para o meio-campo, dentro da famigerada e anacrônica divisão das funções: o 'cabeça de área' que só marca, o 'segundo volante' que sai para o jogo, o 'terceiro homem' ou 'apoiador' que corre e marca e o 'camisa dez', responsável único pela criação, muito mais atacante que meia, só joga com a bola”.


Começou a mudar essa visão com a proliferação de “volantes que sabem jogar”, fazendo dessa uma das posições em que estamos melhor servidos (Ramires, Elias, Hernanes, Lucas Leiva, Sandro, Arouca, Wesley, para lembra de alguns, com variados graus de poder de movimentação, criação e marcação). Mas fazem falta ainda os meias clássico, que, segundo definição que vi de Tostão e Alberto Helena jr., jogam de uma intermediária à outra. Com a bola, têm visão de jogo e qualidade de passe para controlar o ritmo e encontrar espaços. Sem ela, ajudam a recompor a marcação e, uma vez retomada a posse, na saída de bola.


Hoje, acho que só Ganso faz isso tudo. Fosse eu olheiro de categoria de base, seja de time ou empresário, estaria fuçando atrás de uns caras com características mais ou menos por aí.

Passadinha pela liderança

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O Palmeiras está na primeira posição do campeonato brasileiro quando ainda não se completaram os jogos da terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Para que isso continue assim até a próxima semana, seria necessária toda uma cobinação de resultados. O que precisaria para isso seguir assim até daqui 35 rodadas, é melhor não responder.

Feita uma reflexão pessimista sobre o estado do futebol apresentado pela equipe de Luiz Felipe Scolari, cabem comentários sobre o que foi apresentado na vitória contra o Atlético-PR, por 1 a 0, no Canindé. Foi o segunda soma de três pontos em três jogos. Como houve um empate na semana passada, a equipe mantém-se invicta. E terá o forte Inter em Porto Alegre como próximo adversário.



O placar mínimo foi alcançado a 30 minutos da etapa final em cobrança de escanteio de Marcos Assunção para o volante Chico cabecear. Foi um placar magro contra um time que não marcou nem pontos nem gols no campeonato. E só saiu depois que Rômulo foi expulso, aos 12, por falta fora do lance em Kléber.

Embora as faltas e cobranças de tiro de canto sejam um ponto forte do time, momento de esperança para a torcida que canta e vibra, foi o primeiro gol alcançado dessa forma no campeonato. Isso quer dizer um de três, já que a equipe não marcou por mais do que isso em cada uma de suas partidas. Na temporada, foram oito dos 52 marcados – 15%.

Vale frisar que é comum as mesmas cobranças no primeiro pau resultarem em nada mais do que uma rebatida da zaga rival. O tento conferido pode ser uma esperança de que o treinamento, se não ruma à perfeição, pelo menos permite algumas melhoras.

Pelas minhas contas, foram quatro jogadas oriundas de faltas cobradas pelo camisa 20, mais dois chutes diretos à meta paranaense do mesmo jogador. Outras sete oportunidades pintaram com a bola rolando, entre jogada individual do lateral Cicinho, tabela de Kléber com Gabriel Silva e trombadas do camisa 30.

Há ou não dependência de cobranças, chutes e cruzamentos de Marcos Assunção? Metade das chances foram criadas assim. É um tipo de jogada que acontece mais vezes em um jogo. Mas o time precisa mais de Kléber para criar jogadas com a bola rolando. Com Luan e Patric atuando como meias, a "conquista" de um escanteio quando a equipe vai à linha de fundo, ou de uma falta como desfecho de um contra-ataque, permitem criar mais perigo.

Em outras palavras, até para ter escanteios e faltas, precisaria de mais criação.

Assim, a passadinha pela liderança não aumenta esperanças. Nem esconde limitações. Só é bom e, por isso, a gente aproveita.