Destaques

sábado, setembro 24, 2011

Revista Fórum completa 10 anos

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Hoje a Revista Fórum comemora 10 anos e não poderia deixar de registrar o fato. O futepoquense Glauco Faria é o seu editor executivo e todos os integrantes e ex-integrantes do Futepoca estiveram um dia nas fileiras de frente da Fórum.

A Fórum nasceu inspirada no Fórum Social Mundial, em 2001, e tem feito jus à responsabilidade de ser um veículo qualificado com olhos e ouvidos abertos para os movimentos sociais, com pautas que não são abordadas em grandes veículos ou que neles aparecem com atraso e de maneira distorcida. Mas não só, a revista tem ampla pauta política, sobretudo nacional, mas com atenção especial à América Latina, e realizou algumas entrevistas antológicas.

No evento de hoje, 10 horas seguidas de debates e a reunião de muitos profissionais, amigos e consumidores da mídia independente deste país. Destaque para o debate sobre economia, às 17h, que reunirá o professor Ladislau Dowbor, o jornalista Luis Nassif e o presidente do IPEA e colunista da Fórum Marcio Pochmann.






Festa #Fórum10

24/set/2011

Local: Casa Fora do Eixo
Rua Scuvero, 282, Cambuci



Programação de Debates


10h: Que desafios democráticos nos impõem as novas possibilidades de comunicação?

Sergio Amadeu – Ativista digital, doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade Federal do ABC

Ivana Bentes – Doutora em comunicação e diretora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ)

Guilherme Varella – Graduado e mestrando em Direito pelo Largo São Francisco (USP), gestor cultural e músico. Atua com advogado do Instituto de Defesa do Consumidor ((Idec)

Pablo Capilé– Produtor cultural, idealizador e co-fundador do Espaço Cubo, em Cuiabá, um dos coletivos fundadores do Circuíto Fora do Eixo, em 2005.

Renato Rovai – Jornalista, mestre em Comunicação pela ECA-USP, midialivrista, blogueiro sujo e editor da Revista Fórum

Alexandre Schneider – secretário de Educação da cidade de São Paulo



11h30: juventude, ruas e rede: o desafio da política

Carolina Rovai – Estudante de Ciências Sociais e estagiária da Revista Fórum

Cauê Ameni – Estudante de Ciências Sociais e estagiário do site Outras Palavras

Lais Melini – Coletivo Fora do Eixo


12h: O Legado do Fórum Social Mundial e dos dias de Ação Global para a era das Redes

Henrique Parra – Professor Doutor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Fábio Malini – Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), blogueiro e ativista da Rede Universidade Nomade.

Lia Rangel – Jornalista, fundadora da Casa de Cultura Digital, foi coordenadora da TV Brasil, Canal Integracion e coordenou a experiência de jornalismo participativo no Roda Viva, da TV Cultura.


13h: Um século para impropriedades: o comum e o sustentável

Miguel S. Vieira: Editor –  Graduado em filosofia e especializado em propriedade intelectual. Cursa doutorado em educação, sobre o tema “Bens comuns intelectuais e mercantilização”.

Ale Abdo – Cientista molecular e commonista praticante, pesquisador da Fiocruz, professor convidado do departamento de computação do IME-USP e organizador de cursos livres sobre colaboração e compartilhamento.

Rodrigo Savazoni – Ativista e realizador multimídia, fundador da Casa da Cultura Digital, diretor-geral do Festival CulturaDigital.Br (www.culturadigital.org.br), integrante do Grupo de Pesquisa em Cultura Digital e Redes de Compartilhamento da Universidade Federal do ABC.


14h: Orientação Sexual, gênero e um certo comportamento estúpido

Vange Leonel – cantora, compositora e escritora. Autora do livro Grrrls – Garotas Iradas.

Maria Frô – Historiadora e blogueira.

Tica Moreno – Organização Sempreviva Feminista, ONG que gerencia o escritório da Marcha Mundial de Mulheres (MMM).


15h: Política, movimentos e rede

Victor Farinelli – Jornalista, colaborou como correspondente free lancer na Argentina para diversos meios (Estadão, Lance, entre outros). Mora no Chile desde 2006, onde colabora com o portal Opera Mundi. Tem realizado reportagens sobre o movimento dos estudantes chilenos.

Bruna Angrisani – Jornalista, formada pela Universidade Católica de Santos, e pós-graduada em comunicação audiovisual pela Universidad de Santiago de Compostela. Atualmente reside em Barcelona, onde participou do Movimento dos Indignados e esteve nos acampamentos da Plaza Catalunya. Organiza o blog Naranja Orgánica.

Juan pessoa – Jornalista, participou da campanha de internet de Dilma Roussef, no Brasil, e de Ollanta Humala, no Peru.

Lino Bochinni: jornalista e blogueiro do Desculpe a Nossa Falha.


Debate 16h:  Blogosfera política: seus efeitos e contornos

Luis Carlos Azenha –  Jornalista e blogueiro.

Rodrigo Vianna – Jornalista e blogueiro.

Dennis Oliveira – professor da Universidade de São Paulo e blogueiro.

Eduardo Guimarães – representante comercial e blogueiro.


17h: De que economia estamos falando?

Luis Nassif – jornalista e blogueiro.

Marcio Pochmann – economista e presidente do IPEA.

Ladislau Dowbor – professor de Economia da PUC-SP.


18h30: O Caso Zara, imigração e trabalho escravo

Leonardo Sakamoto – Diretor da Repórter Brasil, blogueiro, jornalista e doutor em Ciências Sociais.

Paulo Illes – Diretor do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC).

Adriana Delorenzo – Jornalista, repórter da Revista Fórum e editora do blog das Cidades.


19h15: Arena livre e entrevistas com participantes da festa.

20h– mesa de encerramento com os provocadores e equipe da Fórum.



Reunião Paralela – Um site para São Paulo

Às 14h blogueiros e ativistas digitais paulistanos estão convidados para a reunião que vai discutir a criação de um novo site para São Paulo. Esse site vai tratar basicamente das questões de São Paulo e tem por objetivo ser construído de forma colaborativa.

Coordenação da reunião: Rodrigo Vianna, Glauco Faria, Adriana Delorenzo e Márcia Brasil.

Apresentação inicial do projeto: Renato Rovai

Esta reunião está fora da programação que será transmitida por questões técnicas.

sexta-feira, setembro 23, 2011

Um trago para vencer a morte

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Amanhecer na entrada do Vale do Elqui


A cidade é uma curva na estrada, no vale do Elqui, em direção à cordilheira. A igrejinha com uma única torre se coloca no centro deste cenário ao mesmo tempo delicado e grandioso: barrancos secos cor de serragem, coberto de vinhas igualmente secas, perfeitamente perfiladas; ao fundo, os picos nevados.

É neste pequeno lugar que se encontra a mais antiga e respeitada destilaria artesanal de pisco do Chile. O vilarejo chama-se Pisco Elqui, e foi ali que viveu, ainda no século XIX, Rigoberto Rodriguez Rodriguez, o homem responsável por tornar uma lenda o pisco 3Rs (marca que hoje é explorada por uma grande indústria exportadora).

Com mais um punhado de casas, esta é Pisco Elqui. 
Arrisco dizer que Don Rigoberto está para o pisco chileno como Anísio Santiago está para a cachaça mineira. Sua pequena destilaria hoje se chama Los Nichos e fica na beira da estrada, poucos quilômetros depois de passada a igrejinha. Acompanhei uma visita guiada ao local com o guia Carlos, que nos explicou todo o processo de produção da bebida.



Intervalo cultural: a produção do pisco

Na semana em que o Futepoca esteve no Chile, no início de agosto, a seleção do país austral havia perdido da seleção do Peru por 2 a 1, sendo o gol chileno na realidade um contra do zagueiro peruano. Os descendentes dos incas não perderam a oportunidade de dizer que até os gols chilenos são, na verdade, peruanos.

Com o pisco acontece a mesma coisa. O Peru afirma que o pisco original e único verdadeiro é produzido em suas terras. O guia Carlos explicou que a produção de pisco em seu país é tão antiga quanto no país vizinho, mas que no Chile a grande indústria (como o Capel, a 51 do pisco) proliferou de tal modo que desfigurou completamente a bebida original. Um verdadeiro pisco artesanal chileno é tão bom ou melhor que o seu correspondente peruano.

Diferente da grappa italiana ou da bagaceira portuguesa, que destilam o produto da fermentação do bagaço da uva, o pisco (como o Cognac) é um destilado de vinho. Primeiro produz-se um vinho muito doce e de alto teor alcoólico, a partir de uvas brancas como a moscatel. Este vinho é fermentado, produzindo um mosto, que é decantado e, depois, destilado. Despreza-se a cabeça e a cauda da para ficar apenas com o coração da destilação, o chamado “álcool de pisco”.

Neste estágio, o licor tem graduação alcoólica entre 70 e 80%. É então diluído em água, obtendo-se a graduação desejada, de 30% até 45%. Conforme me explicou Carlos, o pisco tradicional não é envelhecido. Foi a má fama adquirida pelo produto industrial que levou alguns fabricantes a envelhecerem o pisco em carvalho, como esta fosse a razão da qualidade. Não é.

Epitáfios a quem sai na horizontal

Nichos à esquerda, habitados pelos espíritos de manguaças ilustres.

Por mais de meio século à frente da produção do pisco, Don Rigoberto tinha certeza de que depois de morto permaneceria entre suas garrafas. Ele armazenava sua produção no porão da casa, onde fez construir "nichos" como aqueles que há em criptas de igrejas antigas para sepultar mortos ilustres. As garrafas de pisco foram preenchendo os nichos, e ali estão até hoje – cada garrafa dessas vale uma pequena fábula.

Foi numa mesa colocada diante de suas melhores garrafas que Don Rigoberto recebeu as mais ilustres figuras da sociedade chilena, entre eles vários chefes de Estado, além de comparsas locais. Aos amigos do peito, homens de caráter que por pelo menos cinco vezes “entrassem nas covas na vertical e saíssem na horizontal”, Rigoberto reservava-lhes um nicho e escrevia um epitáfio. Hoje, cada nicho é dedicado a um desses nobres senhores, cujo espírito habita entre as garrafas.

Comprei duas, uma de Los Nichos e outra de Espírito del Elqui, mais forte. A primeira é para os amigos, a ser compartilhada em plena alegria; a outra, para beber só, é dos inimigos, para quando fazem meu fígado trabalhar demais e preciso dar-lhe alguma tarefa que me devolva à sensatez.  

quinta-feira, setembro 22, 2011

O jogo do medo

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Por Moriti Neto

A base foi o medo na noite desta quarta-feira, no Morumbi. São Paulo e Corinthians fizeram uma partida aquém do que se espera de um Majestoso que tinha a liderança, mesmo que provisória, do Campeonato Brasileiro em disputa. O 0 x 0, não somente pelo placar, foi digno de nota das mais baixas. Para os dois times e técnicos.

O jogo

Jogando em casa, o Tricolor até começou pressionando um Corinthians que, claramente, vinha com uma proposta defensiva, quase um ferrolho.  Duas chances seguidas, antes dos 10 minutos de bola rolando, com Dagoberto e Lucas, deram a impressão de que o mandante daria tom ofensivo à metade em três cores do campo.  Não foi o que se viu até o fim da primeira etapa.

Os visitantes congestionaram o meio e só saiam da defesa à base de reza braba. A não ser em raras tentativas de contragolpe, sem sequência é bom ressaltar, o Alvinegro permitiu que Ceni e até mesmo João Felipe e Rhodolfo fossem quase expectadores do fraco “espetáculo”.

No final da etapa inicial, Dagoberto ainda cobrou falta, Casemiro cabeceou na trave esquerda de Júlio César, e Piris, no rebote, chutou fora a melhor chance são-paulina. Foi pouco. Quase nada para quem aguardava um “clássico”.

O segundo tempo chega e já não há esperança de um jogo muito melhor. A  justificativa  se dá ao olhar para os bancos e enxergar Adilson de um lado e Tite de outro.  Retratos de apatia e, pior, covardia. Se o treinador corintiano, desde sempre, apostou na postura defensiva, o são-paulino jamais abdicou dos três volantes, ainda que percebendo (???) o adversário satisfeito com o empate – em tese, o suficiente para adiar a queda do comando técnico. Aliás,  apesar do jogo de baixa qualidade, pelo menos essa boa expectativa os corintianos tinham.  Já aos tricolores, nem isso restava.



Daí até o final, o que se viu foi o São Paulo tendo duas chances criadas pelo volante Wellington, uma em chegada à linha de fundo e outra num bom arremate que pegou no lado de fora da rede,  e um Corinthians com Emerson se matando no ataque, inclusive quase anotando de cabeça.

Encerrada a peleja, vaias dos 44 mil torcedores presentes ao Morumbi a uma das partidas mais fracas vistas num Majestoso nos últimos anos.

Algo muito errado

Rivaldo começou  aquecimento aos 14 minutos da segunda etapa. Entrou aos 30. O medo de Adilson Batista não permitiu que sacasse antes o quase volante Cícero para colocar em campo o meia que poderia ter conferido alguma qualidade ao jogo se tivesse mais tempo.  Erradamente, a aposta foi em Casemiro para armar. Já disse aqui que ele tem alguma qualidade para organizar jogadas, mas pode fazer isso eventualmente, já que não é, de fato, armador. Claro, Lucas prosseguiu isolado, de costas para a defesa adversária ou largado num dos lados do campo.

Dagoberto, para variar, sumiu em jogo importante. Isso já é histórico. As boas fases do camisa 25  sempre foram como coadjuvante. O atacante não pode, jamais, ser o elemento decisivo de uma equipe. Quando se depende dele para resolver, alguma coisa está muito errada.

Em dado momento, me peguei a pedir Marlos. Mais do que nunca, havia algo realmente indo muito mal. No entanto, ao acreditar que o meia/atacante, que, apesar da desinteligência,  pelo menos tem talento para o drible, queria apenas quebrar o marasmo proposto por dois treinadores cagões.

quarta-feira, setembro 21, 2011

O choro em números

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Discutir arbitragens é sempre perda de tempo. Nada muda um resultado e, para quem ganhou, a reclamação parece choro de perdedor. E a discussão sempre acaba com a velha desculpa, a arbitragem é ruim mesmo, todos são prejudicados etc...

A novidade nessa discussão neste ano é o site Placar Real (clique aqui). Não conheço o povo que faz, mas a ideia é bem interessante. Eles analisaram os lances controversos de todos os jogos do campeonato e pegaram os momentos capitais, como pênalties mal marcados, gols irregulares validados e gols confirmados de maneira equivocada. Enfim, os erros que definem uma partida.

Dessa análise fica claro que, neste campeonato, até agora, alguns times são mais beneficiados que outros e alguns mais prejudicados. A imagem acima mostra a classificação atual e a tabela "corrigida" sem os "erros". Outra informação interessante são os gráficos favorecimomêtro e o dos times mais prejudicados. Resolvi publicar antes do jogo contra o Galo para não dizer que estaria reclamando de algum lance a favor do Flamengo que possa ocorrer. Aliás, estranho que o Paulo César Oliveira apitará dois jogos do Galo em sequência. Apitou contra o Atlético-GO e apitará hoje. Contra os goianienses houve dois erros, um gol anulado equivocadamente para cada lado, mas o erro foi do bandeirinha.

Pelos dados do site, os times mais prejudicados até agora são Palmeiras, Atlético-MG e Coritiba. Os mais favorecidos, Cruzeiro, Santos e São Paulo. Analisando os dois mineiros, por exemplo, sem os lances controversos, o Galo ficaria no décimo-segundo lugar, com 31 pontos, e o Cruzeiro estaria na zona do rebaixamento, em décimo-sétimo, com 27.

Claro que a análise depende de critérios subjetivos e qualquer um que faça seu ranking chegará a dados diferentes. Mas o trabalho, por analisar todos os jogos com a mesma metodologia, deixa claro que os erros são decisivos para as posições do campeonato e que eles caem mais vezes em alguns lugares que em outros.

terça-feira, setembro 20, 2011

20 de setembro, o dia em que o Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão

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Por Paulo Donizetti

O palestrinos estavam com o São Paulo entalado na garganta. Segundo a reportagem apurou, a diretoria do jovem clube tricolor atuava forte nos bastidores não apenas para que o Palestra Itália mudasse de nome. Aproveitando o clima xenófobo vivido pela comunidade italiana em razão da Segunda Guerra, o desejo era que o time do então Parque Antártica fosse banido e que, de preferência, seu charmoso estádio fosse apropriado pelo clube do futuro Morumbi, então ainda em busca de endereço fixo.

Era a penúltima rodada do Paulistão, os dois disputavam o título cabeça a cabeça. Para esquentar o clima de guerra, os futuros bambis preparavam apupos e vaias para quando o esquadrão palestrino adentrasse o gramado. Mas o time de Oberdan e Waldemar Fiúme foi a campo conduzindo uma bandeira brasileira, e as arquibancadas emudeceram, para em seguida irromper em aplausos. O jogo estava 3 x 1 quando o beque Virgílio derrubou Og Moreira na área aos 19 do segundo tempo. O árbitro assinalou o pênalti e expulsou o agressor. O São Paulo se retiraria de campo.

A data entrou para a história como Arrancada Heróica e ficou famosa como "o dia em que o Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão". Lembro como se fosse ontem.

Foto: Reprodução





Foto do Palmeiras campeão
paulista de 1942. Consta que
Og Moreira foi o primeiro negro 

a vestir a camisa do clube



Campeonato Paulista de 1942
Palmeiras 3 x 1 São Paulo
Data: 20/09/1042 - Pacaembu
Árbitro: Jaime Janeiro Rodrigues
Palmeiras - Oberdan; Junqueira e Begliomini; Zezé Procópio, Og Moreira e Del Nero; Cláudio Pinho, Waldemar Fiúme, Lima, Villadoniga e Echevarrietta. Técnico: Del Debbio.
São Paulo - Doutor; Piolim e Virgílio; Lola, Noronha e Silva; Luizinho Mesquita, Waldemar de Brito, Leônidas, Remo e Pardal. Técnico: Conrado Ross.
Gols: Cláudio Pinho aos 20, Waldemar de Brito aos 23 e Del Nero aos 43 minutos do 1º tempo. Echevarrietta aos 15 do 2º.


Paulo Donizetti de Souza é parmerista por influência da nonna, dona Marcelina (1918-2007), uma sábia. Jornalista, apreciador da plataforma temática do site, não é candidato a nada, seu negócio é madrugada e seu peito é do contra.

segunda-feira, setembro 19, 2011

De passado e de futuro: a sequência Tricolor

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Por Moriti Neto


A última rodada do Campeonato Brasileiro, se não foi perfeita para o São Paulo, passou perto disso. Primeiro, pois o time conquistou seu melhor placar na competição, goleando o Ceará por 4 x 0, no Morumbi, o que apesar de algumas dificuldades encontradas na etapa inicial, não é pouco, principalmente considerando que o Tricolor, depois que Adilson Batista assumiu o comando técnico, tem, na média, vacilado em casa.

Sobre a partida, três destaques. Há tempos reclama-se – com razão – do fraco desempenho dos laterais são-paulinos. A verdade é que a equipe pouco joga pelos lados do campo. Juan, na esquerda, e qualquer um que tenha atuado na lateral-direita neste ano, são alvos de duras críticas da torcida. Só que, no sábado, foi pelos flancos que o Tricolor resolveu a parada. No primeiro gol, Carlinhos Paraíba caiu pela esquerda e cruzou para Juan, com 1,68m, escorar de cabeça: 1 x 0. Depois, o paraguaio Iván Piris fez a passagem pela direita e recebeu lançamento de Casemiro para, já dentro da área, anotar o segundo. Ressalte-se o fato, pois o São Paulo sofre demais como mandante quando os adversários vêm fechados. Em pontos preciosos perdidos no Cicero Pompeu de Toledo, estava entre os maiores anteparos a insistência em tentar romper as defesas pelo meio. Com os erros de passes, vinham os gols dos rivais em contragolpes.

Outro ponto que merece ênfase é o desempenho de Casemiro. Contra o Vovô, ele atuou ora como volante ora como meia, mostrando qualidade para construir jogadas. No segundo gol, o passe que realizou foi precioso. No terceiro tento, único não construído pelos lados, aprontou um belo lance individual, com direito à caneta seguida de lindo arremate longo.


Por fim, vale falar de Rivaldo. Quando ele acha espaço para jogar, ainda faz a diferença. Além do golaço de voleio, o quarto são-paulino, depois de jogada iniciada por Lucas e cruzamento na medida de Juan, deu um toque de gênio com o calcanhar e largou Cícero de frente para a meta cearense. O camisa 16 isolou, mas a jogada valeu. Contudo, reforço: Rivaldo precisa de espaço. Não pode ficar no meio, onde a marcação aperta e dificilmente é no um contra um. Quando atuou mais à frente, mostrou categoria e frieza para produzir e marcou dois golaços. Assim foi no sábado e também na partida com o Figueirense, na segunda rodada do returno.

Tabela

A vitória do Santos sobre o Corinthians, o empate entre Botafogo e Flamengo e mesmo os resultados de Internacional (empate em casa) e Fluminense (derrota fora) foram ótimos para o Tricolor. Não dá nem para reclamar dos 4 x 0 do Vasco em cima do Grêmio, pois era esperado o triunfo carioca.
Na somatória, o São Paulo continua colado na liderança e abre diferença em relação a Botafogo, Inter, Fluminense e Flamengo. De bônus, ultrapassou o Timão, adversário da próxima rodada. 

Tabela 2

Não sou dos que acha que o clássico de quarta define o futuro do Tricolor na competição. O que decide, creio, é a sequência que começa por ele. Depois do Corinthians, tem Botafogo (fora) Flamengo (casa) Cruzeiro (fora) e Inter I(casa). Com a dificuldade das próximas cinco rodadas, se o time se sair bem, e com a volta de Luis Fabiano – que quando este texto era fechado acabava de marcar três gols no treinamento desta tarde – as perspectivas ficam bem interessantes.

domingo, setembro 18, 2011

Corinthians 1 X 3 Santos - Peixe tira Timão da liderança

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Após 17 (guarde esse número) rodadas seguidas e várias pelejas mal jogadas há pelo menos dois meses, o Corinthians saiu da liderança do campeonato brasileiro. A vitória do Santos no Pacaembu – a primeira derrota do Alvinegro paulistano após 17 (opa, olha ele aí de novo) clássicos no estádio, sendo que a última tinha sido para o próprio Peixe – fez o ex-líder cair para o 3º lugar, a dois pontos do Vasco e um do São Paulo.


Não cai, Neymar... Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC
O Santos entrou modificado taticamente por Muricy Ramalho, que não pôde contar com os titulares do meio de campo Arouca, Elano e Ganso. Ibson voltou a jogar depois de pouco mais de um mês fora por contusão e a atuação dele no setor, assim como de seus companheiros pouco entrosados, quase comprometeu o Peixe no primeiro tempo. Eram três atacantes de ofício, mas Neymar voltou bastante para buscar jogo e Alan Kardec também se movimentava para ocupar espaços, embora nenhum dos dois tenha atuado como meias. O Corinthians tentou se impor no início da partida e pelo lado direito da defesa praiana, em jogada de linha de fundo de Alessandro, chegou ao seu gol aos 12 minutos do primeiro tempo. Liédson “matou” com o rosto e marcou.

Na sequência, Julio César fez duas boas defesas em um escanteio e em outra bola cruzada na área corintiana por Danilo. Os lances de escanteio na área da equipe da casa, aliás, foram das principais armas santistas no primeiro tempo. E em uma delas saiu o gol de empate, com Henrique, aos 38. Antes disso, o Peixe havia chegado uma outra vez com Borges, que se deparou com uma saída arrojada do goleiro do Corinthians. O Timão, por sua vez, meteu uma bola no travessão com Liédson e contou com uma finalização ótima de William, defendida por Rafael. Em chances, equilíbrio, mas os corintianos mantiveram o controle da partida por um tempo maior.

Abraço não durou 17 segundos. Ricardo Saibun/Divulgação Santos
Na segunda etapa, o Santos voltou melhor tática e tecnicamente. Muricy posicionou melhor seus meias, bloqueando as passagens pelas laterais e evitando o maior perigo do primeiro tempo, os lances de linha de fundo. O time foi mais incisivo e o Joia, que já tinha aparecido bem em alguns momentos nos 45 minutos anteriores, começou a aparecer mais: ora como arco, ora como flecha. 

Aos 6 minutos, Alan Kardec perdeu um gol incrível, cara a cara com Júlio César depois de lance espetacular de Neymar. Mas, dois minutos após, não desperdiçou a jogada feita por Neymar no lado esquerdo, foi ao fundo e cruzou para Borges fazer seu 17º (olha aí de novo...) gol no campeonato. A partida, eletrizante, seguiu e o Corinthians se aproximou com perigo aos 10, em chute de fora da área de Emerson. Esta foi a segunda defesa de Rafael no jogo e, mesmo o Peixe jogando com um a menos por quase meia hora no segundo tempo, o arqueiro santista não foi mais exigido, ainda que tenha passado um susto com uma cabeçada de Liédson aos 24, quando o Peixe já atuava sem o expulso meia Henrique.

Alan Kardec perdeu ainda outro gol feito aos 12, e Felipe Anderson também deixou de fazer ao encobrir o goleiro rival, finalizando pra fora... Com um a mais, o Corinthians ficou mais com a bola, mas não ameaçou realmente a meta peixeira. Usou e abusou da jogada aérea, principalmente por meio de chuveirinhos, mas a defesa santista foi soberana nesse quesito. Foram 31 bolas alçadas na área sem sucesso e só cinco chegaram em cabeças e pés paulistanos. Tite tentou mexer, mas a equipe sentiu o gol de empate e partiu pra cima sem organização, deixando espaços para o contra-ataque santista. Em uma dessas jogadas de contra-ataque, Alan Kardec cruzou para Neymar, mas Chicão não deixou o joia fazer e empurrou pro gol, anotado para Kardec.



Ao fim, o Santos completou sete partidas sem derrota, uma sequência de cinco vitórias e dois empates, somando... 17 pontos. Para esse santista, nascido num dia 17, foi um dia numerologicamente feliz.

*****

Se algum repórter quisesse fazer a Rogério Ceni alguma pergunta que não fosse laudatória como de hábito, deveria perguntar quantas das faltas que Neymar recebeu não existiram no clássico contra o Corinthians, e se houve alguma que aconteceu e que o árbitro deixou de marcar. Será que chegaremos na mágica estatística de 50% de simulação?