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quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Arrogante e preguiçoso, Corinthians joga dois pontos fora em Mogi

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Tá certo, a primeira fase do Paulista vale pouco. Nas últimas 3 edições, o oitavo colocado teve 27 ou 28 pontos, logo faltam uns 16 em 13 jogos pra conseguir uma vaga no mata-mata. Logo, nada grave, do ponto de vista estritamente aritmético, o empate do Corinthians contra o Migi Mirim na noite desta quarta-feira.

Isto posto, vamos falar claramente: foram dois pontos desperdiçados por arrogância, preguiça e outros defeitos de um time que, se tem um pecado, é a falta de ambição dentro de cada partida.

Não foi uma nem duas vezes que a equipe de Tite fez 1 a 0 e tirou o pé do acelerador – e até pisou no freio. Várias e várias emoções desnecessárias passaram os corações alvinegros na temporada passada por esse tipo de comportamento. Mas essa noite foi complicado.

O jogo começou com o Mogi melhor, marcando a saída de bola e complicando a armação alvinegra. O pessoal não chegou a criar grandes chances, mas controlou o jogo até os 12 minutos, quando Paulinho fez uma grande jogada e cruzou para Liedson, que dominou tirando o zagueiro e se enroscou como goleiro. A bola rolava lentamente rumos às redes, mas foi desviada com a mão direita por um atabalhoado Edson Ratinho. Penalti, convertido por Emerson, e expulsão do jogador de Mogi.

Um parênteses: Arnaldo Cesar Coelho concordou com o juiz na hora do lance, mas achou depois um toque de mão de Liedson. Curiosamente, ele afirma que o toque não foi intencional, mas mesmo assim o juiz deveria ter parado o lance, tornando irregular a a marcação do pênalti. Interpretação, digamos, curiosa. Para mim, se teve algo diferente do assinalado pelo árbitro, foi um pênalti em Liedson cometido pelo goleiro , que já caído levanta a perna para impedir a progressão do jogador. Mas vamos em frente.

Quer dizer, com 12 minutos do primeiro tempo, o Corinthians abre 1 a 0 e fica com um jogador a mais. O jogo fica absolutamente sob controle, com toque de bola paciente e boas inversões de Alex e Danilo. Uns cinco minutos após o gol, numa dessas mudanças de lado, Liedson acerta uma cabeçada para defesa espetacular do goleiro Anderson. E parou por aí.

A necessidade de se poupar para o clássico contra o São Paulo e, mais importante, a estréia na Libertadores na quarta explicam a vontade de desacelerar o jogo. Mas com um a mais por tanto tempo – e enfrentando um equipe fraca como se mostrou o Mogi – era só focar um pouquinho para ter resolvido a parada. Não foi feito e, aos 40 minutos, veio o castigo: contra-ataque do Mogi – pelo menos o quarto com chance clara de gol –, Júlio César falha num chute de longe e Hernane, o artilheiro do torneio, mandou pra dentro.

Merecido, se me perguntar. Quem sabe o pessoal não acorda e começa a botar em ponto morto só depois do 3 a 0?

Jogadores

De positivo, Edenilson entrou no lugar de Emerson e foi jogar como meia pela esquerda no 4-2-3-1. Foi muito bem e criou algumas boas situações. É um bom jogador e merece ser observado, até para encontrar sua melhor posição – que eu acho que pode ser meia ou segundo volante, nessa ordem. E o fato de que, quando quis jogar, o time mostrou qualidade, especialmente Danilo, Alex e Paulinho, que controlaram o meio campo. O volante, aliás, vem fazendo jogadas mais agudas – no período em que se importa com o jogo. Parece ter ganho mais confiança, o que pode fazê-lo crescer mais adiante.

Nota negativa para Welder, que foi muito tímido. Fiquei com boa impressão do lateral nas poucas vezes que o vi atuar ano passado e acheiq ue ele aproveitaria a chance para botar pressão em Alessandro. Mas não foi o caso.

Douglas

Um comentário sobre a volta do meia Douglas ao Timão. Fiquei bastante feliz com a contratação. Acho que ele tem certas características – prender a bola, cadenciar o jogo, passar em profundidade – que complementam as melhores virtudes de Alex. Acredito que, com o tempo, Douglas ganha a vaga de Danilo e libera Alex para jogar mais solto, chegando mais para bater pro gol e dar o último passe. Com Liedson e Sheik, acho que pode dar um baita samba.

Além disso, o Corinthians fica com uma das maiores concentrações de meias por metro quadrado, com Vitor Júnior se somando aos três supracitados. Coisa boa num elenco que ano passado tinha grande dificuldade de substituir Danilo.

Adriano

Até aqui, trágica a passagem do Imperador da Manguaça pelo Corinthians. Bom, nem tanto, porque aquele gol contra o Atlético MG valeu muita coisa. Mas a demora do cara para entrar em forma e jogar já deu no saco. Podia até jogar mal, mas pelo menos estaria ali para ser avaliado.

Hoje, depois de tudo, eu que fui defensor do atacante e das chances que lhe foram dadas, já não espero muita coisa. Mesmo assim, e de foram contraditória. inscreveria o cabra na Libertadores. vai que ele se anima...

3 comentários:

Leandro disse...

A virada de ano e o título brasileiro não conseguiram fazer o Tite cair na real.
O sujeito já começou pedindo um salário de técnico de primeira linha depois da conquista, esquecendo que este mesmo time já foi campeão brasileiro e até campeão mundial com um técnico como ele, de nível apenas razoável.
E se a passagem de ano não conseguiu fazer o cara "baixar a bola", também não serviu p/ fazê-lo repensar este estilo de jogo que beira o covarde, e do qual a gente vem reclamando desde seus primeiros jogos da reta final do brasileiro de 2010.
Se no Br/10 tudo conspirou e conspiraria em favor do Fluminense, não tenho dúvidas de que o primeiro semestre de 2011 não foi bom muito por culpa dele. Basta lembrar a postura irritante do time no segundo jogo da semi contra o Palmeiras e no segundo jogo da final contra o Santos, sem contar que, no segundo semestre, o título brasileiro poderia ter vindo algumas rodadas antes e não veio também por conta deste enfoque "econômico" do treinador, que parece ainda não ter percebido que não está disputando o campeonato gaúcho.
Sobre o Alex, eu não tenho visto ele tão bem assim nestes primeiros jogos de 2012, e provavelmente o inconstante Douglas fique com sua vaga se tudo seguir assim.
O Liedson eu acho que ainda não está 100%. Jogou a reta final do Br/11 "baleado" e pelo visto ainda não está em seu normal.
E eu sigo sem entender porque os dois laterais que ganharam a Copinha não foram promovidos, pois eles conseguiriam brigar quase que de igual para igual com os atuais titulares.
Vai ver o Tite não quis os moleques por confiar na experiência de Fábio Santos e Alessandro, mas eu seria mais arrojado e injetaria um sangue novo e "made in" Terrão nestas posições.

Nicolau disse...

Leandro, de fato arrojo definitivamente não é a marca do Tite, hehe. Mas quarta fiquei com a impressão de que os jogadores é que estavam com o freio de mão puxado, não sei se foi ordem do técnico. Vamos ver se correm no clássico de domingo e na Libertadores, na quarta.

Leandro disse...

Temo que os jogadores já tenham incorporado este "estilo" de viver perigosamente do Tite, Nicolau.
Mas também concordo que alguns têm rendido abaixo das respectivas médias, independente deste "modus operandi" da "titebilidade".
O Alex é um dos que, pelo visto, ainda não se encontrou por completo no Timão, o Liedson anda brigando com o corpo desde o final do ano passado, e Jorge Henrique também já foi bem mais versátil tempos atrás.
Passou da hora de acordarem e começarem a correr, independente do torneio em disputa.
A gente até entende que depois de uma grande conquista possa haver uma relaxada, mas eles já tiveram dois meses para tanto.