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quinta-feira, maio 24, 2012

Quando alguns segundos valem mais que o jogo inteiro

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A expressão “jogo de xadrez” costuma ser muita usada para definir uma partida disputada, pegada, na qual fica difícil fazer algum prognóstico com a bola rolando. Mas poucas partidas de xadrez de alto nível são decididas em um lapso, em um lance impetuoso ou com voluntarismo e pitadas de sorte. Ontem, nas duas partidas da Libertadores, com cenários totalmente distintos, foram necessários poucos segundos para que fossem definidos os dois primeiros semifinalistas do torneio.



Na que abriu a noite, entre Fluminense e Boca Juniors, os argentinos foram subjugados na maior parte dos 90 minutos da peleja. A marcação do Fluminense, em especial de Edinho, sobre Riquelme, fez com que o craque portenho sumisse durante quase todo o jogo. Quase. Uma folguinha dada ao craque adversário, daquelas que acontecem no fim do jogo, como a que permitiu que Maradona fizesse seu único lance contra a seleção brasileira, na Copa de 1990, foi suficiente. Riquelme respirou e pôde tocar para Rivero, que finalizou, resultando no gol de Santiago Silva, o grosso artilheiro que faz as vezes que Palermo já fez um dia.

O Boca precisou jogar um pouco mais que o Fluminense por alguns minutos, na parte derradeira da partida, para eliminar os cariocas. Se jogando mal eles ganham, imagine jogando bem?, refletem os argentinos. E os brasileiros deitam no divã.

Na peleja seguinte, Diego Souza, que leva consigo a fama de desaparecer em decisões, apareceu. Sozinho como nunca havia acontecido com o Corinthians de Tite, do meio de campo até a área. Mas tremeu diante de Cássio, arqueiro que parecia pedir pra tomar gol, performance coroada com o passeio para a caça de borboletas no último lance vascaíno da partida. Goleiro tem que ter sorte também, diria o filósofo. E não se perdoa quem perde um gol desses. A bola pune, como diria outro pensador.



Puniu justamente naquele tipo de lance de fim de jogo, quando os marcadores já não aguentam mais marcar. Porque foram quase 180 minutos em que a marcação foi a tônica, de lado a lado. O cerco vacilou, Paulinho fez. Diego Souza, não. E essa foi quase toda a diferença.

2 comentários:

Leandro disse...

Diferente do que ocorre nos times do RJ, onde qualquer um dos goleiros dos quatro grandes de lá é "selecionável" (sobretudo o do Botafogo e o do Vasco), os grandes de SP vivem um período em que seus guarda-metas não inspiram a confiança que deveriam.
O caso do Corinthians certamente é o mais crônico, pois Cássio vinha esquentando banco faz uma eternidade, tanto na Holanda quanto no Brasil, e se às vezes parece até um goleiro promissor (o que é pouco para o peso da camisa que veste), noutras causa calafrios no mais sereno dos corinthianos (se é que isso existe).
Mas especificamente no lance do Diego Souza, acho que quem errou mesmo foi o (muito fraco) Alessandro. Cássio teve méritos em sua calma de aguardar e fechar o ângulo do atacante carioca, valendo-se, para tanto, de sua envergadura, como dizem no boxe.
Erro pra valer ele cometeu no finalzinho do jogo, quando realmente saiu catando borboletas, e esta falha poderia ter custado caríssimo.
Já no outro gol, a atuação do goleiro do Vasco mais uma vez foi digna de nota.
Depois de ter feito um quase milagre com os pés em São Januário, em cabeçada à queima-roupa de Jorge Henrique, fez pelo menos três defesas arrojadas neste jogo da volta, inclusive numa intervenção em chute de Emerson que chegou a tocar a trave.
Enquanto isso, a Lusa anuncia o saudoso Dida.
Fico pensando se o Corinthians não vacilou nessa, mesmo considerando que o ex-goleiro do Timão e do Milan também vinha esquentando banco em Milão faz muito tempo.

Camilo disse...

O que o Corinthians precisa é de um treinador de goleiros mais competente, isso sim!

Sei lá, às vezes fico imaginando como seria Ronaldo Soares Giovanelli como treinador de goleiros...

E a César o que é de César: Fernado Prass é um ótimo goleiro.