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domingo, agosto 19, 2012

Santos 3 X 2 Corinthians - para refrescar a memória do Fenômeno

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Esse aí era o tuíte do ex-atacante do Corinthians entre 2009 e 2011 após o clássico em que o Santos venceu o Corinthians na Vila Belmiro, hoje. Procurei, mas não achei nenhuma reclamação do empresário em duas partidas de 2010 envolvendo as duas equipes, a não ser o queixume em relação a uma peleja do campeonato paulista, quando reclamou que alguns meninos santistas estariam “fazendo gracinha”. Hoje, ele ganha dinheiro com a imagem de um desses meninos e talvez pudesse até ganhar mais alguma coisa, caso a transferência do garoto para o Real Madrid tivesse dado certo.

Mas as duas partidas das quais Ronaldo não reclamou naquele ano foram um Corinthians 4 X 2 Santos, no Pacaembu, e um Santos 2 X 3 Corinthians, na Vila. Na primeira, Marquinhos fez o tento que seria o de empate para o time praiano (aqui e aqui). Já no segundo jogo, um impedido Danilo fez o passe para Paulo André marcar o gol da vitória corintiana (aqui e aqui). Também não lembro de nenhum repórter se portar indignado “exigindo” atitudes do treinador da equipe prejudicada, como vi hoje com um sentimento de vergonha alheia na coletiva dada por Tite.

Erros acontecem, é justo o prejudicado se mostrar indignado. Mas parte da mídia esportiva e do meio futebolístico levam a coisa ao limite tão desnecessário quanto o empurrão de Guilherme em Neymar no final do jogo. Mais “equilibridade”, Tite.

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A partida em si foi um jogo movimentado, rápido, que mostrou coisas novas e nem tanto. Em relação ao Corinthians, uma equipe concentrada, que no início dos dois tempos marca no campo adversário e depois joga no erro do rival. Forte nas bolas paradas à frente, já o Santos pena no mesmo tipo de lance atrás, o que não é novidade. Novo é o time da capital tomar gol desse jeito, assim como o Peixe fazer. 

Meninos curtem a casa (Ricardo Saibun/Santosfc.com.br)
Também é nova a movimentação santista no ataque, com Patito Rodriguez no lugar de Henrique e Adriano assumindo uma função praticamente de terceiro zagueiro. Embora na etapa inicial isso tenha criado um buraco no meio de campo no qual o Timão deitou e rolou, no segundo, a equipe foi um pouco mais compacta, dificultando as ações adversárias, com Ganso voltando mais e particpando mais da partida, o que fez pouco na etapa inicial.

Pelo lado peixeiro, bela atuação do goleiro Rafael, que foi bem em duas finalizações de Romarinho, e de Neymar, que fez uma senhora jogada no primeiro gol do Santos, deu assistências e cobrou o escanteio do gol da vitória de Bruno Rodrigo. André já se mostra à vontade na casa que foi sempre sua e Patito cai nas graças da torcida pelo estilo impetuoso de atuar, sem tremer em seu clássico de estreia. Bons augúrios pelos lados da Baixada.

11 comentários:

Leandro disse...

O engraçado é que este jogo de hoje me lembrou, de imediato, aquele jogo pelo Paulista de 2010, em que o Corinthians foi amplamente prejudicado.
Na verdade, em se tratando do ano de 2010, o Corinthians foi prejudicado em relação a tudo. Basta lembrar que o título caiu no colo do Fluminense graças a entregas que forçaram a mudança da tabela para o formato atual.
O título de 2010 é de fato e de direito do Corinthians, mas como o Corinthians não é o Internacional dos DVDs...
Ademais, conforme escrevi em outro blogue, nada de novo. Não é novidade o Corinthians sendo prejudicado na Vila.
Coisas da vida (ou da Vila, como queiram).

Eduardo Maretti disse...

De fato, Glauco, acho que "bons augúrios" vicejam (hehe) pelos lados da Vila Belmiro.

Eu disse aqui em casa outro dia que tô achando que o Santos tá montando outro time interessante. Posso me enganar, mas...

Mas às vezes acho que a Fênix mora na Baixada Santista, e não na zona Leste de São Paulo, sabe? Quando menos se espera, o time de negros e caiçaras e poetas da bola aparecem para fazer poesia ludopédica perto do porto: "É um orgulho que nem todos podem ter".

Maurício Ayer disse...

Neymar foi genial, como quase sempre, e o grande diferencial do Santos, que aliás jogou no contra-ataque praticamente a partida inteira, mesmo em casa. O DNA ofensivo manifestou-se no fenótipo contra-ofensivo.

Acho que a revolta é por ser tão acintosamente, digamos, difícil errar num lance daqueles. Não precisaríamos de três impedimentos, só o primeiro e o terceiro já foram absurdos demais pra não se enxergar.

Sobre o "empurrão" em Neymar, o problema é que o estádio é muito pequeno. Se tivesse um pouquinho de espaço para se equilibrar e não uma parede de vidro colada na lateral, o lance passaria por normal. Já o chute do Neymar na coxa de um jogador caído...

A gracinha a que o Gordo se referia, lembremos, foi um chapéu com o jogo parado, em um jogador que se abaixava para pegar a bola. Neymar com certeza não repetiria isso hoje, pois percebeu o quanto é ridículo.

E ganhar dinheiro é mesmo só o que o Ronaldo faz hoje, explorando comercialmente a imagem de meninos do Santos e de outros lugares. Deve tomar cerveja também, a julgar pelo visual bola dele. Não sei bem o que isso pode evidenciar de especialmente repreensível.

Nicolau disse...

Foi um jogo bem legal de ver, boas jogadas dos dois lados. Neymar fez uma baita jogada no segundo gol do Santos, Martinez fez uma muito bonita no segundo do Timão.

O erro nas bolas altas revela que a zaga do Corinthians atual precisa de ajustes sérios. Mais ainda porque o titular que faltou, Chicão, não prima pelo bom cabeceio. Pode ser só questão de ritmo, entrosamento e coisa e tal. Mas me deixa ainda mais contrariado com o empréstimo de Marquinhos para a Roma.

Sobre o(s) erro(s) do bandeira, foi realmente ridículo. Triplamente ridículo, diria. Corintianos reclamarem é normal. Santistas reclamarem da reclamação também - se bem que a vitória poderia deixar o pessoal da baixada mais tranquilo.

Normal também foi o empurrão de Guilherme em Neymar no final, falta de jogo. Juiz apita, poe no chão e vida que segue. O lateral, aliás, foi bem na marcação, participando pouco do ataque pelo óbvio motivo de não deixar Neymar jogar livre no espaço de que mais gosta.

Glauco disse...

Edu, também acho que pode pintar alguma coisa dessa formação, prefiro reclamar da defesa que do ataque, rs.

Mauricio, a gracinha a que o Gordo se referia não foi o tal chapéu, levando em conta a própria declaração do ex-ex-atleta: "Mas o Neymar foi um dos mais objetivos, o recado é para os outros" (aqui).

Nicolau, normal também é reclamar do principal astro do adversário. Meio triste e batido é ver um monte de gente (é só dar uma olhada no que dizem os parceiros) dando lição de moral do estilo daquela dada pelo ilustre Renê Simões, simplesmente pegando carona no que o Tite disse (imitando Renê). Neymar não precisa de tantos pais assim, se os que criticam o rapaz invocando razões morais tivessem tomado tento no jogo, veriam encenações grotescas de jogadores como o volante santista Adriano, Guilherme e Fábio Santos, por exemplo. Mas esqueci que a questão está longe de ser "moral"...

Maurício Ayer disse...

Essa foi a gracinha que notabilizou aquele jogo, que todos nos lembramos. As outras devem ter ficado no campo, talvez tenham sido ainda mais bobas, e afinal alguém sabe quais foram?

Mas que foi engraçado ver os santistas todos se apressando a se justificar, isso foi. O peso desse jogo era santista, e fico claro que mesmo com o gol debaixo da saia, foi um alívio.

Glauco disse...

Mas é engraçado também ver o Tite chamar o Neymar de "mau exemplo" e uma plêiade de corintianos o chamarem de "mau caráter", Mauricio, pra servir de justificativa (ou diversionismo)? Acho mais triste que engraçado...

Maurício Ayer disse...

é triste mesmo, concordo.

Maurício Ayer disse...

a propósito, gostei do "plêiade". imagina olhar para a arquibancada do timão e ver ali uma plêiade, rsrs.

eis cá uma plêiade d'hidrófobos...

Glauco disse...

Pô, Mauricio, mas "plêiade" era um termo bem usado em debates no fórum adequado, assim como "pândego" e quetais. Prova de que estão faltando os encontros presenciais e culturais de outrora dos membros do Futepoca, rs.

Maurício Ayer disse...

Considero este comentário uma convocação. Mas vai ter que ser depois que eu voltar de viagem, lá pro meio de setembro.