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sábado, setembro 15, 2012

Lula toma água em comício e manda militância tomar cerveja no boteco

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No primeiro comício da campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva declarou não poder mais tomar cachaça para refrescar a garganta e sugeriu que a militância vá às ruas e tome cerveja nos botecos para angariar votos para o candidato do PT.

Faltando 22 dias para a eleição, Lula debutou em comícios, uma prática comum no século XX como forma de políticos populares demonstrarem apoio popular. Foi na Zona Sul da capital paulista, no Capão Redondo. Outro comício nos mesmos moldes seguiu-se nas horas subsequentes. Hoje em dia, quando essa prática é tema de enciclopédia e livros de história, Lula segue como o único político em ação no Brasil capaz de mobilizar pessoas para sair de casa para vê-lo falar.

Depois de Lula, Haddad fez seu discurso carregado de sotaque paulistano, ô, meu. Insistiu nas críticas a Serra e deixou o PRBista livre de ataques. Até que mandou bem para um novato que fala depois de um orador do nível de Lula. Mas a estrela foi o ex-presidente.

Com a voz ainda mais rouca de pós-tratamento, Lula repetiu os autoelogios ao Universidade para Todos (ProUni), às melhorias no Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e a outras frentes de educação do governo federal de 2003 a 2010.

Ainda voltado a malhar mais José Serra, candidato do PSDB à prefeitura, do que ao líder nas pesquisas, Celso Russomano, Lula sugeriu calma ao tucano. "Depois dos 60, a gente corre o risco de enfarte", tripudiou.

A certa altura, depois de 10 minutos de falatório, o ex-presidente sentiu sede, necessidade que acomete humanos de modo geral. Alegando se tratar dos efeitos do tratamento que o fez superar um câncer na laringe, Lula sacou uma garrafa de água e, sem perder o bom humor, avisou que sabe de sua condição. Insinuou que, no passado, pediria uma cachaça para irrigar a garganta, mas que, agora, ia de água mesmo.

2 comentários:

Glauco disse...

Pode-se discutir aquilo que Lula representa para a política, para o país etc e tal, mas o que é inegável é que se trata do único político no Brasil que consegue fazer comícios à moda antiga. Desde que houve a proibição dos "showmícios", ninguém mais arrisca tentar levar gente para a praça escutar horas de discursos. Só Lula e alguns outros em uma dimensão bem menor. Diz muito a respeito do Brasil, mas também sobre a forma de políticos se comunicarem com os eleitores. Hoje, o palanque é eletrônico. Depois do chamado "torcedor de sofá", temos o "eleitor de sofá".

Anselmo disse...

"Depois do chamado 'torcedor de sofá', temos o 'eleitor de sofá'".

Interessante... Nem torcedor, nem eleitor estão na mesa do bar. Mas poderia ser pior: poderia ser torcedor/eleitor de mouse e teclado na mão.

Se bem que poderia ser menos antissocial.