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sexta-feira, outubro 26, 2012

Em espetáculo bizonho, Santos empata com Náutico na Vila

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Além de ser excelente com a bola nos pés (ou na cabeça, na canela, no joelho...), Neymar também está um pouco acima da média quando concede uma entrevista pós-jogo. Aguenta inclusive várias perguntas pouco amistosas e a repetição ad nauseam da questão eterna sobre transferência para fora do Brasil. Se fosse certo candidato a prefeito, talvez mandasse o repórter perguntar para o árbitro, o Muricy, o Laor, o adversário, mas o garoto aprendeu a ter paciência. E a refletir diante dos microfones.

Ainda no gramado, depois do tenebroso embate entre Santos e Náutico na liberada Vila Belmiro, o atacante deu o diagnóstico da partida, pelo lado alvinegro. Sobre ter reclamado no primeiro tempo com os colegas de time, que não se mexiam para receber a bola, declarou: “Eu peço para os companheiros jogarem, não para ficarem olhando para minha cara esperando eu jogar. É só correr um pouco para confundir a zaga”.


Era o que o torcedor, na Vila diante da TV, queria que os santistas fizessem. Que se movimentassem um pouquinho só. Mas André, no meio dos zagueiros, lembrava os últimos dias de Ronaldo no Corinthians, ainda que a diferença de idade e de “integridade” física não justificasse a imobilidade do moleque. Patito até corria, mas não sabia pra onde, enquanto Felipe Anderson falhava sempre que se esperava algo dele, parece tremer diante da pressão da torcida, do técnico, dos colegas... Miralles, contundido, foi ausência sentida.

Só, somente só (Santosfc)
Um time lento, que viveu de lampejos de Neymar e, pasmem, de subidas do zagueiro Bruno Rodrigo ao ataque no tempo derradeiro, mais eficiente que seus parceiros de frente. Na primeira etapa, o Náutico conseguiu encaixar contra-ataques e, em uma jogada grotesca de Gerson Magrão (que estava cobrindo o lateral do outro lado, diga-se), teve um pênalti a seu favor. Talvez pelo ímpeto saltitante do arqueiro Rafael, o atacante Kieza conseguiu ser tão bizonho quanto o lance que originou a penalidade, mandando pra fora a bola. É, a partida não merecia um gol...

No segundo tempo, o Santos melhorou e os visitantes foram recuando e praticando o tradicional antijogo, tolerado pela arbitragem brasileira. Um, dois, três, quatro, cinco jogadores caíram no gramado no terço final do segundo tempo, nada que quase qualquer outra equipe daqui não fizesse em situação semelhante. O jogo teve 50 faltas e várias não marcadas, o que pode mostrar que o problema dos árbitros brasileiros talvez não seja o de “marcar qualquer faltinha”, mas sim de tolerar sequências de faltas, às vezes de um mesmo atleta, sem punição. Todos ficam à vontade para bater, de forma sutil ou de forma viril.

Jogo tétrico, o jeito para o santista é esperar 2013.

4 comentários:

Juliana disse...

"Nada que quase qualquer outra equipe daqui não fizesse em situação semelhante." Equipe daqui, daí, de lá, no futebol da série A não tem isso meus queridos, futebol da série A é o futebol brasileiro, aquele movimentado pelo dinheiro, pelas influências, pela vontade de jogar de somente alguns jogadores, e claro, pela arbitragem, cada vez pior. Tá tudo no mesmo barco. Pra mim a maior distância entre os dois times é a da quilometragem Recife/Santos, porque nem na tabela do campeonato, nós, santistas, podemos contar tanta vantagem assim. Cuidado pra não comer sardinha e arrotar caviar.

Glauco disse...

Juliana, quando eu disse que "Nada que quase qualquer outra equipe daqui não fizesse em situação semelhante", quis dizer que o Náutico praticou, sim, antijogo, mas outras equipes do Brasil (e de fora também, vide Libertadores e outras competições), em situação semelhante (precisando segurar o resultado) fariam a mesma coisa, inclusive times com mais nome e bala na agulha que os pernambucanos. Por conta disso, não condeno a postura deles, mas sim a arbitragem (não desse jogo especificamente, mas a a brasileira em geral e também a sul-americana) que deixa esse tipo de coisa acontecer. O Náutico está mais do que na dele.

Sei que esse elenco atual do Santos é limitado e já falei isso em outras ocasiões, o risco do consumo de sardinha se passando por caviar não existe, rs.

Nicolau disse...

O Santos deu uma bela desmontada no elenco esse ano e sofre as consequencias. Precisa arranjar gente melhor pra jogar com o Neymar, que deve sentir um belo de um baque depois de tabelar com Kaka e Oscar...

Juliana disse...

Espero que não. Porque apesar de barata sardinha também é PEIXE. Beijos