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quarta-feira, outubro 03, 2012

Na reta final, voto útil entra em cena em São Paulo

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Voto útil, tático ou estratégico. O nome pode mudar, mas o objetivo desse tipo de escolha é evitar que um candidato do qual o eleitor não gosta vença ou avance para o segundo turno. E essa figura que já determinou vitórias às vezes inesperadas já é, novamente, personagem central em alguns dos confrontos municipais, entre eles, o de São Paulo.

As últimas pesquisas do Ibope e Datafolha mostram Celso Russomanno em queda, mas ainda como um dos favoritos a ir para o segundo turno. Claro que o cenário pode mudar até sábado, mas, por enquanto, o voto útil vai ser assunto.

Haddad buscou, nos últimos dias reforçar a imagem de que seria o único capaz de derrotar um recém-demonizado Russomanno no segundo turno, dada a alta rejeição de José Serra nas pesquisas. O tucano não apelou diretamente para o argumento de tirar o PT do segundo turno para buscar votos, mas continuou com sua cantilena antipetista, posição quase histórica do tucano e reforçada agora.

Chalita pregou em seu último programa eleitoral justamente contra o voto útil. E bateu em Serra mais do que em Haddad e Russomanno, para evitar uma possível migração de votos na reta final, justamente quando sua candidatura ganhou musculatura ao retirar votos do líder das pesquisas. O peemedebista sabe que pode ser o fiel da balança na decisão e quer aumentar seu cacife. Russomanno, por sua vez, confiante de que estará no segundo turno, escolheu seu rival predileto: vem batendo em Haddad para evitar perder votos na periferia para o petista e tentar enfrentar Serra e sua rejeição, que varia entre 40% e 45% de acordo com o instituto de pesquisa, no turno final.

Clássicos do voto útil

Covas: voto útil lhe deu duas vitórias
As eleições definidas no primeiro turno tornavam os movimentos de eleitores na última hora muito mais frequentes. Em 1985, Fernando Henrique Cardoso, então no PMDB, apelou para a tese, tentando tirar votos do terceiro colocado, Eduardo Suplicy, para evitar a vitória de Jânio Quadros, hipótese que causava calafrios a uma já medrosa Regina Duarte. Não deu certo e a prefeitura acabou com o folclórico ex-presidente.

O campeão da rejeição que sempre sofreu com o expediente em São Paulo foi Paulo Maluf. Em 1988, parte dos votos que garantiram a vitória de Luiza Erundina certamente entram nessa conta, assim como sua derrotas no segundo turno em eleições para governador de São Paulo, em 1998, para Mario Covas.

A propósito, Covas foi beneficiado pelo voto útil não só nos segundos turnos de 1994 (conta Francisco Rossi) e em 1998, mas também no primeiro turno de 1998. Ali, dois dias antes da eleição, o Datafolha apontava Paulo Maluf com 31% das intenções de voto, Francisco Rossi com 18%, Covas com 17% e Marta Suplicy com 15%. Para evitar um segundo turno entre Maluf e Rossi, muitos eleitores de Marta votaram em Covas, que terminou menos de 0,5% à frente da petista. Ambos ficaram mais de 5% além da votação de Francisco Rossi, um cenário bem distinto daquele indicado pelas pesquisas.

2 comentários:

Anselmo disse...

voto útil, só no segundo turno.

Glauco disse...

No programa final, dos vereadores, o PT utilizou outro apelo de voto útil: chamou os moradores da periferia a votarem em Haddad, e não em Russomanno, pois o petista seria o único capaz de derrotar Serra (rejeitado por mais da metade do eleitorado nas regiões periféricas).