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quarta-feira, novembro 21, 2012

Bora acabar com a publicidade governamental?

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O patrocínio da Caixa ao Corinthians vem rendendo discussões nas redes sociais. Até mesmo a diretoria do São Paulo, segundo o blog do Perrone, comentou o assunto.

Entre os argumentos, pérolas como “o governo devia gastar esse dinheiro em escolas públicas” - o que, entendo eu, implica o fechamento das atividade comerciais da Caixa, que pode ser uma proposta. No geral, o grosso diz que “governo não pode bancar time de futebol” e, obviamente, que a culpa é do Lula.

Sobre o mérito do negócio em si, o Erich Beting escreveu muito bem. De minha parte, quero aproveitar o o clima e propor o seguinte: a Caixa, todas as demais estatais e as esferas federal, estadual e municipal de governo ficam proibidas de fazer qualquer tipo de publicidade ou patrocínio a entidades privadas. Pode ser?

A Caixa tira o dinheiro que coloca no Comitê Paraolímpico Brasileiro, o Banco do Brasil para de patrocinar a Superliga de Vôlei, a Petrobras tira o dinheiro que coloca quase todos os filmes produzidos pelo cinema nacional.

E mais importante: corta-se toda a publicidade governamental em todos os veículos privados de mídia. Globo, Folha, Veja, Estadão, Record, todos recebendo enormes quantias de dinheiro público há anos. Especialmente a Vênus Platinada, que tem um pouquinho mais de bala na agulha que qualquer time de futebol.

Aí sim liberaria dinheiro grosso para outras áreas – além de ter o bônus de ver a Abril ir a falência em um ano ou dois (as outras empresas talvez aguentem uns meses a mais). Bora?

4 comentários:

Leandro disse...

Mais uma da série "A Culpa é do Lula".
Mais uma da série "O SCCP é algo abjeto".
Como bem colocou o atual ministro do trabalho e emprego: "Temos uma elite feroz, que infelizmente conseguiu espalhar sua ideologia aos setores da inteligência brasileira que, em troca de ser cosmopolita de segunda ou terceira categoria, deixou de nos ver como um só país, uma só nação, um só povo."

ThiagoFC disse...

Parabéns pela precisão cirúrgica no texto! Parabéns ao Leandro também, pelo comentário igualmente preciso.

O Banco do Brasil patrocina a Seleção de Vôlei desde que me entendo por gente, e a Caixa já estava patrocinando times de futebol há algum tempo. Sem problemas, né? Ah, mas colocar dinheiro no Corinthians é imoral, ilegal e engorda, né?

Doses cavalares de hipocrisia em algumas manifestações. Outro episódio mostrando que, no Brasil, o pau que bate em Chico nem sempre bate em Francisco.

Glauco disse...

Companheiros, vamos deixar a mania de perseguição um pouco de lado... Quando o Santos anunciou que o Neymar iria ficar até a Copa de 2014, parte da imprensa afirmou taxativamente que isso iria acontecer por conta de um patrocínio do Banco do Brasil. Daí surgem matérias como E o Governo vai mesmo bancar Neymar no Santos e
Neymar fica no Santos. Oba! Banco do Brasil entra na parada. Oba! Viva o dinheiro público!
. O alvo, em ambos os casos, é mais o governo do que os times, e com certeza muito corintiano reclamou do "dinheiro público" (que não existiu, já que o Banco do Brasil não patrocinou Neymar, que àquela altura tinha outros oito patrocinadores) que seria investido no santista.

Claro que um argumento como “o governo devia gastar esse dinheiro em escolas públicas” é mais do que raso, mas não foi esse o único argumento usado na discussão, lembrando que a Caixa é uma empresa pública, e não sociedade de economia mista como Petrobrás e Banco do Brasil, por exemplo. O debate necessário é sobre qual deve ser o papel do poder público no estímulo ao esporte, e daí faz mais sentido apostar no investimento em esportes amadores e olímpicos, ainda mais tendo em vista os Jogos de 2016 e a precariedade do país nessa área. O futebol tem visibilidade sem precisar de qualquer incentivo, o que não acontece com os outros esportes, e as estatais poderiam fazer parte de um esforço coordenado em prol de outras modalidades.

Leandro disse...

A crítica muito mais ao governo que ao time, no caso do Neymar, eu acho que até faz bastante sentido, a julgar pelos comentários que constam da própria postagem.
Agora, no caso da CEF, não sei. Parece-me que está para o “mais do mesmo” do processo de criminalização que o Corinthians sofre do grosso da mídia.
Exemplo disso foi o que comentou o medonho Victor Ernesto Bambirner no programa Cartão Verde de terça-feira.
Num misto de bajulação ao presidente do Santos (presente ao programa) e de recalque são-paulino dos mais dolorosos, o sujeito fez uma tosca digressão história para, por meio delas, fazer ilações acerca de manobras escusas envolvendo do estádio ao patrocínio, para, ao final de seu insólito raciocínio, indagar ao LAOR, numa espécie de pedido de concordância, se ele não gostaria de administrar um caixa com estes, digamos, benefícios.
Mais do mesmo do FEBEAPA anticorinthiano, conforme escrevi acima, valendo ressaltar que o LAOR, que venho elogiando desde seus primeiros dias como presidente, nem precisa da bajulação de um sujeitinho do naipe do Bambirner e poderia ter evitado entrar no joguinho que ele montou neste sentido.