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sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Neymar: o ator que fez um filme ruim valer a pena

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Muitas vezes gostamos de um filme não pela história em si, pelo roteiro ou pela direção, mas apenas por conta da atuação de um ator. Ontem, Santos e Botafogo foi desses filmes, tecnicamente ruins, mal dirigidos, um desenrolar entediante, mas com um protagonista que fez valer o ingresso em uma sequência de pouco menos de 15 minutos de belas cenas.

Neymar, pra variar, apanhou. Esse filme você já viu. Também ensaiou saltos e valorizou alguns lances. Filme repetido também. E o árbitro Flavio Rodrigues Guerra não quis contribuir com o bom andamento do enredo: é daqueles que se costuma atribuir a qualidade de “deixar o jogo fluir”. E, assim, acaba não dando uma série de faltas e esquece cartões, reservando-os para o terço final da partida. Contribui para que haja mais lances “viris” e menos futebol. É a tal lógica torta de deixar “fluir o jogo”.

Ele resolveu em 15 minutos
O Joia peixeiro voltava muito para pegar a bola no meio de campo durante o primeiro tempo, facilitando a marcação dupla do Botafogo em cima dele. Os volantes não chegavam ao ataque com qualidade e as laterais... ah, as laterais. O menino Paulo Henrique estreava pela esquerda, enquanto Pará, pela direita, fazia o seu tradicional “corre-corre de novo-erra passe”. Em 50 segundos do segundo tempo, Fucile, pela direita, fez mais que a dupla Pará-Maranhão pelo setor em 2012.

Mesmo mais animado e bem postado em campo na segunda etapa, o Santos não conseguia reverter a vantagem conseguida pelo time de Ribeirão Preto no segundo tempo, em uma rara finalização. Foi preciso uma falta, quase do mesmo lugar daquela que resultou no centésimo gol do Joia, para que Neymar, de novo de cabeça, empatasse a partida aos 31 minutos. E, um minuto depois, após roubar uma bola e passar por três jogadores do Botafogo, o atacante foi derrubado na área. Bateu e converteu.

Ali, a defesa botafoguense já estava rendida diante do garoto. Ele roubou outra bola e quase marcou novamente. O Botafogo chegou a ensaiar uma pressão, contudo, outro moleque também brilharia. Felipe Anderson, que entrou na segunda etapa, deu uma assistência preciosa para Neymar passar pelo zagueiro e encobrir o arqueiro. Outro belo gol. E o atacante retribuiu o presente em outra arrancada, servindo Felipe Anderson, que fez o quarto tento.

O Santos tem muito a arrumar em seu esquema tático, definir quais serão os titulares – aliás, Felipe Anderson e Ganso juntos no meio seria uma ótima pedida -, mas é muito bom saber que Neymar voltou a fazer uma atuação de gala.

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Wando: ele cantou o amor em todas as suas formas

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Se existe alguém que interpretou o dito amor sob as mais diferentes formas, esse alguém foi Wando. Trilha sonora de muitos romances embalados em botecos de todo canto e lugares mais apropriados, deixa um legado que dificilmente será superado nesse quesito. Reconhecendo e recordando seus grandes momentos, e finalmente recuperados do choque nos causou o passamento, só hoje este Futepoca lhe presta uma singela homenagem registrando suas múltiplas formas de cantar o mais nobre dos sentimentos humanos:


Amor metafórico/metonímico/analógico

Você é luz
É raio estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô
Você é "sim"
E nunca meu "não"
Quando tão louca
Me beija na boca
Me ama no chão...(2x)


Amor filosófico

Eu sempre acredito nas mentiras
No fundo as mentiras são verdades
Viver é deixar rolar o sentimento
A gente tá perdendo tanto tempo
Preciso resolver meu coração
Viver é pôr o nosso amor em movimento
A gente tá perdendo tanto tempo


Amor contorcionista

Moça, moça eu te prometo eu me viro do avesso
Só pra te abraçar
Moça, eu sei que já não é pura
Teu passado é tão forte, pode até machucar
Moça, dobre as mangas do tempo
Jogue o teu sentimento todo em minhas mãos
Eu quero me enrolar nos teus cabelos





Amor, hã, animal

Vem minha safada
Vem minha bandida
Minha descarada
Quero um beijo gostoso
Dessa boca molhada
Vem matar o desejo
Desse seu animal...(2x)


Amor solitário (conhecido como onanista)

Eu já tirei a tua roupa
Nesses pensamentos meus
Já criei mil fantasias
De desejo e de prazer
Eu já troquei a tua pele
Já senti as tuas mãos
Já beijei a tua boca
Já senti teu coração
Só não tenho teus carinhos
Só não tenho teu querer


E, claro, a homenagem do nosso senador Eduardo Suplicy:

Arrogante e preguiçoso, Corinthians joga dois pontos fora em Mogi

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Tá certo, a primeira fase do Paulista vale pouco. Nas últimas 3 edições, o oitavo colocado teve 27 ou 28 pontos, logo faltam uns 16 em 13 jogos pra conseguir uma vaga no mata-mata. Logo, nada grave, do ponto de vista estritamente aritmético, o empate do Corinthians contra o Migi Mirim na noite desta quarta-feira.

Isto posto, vamos falar claramente: foram dois pontos desperdiçados por arrogância, preguiça e outros defeitos de um time que, se tem um pecado, é a falta de ambição dentro de cada partida.

Não foi uma nem duas vezes que a equipe de Tite fez 1 a 0 e tirou o pé do acelerador – e até pisou no freio. Várias e várias emoções desnecessárias passaram os corações alvinegros na temporada passada por esse tipo de comportamento. Mas essa noite foi complicado.

O jogo começou com o Mogi melhor, marcando a saída de bola e complicando a armação alvinegra. O pessoal não chegou a criar grandes chances, mas controlou o jogo até os 12 minutos, quando Paulinho fez uma grande jogada e cruzou para Liedson, que dominou tirando o zagueiro e se enroscou como goleiro. A bola rolava lentamente rumos às redes, mas foi desviada com a mão direita por um atabalhoado Edson Ratinho. Penalti, convertido por Emerson, e expulsão do jogador de Mogi.

Um parênteses: Arnaldo Cesar Coelho concordou com o juiz na hora do lance, mas achou depois um toque de mão de Liedson. Curiosamente, ele afirma que o toque não foi intencional, mas mesmo assim o juiz deveria ter parado o lance, tornando irregular a a marcação do pênalti. Interpretação, digamos, curiosa. Para mim, se teve algo diferente do assinalado pelo árbitro, foi um pênalti em Liedson cometido pelo goleiro , que já caído levanta a perna para impedir a progressão do jogador. Mas vamos em frente.

Quer dizer, com 12 minutos do primeiro tempo, o Corinthians abre 1 a 0 e fica com um jogador a mais. O jogo fica absolutamente sob controle, com toque de bola paciente e boas inversões de Alex e Danilo. Uns cinco minutos após o gol, numa dessas mudanças de lado, Liedson acerta uma cabeçada para defesa espetacular do goleiro Anderson. E parou por aí.

A necessidade de se poupar para o clássico contra o São Paulo e, mais importante, a estréia na Libertadores na quarta explicam a vontade de desacelerar o jogo. Mas com um a mais por tanto tempo – e enfrentando um equipe fraca como se mostrou o Mogi – era só focar um pouquinho para ter resolvido a parada. Não foi feito e, aos 40 minutos, veio o castigo: contra-ataque do Mogi – pelo menos o quarto com chance clara de gol –, Júlio César falha num chute de longe e Hernane, o artilheiro do torneio, mandou pra dentro.

Merecido, se me perguntar. Quem sabe o pessoal não acorda e começa a botar em ponto morto só depois do 3 a 0?

Jogadores

De positivo, Edenilson entrou no lugar de Emerson e foi jogar como meia pela esquerda no 4-2-3-1. Foi muito bem e criou algumas boas situações. É um bom jogador e merece ser observado, até para encontrar sua melhor posição – que eu acho que pode ser meia ou segundo volante, nessa ordem. E o fato de que, quando quis jogar, o time mostrou qualidade, especialmente Danilo, Alex e Paulinho, que controlaram o meio campo. O volante, aliás, vem fazendo jogadas mais agudas – no período em que se importa com o jogo. Parece ter ganho mais confiança, o que pode fazê-lo crescer mais adiante.

Nota negativa para Welder, que foi muito tímido. Fiquei com boa impressão do lateral nas poucas vezes que o vi atuar ano passado e acheiq ue ele aproveitaria a chance para botar pressão em Alessandro. Mas não foi o caso.

Douglas

Um comentário sobre a volta do meia Douglas ao Timão. Fiquei bastante feliz com a contratação. Acho que ele tem certas características – prender a bola, cadenciar o jogo, passar em profundidade – que complementam as melhores virtudes de Alex. Acredito que, com o tempo, Douglas ganha a vaga de Danilo e libera Alex para jogar mais solto, chegando mais para bater pro gol e dar o último passe. Com Liedson e Sheik, acho que pode dar um baita samba.

Além disso, o Corinthians fica com uma das maiores concentrações de meias por metro quadrado, com Vitor Júnior se somando aos três supracitados. Coisa boa num elenco que ano passado tinha grande dificuldade de substituir Danilo.

Adriano

Até aqui, trágica a passagem do Imperador da Manguaça pelo Corinthians. Bom, nem tanto, porque aquele gol contra o Atlético MG valeu muita coisa. Mas a demora do cara para entrar em forma e jogar já deu no saco. Podia até jogar mal, mas pelo menos estaria ali para ser avaliado.

Hoje, depois de tudo, eu que fui defensor do atacante e das chances que lhe foram dadas, já não espero muita coisa. Mesmo assim, e de foram contraditória. inscreveria o cabra na Libertadores. vai que ele se anima...

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Aeroportos, ônibus e contradições

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O tema desta terça-feira foi a privatização dos aeroportos feita pelo governo federal na segunda. Foram vendidas participações nos aeroportos de Guarulhos, o maior do país, Campinas e Brasília, em leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O governo comemorou o alto valor alcançado, R$ 24,5 bilhões no total, com um ágio médio de 347% nas três operações.


De um lado, os tucanos, com o perdão do trocadilho aviário, pavoneiam-se do PT ter caído em si e aceitado o evangelho privatista. Do outro lado do espectro político, o pessoal à esquerda ficou deveras escandalizado com o que consideram uma traição da presidenta. Afinal, o debate sobre as privatizações, com o PT de Lula e Dilma como nacionalistas estatistas e o PSDB de Alckmin, Serra e FHC como vendilhões da pátria, foi um dos pontos altos das duas últimas campanhas eleitorais – a cena mais marcante (ou patética) fica para Geraldo Alckmin usando camisa da Petrobras e colete do Banco do Brasil.


Antes de mais nada, uma questão técnica. O que foi feito não foi bem assim uma privatização. Quer dizer, foi: o governo vendeu parte das ações dos aeroportos, mas a Infraero manteve 49% deles. Ou seja, a União continuará sendo sócia de todos. Os vencedores do leilão ficam com a concessão de operação por prazo determinado. No caso de Guarulhos, por exemplo, foram R$ 16,21 bilhões por 20 anos. O patrimônio continua sendo parcialmente da União, mas será tocado pela iniciativa privada. Como nas estradas. Ou, mais próximo ainda, nas concessões de ônibus urbanos.


O João Villaverde, nesse post sensato, argumenta que politicamente não faz diferença, o que até é verdade. Mas na prática, faz muita. Nesse sentido, se tiver que me escandalizar com alguma concessão, sinto muito mais prejuízo em ter pouco controle sobre os ônibus urbanos, por exemplo. Peguei avião um número de vezes que cabe nas duas mãos – e devo estar acima da média do brasileiro. Ônibus, meu chapa, todo mundo pega – e não vejo essa chiadeira toda a respeito.


Mas sou exceção nas hostes esquerdinhas. De minha parte, não sou necessariamente contra privatizações. Sou contra certas privatizações. Vender a Petrobras, pelamor, é uma ideia ridícula, como foi ridícula a venda da Vale. Primeiro, porque junto com a empresa foram vendidos contratos de exploração de minérios válidos por décadas. Vendeu-se o solo brasileiro, patrimônio natural (e esgotável) de nosso povo. Isso, sou contra.


Pior: na década e 90, governo tucano e mídia fizeram uma campanha intensa para desvalorizar as estatais. É meio você querer vender seu carro e sair por aí dizendo no boteco que ele não presta. Pois é, o preço cai. O aeroporto de Guarulhos é gigante, importante e coisa e tal, mas ninguém tem a ilusão de que ele valha mais do que a Vale do Rio Doce valia quando foi vendida. Pois pagou-se por ele R$ 16,21 bilhões, contra R$ 3,3 bilhões na Vale. Não dá pra comparar o dano causado à nação por essas duas decisões.


O Nassif, nesse post curto, levantou outras questões que diferenciam o modelo de privatizações dos anos 90 e o concretizado ontem:

1. A Infraero mantem 49% do capital.

2. O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) financiará exclusivamente os investimentos previstos. Nos anos 90 financiava a compra.

3. Os recursos arrecadados serão destinados a aeroportos menores.

Vamos combinar que é beeeem diferente? Todo mundo pode ser contra privatizar aeroporto, empresa, estrada e o diabo – ou querer vender até escola primária. Ninguém precisa concordar com nada do que a Dilma diz – por exemplo, ao dizer que “agora esperamos uma administração eficiente dos aeroportos”, duvido que os funciários da Infraero concordem com a presidenta. Com certeza, se trata de mais uma das tantas e tantas contradições dos governos petistas e cada um vai avaliar com seus botões se é o bastante para se considerar a gestão uma decepção e levar seu voto para outras paragens. Mas é obrigação não ser leviano e nem desonesto no debate.

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Folha de S. Paulo descobriu a pólvora! Neymar não é Pelé

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Na edição do periódico da família Frias, neste domingo, um dos destaques de capa da edição paulistana dizia: Neymar chega aos 20 rico, mas sem jogar Copa e só com um quarto de gols de Pelé.


Interessante, a única notícia de verdade era que o atacante santista fazia aniversário. O resto não diz absolutamente nada: Neymar é rico (sério?), não jogou uma Copa do Mundo (ufa, minha memória ainda está boa) e, pasmem, não fez tantos gols quanto Pelé aos 20 anos… Ah, vá! Se eu fizesse um post sobre o nascimento do peixeiro com um título “Neymar, aquariano como este escriba, faz anos hoje”, teria mais informações do que o dito na chamada de capa da Folha.



Mas há que se analisar o porquê da comparação com Pelé. Para dizer que Neymar é menos que ele? Bom, se tomarmos como fundamento os mesmos critérios para falar de dois rivais (sic) do Rei em termos do cetro de melhor de todos os tempos, como ficariam Messi e Maradona em comparação a Pelé?
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Dez breves considerações sobre Santos 1 X 2 Palmeiras

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- Jogo de meio-campo na maior parte dos 90 minutos. O Palmeiras, melhor postado atrás, conseguia ligar mais rapidamente o ataque. O Santos esbarrou a maio parte do tempo no sistema defensivo alviverde

- Os laterais geográficos santistas não fizeram jus às alcunhas, que poderiam remeter à beleza dos estados que representam. Pará é esforçado, mas improvisado na esquerda costuma ser lastimável. Maranhão fez uma peleja medonha, coroada com o gol contra da virada palestrina. O torcedor ora por Fucile...

- Sim, a preparação física faz diferença. O calor também. Os paulistanos estavam mais em forma e a questão física e o sol arrasador de Presidente Prudente podem até ser justificativa para a desatenção no lance do escanteio que resultou no empate da partida.



- Não, mesmo tentando ser razoável, não consegui ver falta de Ibson em Ricardo Bueno. Do lance não só saiu a expulsão do alvinegro como, na sequência da falta, o escanteio que resultou na igualdade do placar. Mas só vi o lance por um ângulo porque a Globo assim decretou que fosse. Posso mudar de ideia, mas por enquanto, não.

- Turma que ainda não se encontrou em dois jogos: Arouca, Elano, Borges e Henrique (Será que este vai se encontrar?)

- Alan Kardec se sente melhor jogando no time reserva do que no titular. Rafael, em dois jogos, mostrou problemas sérios pra sair do gol.

-  Neymar, mesmo quando não vai tão bem, ainda assim é muito bom. Mas não é Pelé.

- Marcos Assunção parece também atuar melhor não tendo que sair pro jogo. Errou faltas frontais, não foi efetivo em cobranças de falta e escanteio  durante quase todo jogo. Mas bateu o último, que assegurou o início da virada palmeirense. Se o clichê de que "craque decide" está correto, pode-se dizer que o volante é, no mínimo, um "craque da bola parada".

- Luiz Flávio Oliveira é tão bom (?) na parte discplinar quanto o irmão.

- Para os santistas, lembrança e consolo: não vencer o Palmeiras nos últimos dois anos não tem sido exatamente um mau agouro... Como nos anos 60.