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sexta-feira, julho 06, 2012

Para este chinês, não existem barreiras... Ou existem muitas

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O fato aconteceu nos Jogos Universitários chineses. Um atleta que disputava os 110 metros com barreiras, após não conseguir saltar dois obstáculos, resolveu simplesmente não saltar mais. Ainda acabou com a corrida do colega da raia ao lado... Lambança de nível:



Via Furo MTV

Um 2 a 0 em que quase tudo deu certo na Copa do Brasil

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O primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2012 acabou em surpreendentes 2 a 0 para o Palmeiras diante do Coritiba, na Arena Barueri. Surpreendente porque os visitantes eram melhores em campo no primeiro tempo na noite de quinta-feira, 5. Porque o azar de ficar sem Barcos virou sorte e segurança de Bruno na guarda da meta, dentro de campo. Porque Valdívia marcou, mudou a história do jogo, e foi expulso em lance besta. Porque o time paranaense reclamou muito de um pênalti explícito. E porque o Palmeiras esboçou disposição excessiva em se defender ainda no primeiro confronto.

Folga talvez só no placar. E o chavão do futebol é explícito: 2 a 0 é um placar perigoso. Embora a resposta igualmente óbvia seja um sarcástico "perigoso para quem, mesmo?", o retrospecto entre os dois times em Copas do Brasil dá um pouco mais de razão para o lugar-comum. É que no ano passado, quando os mesmos Luiz Felipe Scolari e Marcelo Oliveira ocupavam postos de treinadores dos times, o Coxa deu uma sova no alviverde paulistano, com atordoantes 6 a 0.

Só Thiago Heleno e João Vitor estiveram do lado palmeirense em 2011; seis do Coritiba continuam por lá. Mas que nada disso se repita. 

Sem Barcos, operado por apendicite e homenageado por Valvívia, sem Henrique, substituído por Marcio Araújo, o time de Felipão jogou pouco para conseguir o placar que fez. Só não foi tudo perfeito porque Maikon Leite perdeu uma chance clara no final de fazer um improvável terceiro.

Desde 1999 sem títulos importantes, desde 2008 sem trazer caneco nenhum, os atletas do Palmeiras comemoraram muito ao final do jogo. Um pouco mais do que deveriam, porque tem a partida de volta. E porque a equipe precisa de mais bola até para jogar pelo regulamneto no Couto Pereira, no dia 11.

quinta-feira, julho 05, 2012

Vai, Corinthians! Campeão invicto da Libertadores 2012

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São 2h26 e as buzinas não param de tocar. Meu irmão manda uma mensagem, amigo liga de Junqueirópolis. Na Augusta, o grito ecoa, como ecoou o dia inteiro. Inescapável. Em todo lugar se ouviam os rojões e a inevitável frase. Vai, Corinthians.

E viemos. Invictos por um longo caminho, que passou pelo golaço de Ralph na estreia. Pelo gol de Paulinho (monstro!) e pela defesa de Cássio contra o Vasco. E pelo campeão anterior, que conta com o melhor jogador do hemisfério. Perdeu em casa, com direito a golaço.

Em todas as etapas, novo desafio. "O desastre do Tolima", "O trauma das oitavas", "nunca venceu um campeão de Libertadores", "nunca venceu um tricampeão da Libertadores", "nunca venceu um hexacampeão da Libertadores". É.

Corinthians tem dessas. Minha mãe sempre fala: "Corinthians, quando só precisa do empate é que perde". Pois nessa, como em outras, foi sempre o patinho feio. Favorito, só contra o Emelec. Melhor assim, pelo jeito. Pessoal gosta mesmo é de subverter expectativas.

Meu maior medo era o Santos, confesso. Ou ainda, Neymar, em uma equipe com mais organiação coletiva que no ano passado.

No dia, a caminho do almoço, um amigo palmeirense perguntou para o companheiro Glauco e eu "como estava a ansiedade". Os dois concordamos: "estou tentando não pensar no jogo, para poder pensar em outra coisa". Foi quase impossível, no entanto.

Aqui, minhas críticas constantes ao estilo retranqueiro do time comandado por Adenor Tite já tinham ido para o espaço. A partir do primeiro jogo contra o Santos, a imagem que melhor descrevia meu espírito nerd-alvinegro era o discurso do rei Theoden, no terceiro episódio do Senhor dos Anéis:

"Levantem-se! 
Levantem-se Cavaleiros de Theoden! 


Lanças se agitarão, escudos se partirão! Um dia de espadas! Um dia vermelho até que o sol nasça!


Cavalguem... Cavalguem... Cavalguem! Cavalguem pela ruína e pelo fim do mundo!


Morte! Morte!"

Aqui, amigos, era guerra. Até o fim do mundo.

Na Vila, um primeiro tempo impecável, sem deixar o anfitrião ver a bola. Coroado com o golaço de Sheik, homem para se contar nas horas difíceis. Na volta, empate e classificação.

E vencemos, pois. Aquele que é de fato - ainda que não mais de direito - o melhor time das Américas.

No outro jogo, disputavam Universidade de Chile, de seguidas participações positivas no torneio, sempre exaltado por seu futebol ofensivo e efetivo, e ninguém menos que o famigerado Boca Juniors. O temido Boca, morador da abissal Bombonera, senhor das terras de América durante a maior parte dos últimos anos, hexacampeão do torneio, ansioso por destronar seu compatriota Independiente e sagrar-se campeão absoluto do certame.

Meu cerérebro via uma disputa equilibrada. De resto, não havia em mim nenhuma sombra de dúvida de que nosso adversário na final seria o Boca.

Primeiro jogo na temida Mordor dos times brasileiros, que já havia tragado Palmeiras, Grêmio e Santos na final do campeonato continental. La Bombonera.

Um jogo pegado (Morte!) e sem grandes chances para nenhum dos lados, com um Corinthians errando passes demais. Num escanteio, o medo. O único momento em que o Corinthians esteve eliminado no torneio. Um a zero Boca, e as sombras se estendiam.

Mas rapidamente, eis que surge um jovem vindo do banco de reservas. Romarinho, nome ilustre, recebe passe de Emerson, o Sheik, e não pisca. Toquezinho de leve por cima do goleiro. Herói improvável. A batalha final será em casa.

Passo a semana inteira tentando manter afastado o jogo. Até chegar ao dia, à fatídica quarta-feira. Já de manhã, fogos estão no ar, cada pipoco lembrando o que virá de noite. O colega Valdemar, porteiro do prédio, manda um "é hoje". Subindo a rua, as camisas vão surgindo, ocupando a paisagem.

Chegamos então ao começo desse texto.

Era inescapável. Pela janela do trabalho, pela internet, na hora do almoço. O grito estava lá. "Nossa bandeira vai cobrir toda a cidade", disse a Gaviões. Acertou. A cidade era nossa.

No fim do dia, voltando para casa, as camisas estão em todos os lados. O grito, sempre ele, surge de sabe lá onde. Uma bomba explode na descida da Augusta e um corintiano manda lá o grito, complementado por um "susto da porra!" Quem soltou a dita bomba, diga-se, foram quatro outros alvinegros.

Não há como manter a mesma tensão, o mesmo preparo das semifinais. Dane-se que é o Boca. Aqui, o estádio é nosso, a torcida é nossa. A cidade é nossa.

Controlo a sensação, espanto o "já ganhou". Mas a vida na cidade é linda demais para se ignorar. Liga meu pai: "se tudo der errado, essa festa já está maravilhosa".

"Neste dia, nós lutamos!", resumiu Aragorn, na batalha final do supracitado Senhor dos Anéis. E lutamos. Com menos erros de passe que na Argentina, não deixando grande espaços para o Boca e controlamos o jogo.

Dias antes, um amigo havia dito: "Não quero emoção! 1 a 0 no primeiro tempo, 2 a 0 no segundo e a gent comemora!" Não aconteceu. Primeiro tempo em branco, e começo a pensar em prorrogação, em pênaltis.

Então, eis que surge, já na segunda etapa, Emerson, o Sheik, o Saladino. Recebe passe de calcanhar de Danilo (salve, Doutor!) e chuta para o gol. Gol. A quantidade de palavrões que a leitura labial permite não expressa minha sensação.

O segundo vem de bola roubada, também por ele, este salteador dos desertos. Roubou, correu e meteu no canto. 2 a 0. Em cima do Boca. Na final da Libertadores.

.......

São 4h21 da manhã e as buzinas não param. O grito, inescapável, não pára, não pára, não pára. "Vai, Corinthians!", grita toda São Paulo. De Mauá, meu pai liga: "Ver esse time ganhar é muito bom, porque não só eu fico feliz, mas toda essa gente fica feliz". Meu Timão nunca parou de lutar e venceu.

"América, bem vinda à favela", disse faixa levada pela torcida. Nada mais justo.

PS.: Merece destaque aqui a impresionante mostra de convivência pacífica e democracia dada pela minha amada santista Débora, com quem assisti aos dois jogos das semifinais. Sem zombaria, sem xingar jogador do adversário, sem gritar gol na cara do outro. Episódio para guardar.

PPS.: Agradecemos a compreensão pelo misticismo exacerbado do último período. Valeu a pena, vá!



* Foto do pessoal do Impedimento, tem outras muito boas aqui.

domingo, julho 01, 2012

O gol mais bonito do campeonato

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São apenas sete rodadas e não vi todos os gols do Brasileirão, mas a jogada do garoto Bernard com dois chapéus na linha de fundo e o cruzamento para o gol de voleio do Jô é daquelas jogadas que valem mais que os três pontos. Para mim, até agora, o gol mais bonito do Brasileirão.

Claro que os três pontos, jogando na casa do Grêmio, valeram pela dificuldade. Não vi os números, mas o Grêmio deve ter ficado uns 70% do tempo com a bola, sufocou o tempo todo, mas  teve poucas chances de gol. O Galo ficou fechado atrás e saiu no contra-ataque, em que acabou perdendo pelo menos mais umas três chances. Méritos de Marcelo Grohe, o novo titular do gol gremista com a venda de Victor para o Galo. Goleiro que vai chegar num momento bom da defesa atleticana, a melhor do campeonato. Tomou apenas três gols em sete partidas.

Claro que é muito cedo para comemorar a liderança alcançada, mas para quem nos últimos anos só olhava o final da tabela é um alívio. Nas minhas contas, agora só faltam 29 pontos para escapar do rebaixamento. Mas o que chama a atenção nesse time é a vontade com que todos estão jogando. Parece que mais que qualidade técnica, Ronaldinho Gaúcho trouxe confiança ao time. Garotos que antes eram vaiados agora fazem jogadas como a de Bernard hoje. Que o garoto de 19 anos aprenda a ousadia de quem não joga tanto mais, mas um dia foi o melhor do mundo.



FICHA TÉCNICA
GRÊMIO 0 x 1 ATLÉTICO
Motivo:
 Campeonato Brasileiro – 7ª rodada
Data: 1/7/2012
Hora: 18:30
Estádio: Olímpico
Gol: Jô (26’)
Público pagante: 29.137
Renda: R$ 695.960,00
Cidade: Porto Alegre (RS)
Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa-SP)
Cartões amarelos: Serginho, Jô, Leandro Donizete (Atlético); Vilson, Fernando (Grêmio)
Cartão vermelho: Anderson Pico (Grêmio)
Grêmio
Marcelo Grohe; Edílson (Tony), Vilson, Gilberto Silva, Anderson Pico; Fernando Souza (André Lima), Zé Roberto e Léo Gago (Rondinelly); Kléber e Marcelo Moreno. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Atlético
Giovanni; Serginho (Marcos Rocha), Leonardo Silva, Rafael Marques e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete, Bernard (Richarlyson) e Ronaldinho; Danilinho (Escudero) e Jô.  Técnico:Cuca.