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terça-feira, março 19, 2013

71 anos, terra arrasada e possível ressurgimento

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Numa inversão de dois algarismos, o glorioso Clube Atlético Taquaritinga (CAT), de minha cidade natal, completou 71 anos no dia 17 março. E, a duras penas, tenta juntar os cacos de seu declínio no futebol paulista, após dois rebaixamentos seguidos, caindo da Série A-2 (a Segunda Divisão de fato), em 2010, e da Série A-3, no ano seguinte, além de ficar em último lugar na última divisão estadual, a chamada Série B (que, na prática, foi uma junção da quarta com a quinta divisões). Um jornal da terrinha informa que o time vai disputar novamente a Série B este ano, e que, pra isso, contratou o técnico Wilson Carrasco - ex-meia esquerda que fez sucesso na Portuguesa de Desportos, no fim dos anos 1970 e início dos 1980. Mas, além de montar uma equipe praticamente do zero, o treinador terá outros desafios, como a recuperação do estádio Taquarão (aquele que dizem ter sido construído em tempo recorde, e com 3 mil litros de pinga...). Na foto abaixo, Wilson Carrasco, o preparador físico e um dos atacantes contratados pelo CAT para a temporada deste ano vistoriam a "terra arrasada" que é, hoje, o gramado local.

Taquarão: aguardando ajuda da Prefeitura para disputa da Série B
Mas as notícias não são todas preocupantes. Alguns amigos meus - Angelo Marcelo Okada, Alexandre Varrone e Marcio Sala - resolveram arregaçar as mangas e estão participando diretamente da nova diretoria do CAT. Segundo eles, o ex-jogador Edmílson, taquaritinguense tetracampeão mundial com a seleção de Felipão em 2002 (tendo, inclusive, marcado um golaço), poderá assumir as categorias de base do clube. Ele possui uma Fundação em Taquaritinga, voltada às crianças carentes, parecida com a que é mantida pelo Cafu e a outra, do Raí e do Leonardo. No último domingo, aniversário do CAT, o prefeito de Taquaritinga, Fúlvio Zupani (PT), se encontrou na cidade do Guarujá com Julio Eduardo dos Santos, Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, e o presenteou com uma camisa do clube (foto abaixo) - que possui uma das combinações mais originais do futebol, pois, ao escolher originalmente as cores da bandeira da Itália, teve que trocar o branco pelo preto para evitar problemas durante a 2ª Guerra, quando o país europeu se tornou inimigo do Brasil (como lembrou Celso Unzelte nessa homenagem aqui). Aliás, Unzelte cantou o Hino do CAT, gravado em ritmo de forró e já lembrado pelo Glauco em um post.

Fúlvio Zupani (ao centro) e secretário Julio Santos (à direita)
Enfim, vamos torcer para que o CAT, pelo menos, possa ressurgir das cinzas. O clube viveu seu momento de glória entre 1982 e 1984, quando foi campeão da antiga Segunda Divisão do Paulistão e disputou a elite por dois anos. Tinha jogadores como o zagueiro Estevam Soares e o ponta-esquerda Edivaldo (já falecido, ex-Atlético-MG, São Paulo e seleção brasileira). Eu era garoto e, naqueles dois anos, entrava em campo com o time, em jogos contra Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro. Meu pai, Chico Palhares, foi quem idealizou e projetou o estádio Taquarão, em uma cratera onde a Prefeitura retirava terra para obras. Há exatos 30 anos, portanto, o CAT completava 41 anos em plena Primeira Divisão do Campeonato Paulista, fazendo bonito. Outro dia descobri, folheando o Almanaque do São Paulo que Alexandre da Costa publicou pela Abril em 2005, que o primeiro jogo do atacante Muller pelo Tricolor do Morumbi, como profissional, ocorreu justamente no Taquarão, pelo Paulistão de 1984. Que momentos como esse voltem a acontecer por lá, um dia! Vai, CAT!

1 comentários:

Glauco disse...

Só tive oportunidade de conhecer o Taquarão do lado de fora, mas deu pra perceber que é um grande estádio... Espero pelo clássico entre São Vicente e Taquaritinga, mas com o CAT subindo, não com o Calungão descendo, rs.