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segunda-feira, março 04, 2013

'Crise de gestão'

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Pois é. Assim como no episódio da cratera do metrô, em 2007, o governo estadual de São Paulo também se isentou de responsabilidade pelo deslizamento de terra na Rodovia dos Imigrantes, em 22 de fevereiro, que matou uma mulher e atingiu 23 veículos e uma carreta. Para reforçar, o governador Geraldo Alckmin anunciou que vai investigar a concessionária Ecovias. Mas vejam que curioso: em dezembro, dois meses antes do acidente, o governo tucano renovou a concessão da Ecovias por mais um ano e meio, em troca de algumas obras. O prazo da concessão terminaria em 2023 e vai se prolongar até 2025. A empresa já controla a Rodovia dos Imigrantes desde 1998, nos tempos do governo de Mário Covas, passando pelos também tucanos Geraldo Alckmin e José Serra.

Em artigo publicado na coluna "Cidade S.A.", do site IG, Rubens de Almeida afirma que a Rodovia dos Imigrantes "enfrenta uma evidente crise de gestão,  acompanhamento e prevenção de acidentes nas encostas da Serra do Mar". Sim, crise de gestão por parte da Ecovias, aquela na qual o governo do Estado confia para administrar a estrada há 15 anos, e confia tanto que prolongou o fim do contrato para daqui a mais 12. Governo do PSDB, aquele partido que gosta de arrotar sua "gestão eficiente". Mas um detalhe que a imprensa se esmera em desprezar - e que, óbvio, ninguém ressaltou após o deslizamento de fevereiro - é que a Rodovia dos Imigrantes, com apenas 58,54 km de extensão (segundo a Ecovias), possui o pedágio mais caro do Estado: R$ 21,20.

Considerando que cerca de 35 mil veículos passam pela rodovia diariamente, isso daria R$ 742 mil por dia, R$ 22,2 milhões por mês ou R$ 267,1 milhões por ano. Sim, existem dias de menor movimento, mas os diversos feriados durante o ano acabam engordando ainda mais essa conta. No Natal e no Carnaval, 400 mil veículos (chutanto baixo) descem da capital rumo ao litoral, o que daria faturamento de R$ 8,4 milhões em um só dia. Ou seja: se um governo concede negócio tão apetitoso a uma determinada empresa, e por tanto tempo, seria justo que fiscalizasse e cobrasse com rigor e frequência seus serviços de gestão, manutenção e prevenção de acidentes. E não DEPOIS que um acidente fatal tenha ocorrido. Pela Teoria do Domínio do Fato, a família da vítima fatal pode incriminar Alckmin.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vcs não imaginam o pânico que eu fiquei da cratera desabar na madrugada, será porque morei por vinte anos naquele lugar... Minha casa foi desapropriada, eu já estava em Parque dos Príncipes, foi o que deu pra comprar com os duzentos mil que o governo liberou pra pagar meu sobradinho em Pinheiros! fiquei a noite inteira sem dormir e os cachorros latiam enlouquecidos, filme de horror! lembra um pouco aquilo de "efeito borboleta" teoria do caos estas paradinhas... no acidente em questão morreram sete pessoas, pelo menos é o que foi divulgado?!?!?! e Vcs acreditam em estatísticas, eu não. um forte abraço aos petralhas e tucanos que podem falivelmente votar em candidato petista em dia de eleição

Anselmo disse...

"Pela Teoria do Domínio do Fato, a família da vítima fatal pode incriminar Alckmin".

é o famoso "ah, se a moda pega".

sobre o deslizamento, tendo a ser sensível a argumentos q apontem que o volume da chuva foi muito atípico.

mas a postura de jurar investigação é nada é a mesma coisa.