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sábado, abril 06, 2013

Brasil sacola a frágil Bolívia com dois de Neymar

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Neymar botou dois na conta e uma bola na trave (Foto: Aizar Raldes/AFP)

Com um primeiro tempo divertido e um segundo tempo de muitas experiências, o amistoso entre Brasil e Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra, foi excelente programa para deixar passar a ressaca na tarde deste sábado. Acabou num 4 a 0, primeira vitória de Felipão na nova fase, fruto em grande parte da extrema fragilidade dos bolivianos, oitavos colocados nas eliminatórias para a Copa 2014 e praticamente sem carimbo para visitar o Brasil ano que vem.

Com dois gols marcados, dribles e boas tabelas, Neymar foi o destaque da partida. Outro foi Ronaldinho Gaúcho, que jogou muito bem, protegeu a bola, limpou as jogadas e deu belos passes. Foi o grande organizador do time em sua primeira atuação convincente com a camisa amarela em um bom tempo. De uma tabela entre os dois saiu o tento mais bonito da peleja, o terceiro. Damião fez um gol – e como centroavante, é isso que dele se espera. Os dois últimos ganharam pontos na disputa por vaga no grupo da Copa das Confederações.

Os defensores Rever e Dedé foram muito pouco exigidos, mas corresponderam. André Santos até participou de algumas boas jogadas no ataque, mas deixou espaços na zaga e forçou lances de habilidade em momentos equivocados. Outro que sai valorizado é Jean, que teve atuação correta na lateral-direita. Como joga também de volante e até arrisca de meia, a polivalência é seu trunfo para estar no grupo.

Na meia cancha, Paulinho também se destacou, marcando, armando e chegando ao ataque com competência. Impressiona a enorme faixa de campo em que atua. Seu vizinho Ralph errou alguns passes no início, mas se acalmou e melhorou. Faltou Jadson, que foi bem, deu assistência par ao primeiro de Neymar e participou do lance do primeiro tento. Mas sumiu em certos momentos e não conseguiu armar nada na segunda etapa, quando o fardo foi lançado sobre seus ombros com a saída de Gaúcho.

Sobre a segunda etapa, pouco haveria a dizer, não fossem tantas as substituições. Com a vantagem estabelecida, os brasileiros desaceleraram de forma preguiçosa, permitindo ao ataque boliviano demonstrar toda a sua fraqueza. Felipão trocou de monte: Neymar por Osvaldo, que se mexeu bastante e levou perigo; Damião por Pato, que pouco fez, mas pode alegar que a leseira coletiva não deixou a bola chegar até ele; Gaúcho por Leandro, que jogou pouco mas deixou o dele na única jogada bem tramada dos 45 minutos finais; e Dedé por Dória, que mal vi em campo.

Felipão parece estar começando a se entender melhor no novo cargo. Resta saber se Gaúcho consegue jogar no mesmo nível contra marcações mais fortes. Se sim, deve ganhar com méritos a vaga na armação central e resolver o maior pepino do time desde os tempos de Mano.

Malandragem, dá um tempo – o jogo foi marcado pelas federações brasileira e boliviana com o nobre pretexto de destinar sua renda para a família do menino Kevin Espada, morto na partida entre San José e Corinthians. No entanto, o pessoal do país de Evo Morales deu uma de esperto e inclui outros dois destinos para a arrecadação: os jogadores da seleção boliviana campeã da Copa América em 1963 e, surpresa, ela mesma, a confederação. Os pais lamentaram o uso do nome do menino para promover a partida. Feio.

3 comentários:

Glauco disse...

Não acho irrelevante analisar o jogo no segundo tempo até porque, até os 42, o Brasil tinha feito o número de substituições normal em uma partida, três. Mas s for levar isso em conta, o Brasil deveria ter a obrigação de dar uma sacolada ainda maior nos bolivianos já que eles trocaram quatro no intervalo (seis no total). Se os titulares já têm esse nível, os reservas... O fato é que os donos da casa adiantaram a marcação, pegaram mais no meio, e o Brasil aceitou o jogo recuando. E todo o sistema defensivo da seleção rifou demais a bola, buscando muitas vezes a ligação direta.

Quanto à intenção do amistoso, tem outra versão que diz que a partida já vinha sendo acertada há algum tempo, justamente como homenagem aos campeões de 1963, e teria tido sua realização acelerada por conta do acontecido com o Kevin. Não se sabe o que foi acertado pela CBF, então não dá pra saber se os "vilões" da história são os hermanos. Aliás, interessante a CBF, qua sequer assume com competência suas responsabilidades, assumir a de terceiros, já que não tem nada a ver com a história.

Nicolau disse...

A Bolívia de fato apertou na segunda etapa, mas minha impressão foi que o Brasil tirou o pé. Além do mais, o sistema defensivo todo do Brasil era menos que o reserva desde o início, já que Réver e Dedé estão atrás de Dante para a reserva de Tiago Silva e David Luiz. Réver, aliás, curte muito um lançamento/chutão. Sem Jô na frente para ajeitar, não funcionou tão bem.

Anselmo disse...

bateu uma saudade do tempo em que o Palmeiras cedia jogadores pra seleção... ainda mais de quando esses jogadores eram escalados e até decidiam...

o resultado é interessante, embora a bolívia seja uma seleção fraca-fraca. é bom testar o time contra times fortes, médios e fracos. até agora, felipão só trouxe "os três pontos" contra os fracos. diante de médios e fortes, deixou a desejar.

sobre a falta de armador, ela é crônica no futebol brasileiro. esse é um dos motivos porque todo meia que desponta ganha deferências de herdeiro da dez sem maiores receios... eu mesmo me confesso um torcedor de qqr 10 com pinta de 10 (motivo pq lamento a longa fase atual do Ganso, por exemplo). que

RGaúcho jogue bola e honre o número estampado nas costas...