Destaques

quinta-feira, abril 25, 2013

Mais farofa pra cima do Neymar...

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Às vezes penso que o brasileiro não gosta de seus próprios craques de bola. Quando vejo a adoração incondicional dos argentinos ao Maradona (figura polêmica que teve filho fora do casamento, deu tiro em jornalista, atropelou cinegrafista e foi dependente de drogas) sempre contraponho com a declarada má vontade dos brasileiros em relação ao Pelé, que, sim, também tem seus defeitos (filha que morreu sem a sua aproximação, envolvimento com negócios suspeitos, besteiras ditas publicamente), mas que é simplesmente o maior jogador de futebol de todos os tempos, reconhecido e idolatrado em todos os países, e eleito o Atleta do Século XX. Mesmo assim, parece esporte nacional malhar Pelé sempre que a ocasião propícia se apresenta - e sem contar que milhões de brasileiros consideram Maradona, Garrincha e Messi, entre outros mortais, melhores do que Ele.

Pois bem. Desde que despontou para o futebol profissional, em 2009, Neymar (de longe, o maior craque brasileiro da atualidade) também leva ripa de tudo quanto é lado na mesma proporção que faz gols ou cria jogadas geniais. Primeiro, foi um inocente "chapéu" no (tosco) Chicão que ganhou as manchetes; logo em seguida, veio uma discussão dentro do gramado com o então técnico do Santos Dorival Júnior, coisa inaceitável mas corriqueira no futebol, que levou o (também tosco) Renê Simões a classificar Neymar como "monstro" - no mau sentido. Mais tarde, vieram as acusações de "cai-cai", a pecha de que não joga bem pela seleção, manchetes para críticas bobas do Pelé ao seu cabelo e, mais recentemente, vaias da própria torcida do Santos.

É óbvio que tem muito despeito nisso tudo. Ninguém gosta de ver pobre mostrar talento e, com isso, aparecer todo dia nos jornais, TV e internet, ficar milionário, comprar imóveis, carrões, iate e trocar de mulher (bonita e/ou famosa) como quem troca de chuteiras. Fora os torcedores de times adversários ao Santos, que não perdem vez de achincalhar o garoto prodígio (com exceção da torcida do Cruzeiro). Ontem mesmo, no empate do Brasil em amistoso contra o Chile, no Mineirão, sobrou xingamento para Neymar. E agora vem a notícia de que ele virou "persona non grata" em João Pessoa, capital da Paraíba, depois que jogadores do Flamengo-PI o acusaram de tê-los chamado de "paraíbas" durante jogo da Copa do Brasil (a exemplo de Edmundo, nos anos 1990).

Neymar já disse que é mentira, mas a bola de neve segue rolando e incorporando, no caminho, todas as críticas anteriores. O que os brasileiros querem? Acabar com Neymar? Fazer com que ele vá mais cedo para a Europa e nos deixe órfãos de craques em nossos campeonatos? Colocar mais um pobre bem sucedido "em seu devido lugar"? Por favor: menos, minha gente, menos. Neymar, como todo humano, tem defeitos e comete erros. Mas, indiscutivelmente, é um craque de bola - coisa mais do que rara nos últimos anos, em território nacional. O que estamos assistindo é uma campanha raivosa contra um dos poucos atletas que nós, amantes do futebol, temos prazer de ver em campo - e que, ao contrário de muitos outros, preferiu ficar jogando aqui no Brasil pelo maior período possível.

Podem falar o que quiserem, mas eu não compactuo com essa farofa. Os políticos de João Pessoa com certeza devem ter mais o que fazer. Porque, com certeza, é só a própria cidade quem perde com a informação de que Neymar, por ser "persona non grata", fica impedido de ser homenageado pela capital paraibana no futuro. E, se ninguém gosta dele, o meu time aceita de bom grado!

4 comentários:

Maurício Ayer disse...

E não seria o bom e velho complexo de vira-lata que não deixa o brasileiro vencer e ser grande?

E de que serve questionar Neymar?

Lembro de um cara, não era nenhum néscio em matéria futebolística não, que em 2010 dizia que a grande revelação do Santos não era o Neymar, mas o Madson.

De todos os exemplos que você deu, continuo achando apenas que o chapéu no Chicão fora de jogo, ou seja, com a bola parada, foi só uma bobagem de moleque, ele não faz mais isso, como o próprio Chicão – que de tosco não tem nada, e os são-paulinos sabem muito bem disso – observou.

Neymar participou decisivamente nos dois gols do amistoso com o Chile. E tem sido assim toda vez que sua atuação parece ter sido “sem brilho”, continua sendo decisivo em quase todo lance que é decisivo.

Anônimo disse...

Olha, até concordo com o texto, mas quando cheguei no vitupério desferido contra o Chicão percebi que o autor faz exatamente o que critica nos outros. Isso sim foi "tosco"!

Anônimo disse...

O Campeão da série B, Paulista, Copa do Brasil, Brasileirão, Libertadores e Mundial, sempre como titular de zaga menos vazada... é tosco?

Unknown disse...

Com todo o respeito do mundo ao Chicão e à maioria dos zagueirões esforçados do Brasil, mas, perto do Neymar e de sua habilidade, TODOS eles são toscos. Abraços.