Destaques

quinta-feira, maio 02, 2013

Boca 1 a 0 Corinthians: sem meio-campo, não dá

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook



Blandi comemora o gol que achou (Foto: Juan Mabromata/AFP)
O que explica a má atuação do Corinthians na noite desta quarta que levou à derrota por 1 a 0 para o Boca Juniors? O excesso de zelo para enfrentar a pressão da temida Bombonera? O bom e velho salto alto? Ou ruindade pura e simples? Mantenho a tese: o principal problema é o meio de campo – ou a ausência dele.

O primeiro tempo foi mais pegado que jogado na Bombonera. Os dois times bateram, catimbaram e falaram o tempo todo com juiz, que teve grandes dificuldades para lidar com a pressão. Com a bola, o Boca tentava acelerar a partida e partir para o gol, enquanto o Corinthians cadenciava, ganhava laterais, esfriava o ímpeto argentino. A marcação corintiana começava no meio campo, fechando espaços à frente da área. Postura de quem quer contra-atacar, imagina-se, mas uma intenção frustrada por inúmeros pequenos erros técnicos – falha no domínio, passe torto, cabra escorrega e cai.

O segundo foi igual, só que pior. Ainda recuado, o Corinthians perdeu o único armador que tinha com a saída de Danilo que sentiu uma contusão. Tite foi conservador e optou por Jorge Henrique, meu desafeto, que pouco ou nada fez. A bola que já não parava na frente mal conseguia sair da defesa. Uma partida sofrível de Ralph, que errou passes em profusão, e nada mais que medíocre de Paulinho e Sheik pioraram a situação. Nessa, o Boca acelerou mais o jogo e, mesmo sem realizar nenhuma grande jogada, apertou o bastante para achar seu gol num chute errado do volante Erbes que caiu nos pés de Blandi, na cara de Cássio.

Depois do gol, novo equívoco: o treinador tentou fortalecer o ataque colocando Pato (boa ideia) no lugar de Romarinho (errado), o único jogador que conseguiu umas poucas jogadas para levar a bola até perto do gol argentino – como a arrancada que resultou numa bola na trave de Guerrero. O camisa 7 até tentou voltar para buscar o jogo, mas foi pouco.

Enquanto o time sofria, a televisão relatava um extenso debate entre Tite e sua comissão técnica sobre a entrada ou não de Douglas, que mesmo voltando de lesão deveria ter sido a primeira opção para o lugar de Danilo. E isso depois da expulsão de Ledesma, que deixou os donos da casa com 10. O meia só entrou aos 41 minutos e nem teve chance de fazer alguma coisa.

Além de meio campo, outra coisa que faltou em todo o jogo foi a disposição ou organização para aquela intensa blitz de marcação alta que o Timão fazia com primor no ano passado. Se não conseguia manter a posse de bola, deveria ao menos ter tentado tirá-la cedo do adversário e o mais perto possível do gol.

Temos agora outra pedreira: o São Paulo no Morumbi, pelo Paulistão. O Tricolor tem mais time que o Boca e uma vontade danada de se afirmar numa decisão. Vejamos o que Tite e o time conseguem arranjar até lá.

2 comentários:

Leandro disse...

Antes mesmo da lesão do Danilo, ele me pareceu meio sumido, e por uma única razão: Méritos do genial técnico do Boca, que, sabedor da importância dele para a armação e equilíbrio do Corinthians, determinou que tentassem anulá-lo. E ele foi, em boa parte da partida, até se lesionar.
Renato Augusto fez falta num jogo como o de ontem, e Douglas, apesar de não me inspirar muita confiança, também seria minha opção, até pela falta de coisa melhor no banco.
Além da atuação fraca de Paulinho, Ralf e Emerson, Gil e Fábio Santos protagonizaram alguns momentos grotescos e também me pareceram bastante perdidos.
Uma noite para esquecer, e que pode custar muito caro.
Basta lembrar que já vimos este filme antes contra o Flamengo. Os dois gols necessários podem até sair, mas se sair um golzinho do Boca, a coisa se complica muitíssimo.

Nicolau disse...

Assino embaixo, Leandro. Danilo não estava resolvendo, mas a coisa piorou quando ele saiu. Confesso que esperei críticas suas a minha opção pelo Douglas, fico mais tranquilo, hehehe. Creio que, o time não pode prescindir de um dos três meias, Renato, Danilo ou Douglas. Sem eles, vamos passar mais raiva.