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domingo, maio 12, 2013

Corinthians 2 x 1 Santos: primeiro round é do Timão

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Paulinho jogou bola pra caramba e trouxe o time com ele (Foto: Rodrigo Coca/AE)

A vitória do Corinthians sobre o Santos foi boa por vários motivos, e complicada por pelo menos um. Primeiro, ganhar do Santos é sempre bom. Segundo, o Timão jogou bem, o que não fazia há muito tempo. Contou com uma bela atuação de Paulinho, principal esteio dos melhores momentos do time no ano passado – dois pontos que trazem bons augúrios para o jogo de quarta contra o Boca. O problema, não pequeno, é que a grande superioridade do time no primeiro tempo não se traduziu em uma vantagem maior, sendo os 2 a 1 totalmente reversíveis para o Santos em seus domínios.

Com a mesma formação que passou jogando mal contra o São Paulo, o Timão resgatou a organização coletiva e impôs ao Santos uma marcação pesada na saída de bola. Danilo, Romarinho, Guerrero e Sheik fechavam todas as saídas e criavam chances, em ordem decrescente de boas participações. O domínio foi amplo, até criou chances de gol e levou a um número no mínimo impactante de nove escanteios a favor e nenhum contra em vinte minutos, segundo o Juca Kfouri. Mas bola na rede mesmo só aos 41 minutos, com Paulinho, após passe de Danilo. Na boa, se tivesse virado 3 a 0 não seria nenhum exagero, ainda mais se levarmos em conta um pênalti (que entendo quem questionar) de Dracena em Romarinho.

Diga-se que a vantagem paulistana teve ajuda de Muricy Ramalho, que errou ao escalar um time com quatro volantes e nenhum meia. Apostou em Marcos Assunção na armação e não deu certo. Na segunda etapa, voltou com Felipe Anderson, que foi armar pela esquerda e dividir as atenções de Ralph. Assim, Neymar ficou no mano a mano contra Alessandro, que sem a cobertura rápida de Gil não teria aguentado o tranco.
Tite mexeu duas vezes: colocou Edenilson no lugar de Romarinho para ajudar na marcação do 11 santista e trocou Guerrero por Pato. Na minha opinião, pelo menos um equívoco aí, já que Romarinho fazia partida muito boa e Sheik nem tanto, e leva minha raiva por perder pelo menos um gol na cara de Rafael que Pato fatalmente teria guardado. Além disso, quem já leu alguma de minhas mal-digitadas nos últimos tempos sabe que Pato e Guerrero, os dois artilheiros do time, devem jogar juntos e o treinador que se vire para fazer funcionar.

Com tudo isso, o jogo se equilibrou e deve ter ficado muito bom para o observador neutro, com chances de gol para os dois lados. De minha parte, a coisa ficou mais interessante lá pelos 30 minutos, quando uma bola rebatida na área sobrou para Paulo André, que encheu o pé e abriu 2 a 0. E voltou a ficar meio chatão aos 38 minutos, quando Durval subiu no meio da zaga e marcou de cabeça. Não foi o primeiro gol de cabeça levado por essa defesa esse ano. No meio disso teve um outro pênalti discutível em Alessandro, esse feito por Leo, que bateu mais do que jogou. E foi isso.

Assim foi e o Corinthians leva a vantagem do empate para o jogo da Vila Belmiro. O que é bacana, mas longe de garantir alguma coisa. Leva também um impulso anímico importante para o jogo contra o Boca, pela moral, pelo resgate de Paulinho e da marcação adiantada, e por Romarinho fazer sua primeira partida mais convincente como meia. É bom sinal por agora, mas é preciso manter uma curva ascendente e melhorar a cada jogo se quisermos manter chances de ganhar alguma coisa esse ano.

4 comentários:

Maurício Ayer disse...

A marcação avançada favoreceu muito o Romarinho, que teve como uma de suas funções voltar à defesa e surpreender o meio-campo santista com roubadas de bola meio sorrateiras. Notei pelo menos três.

Dos gols perdidos imperdíveis teve também aquele rebote do Guerrero no chutaço do Paulinho. Há que destacar o Raphael como de longe o melhor jogador do Santos. O cara fez milagre, é um grande goleiro.

Sobre os atacantes Sheik, Pato e Guerrero, acho que o princípio geral definido pelo Tite faz sentido. Além dos chutes a gol, Sheik tem criado muito pela esquerda, é bom driblador e segura bem a bola. Guerrero quando volta um pouco cria boas situações, mas é essencialmente um homem de área. E o Pato, a meu ver, está claramente sendo poupado, joga 20 minutos por jogo e muitas vezes decide, ganha moral e confiança, enquanto recupera plenamente (ou pra lá de plenamente) o seu físico.

A marcação avançada torna menos grave a falta de um meio campo criativo no Corinthians, desde a contusão de Renato Augusto. Danilo cumpre um pouco o papel, mas nesse contexto de marcação forte o Paulinho volta a ser o cara que desarma, conduz, passa certo e chuta bem, figura essencial nesse esquema, como foi no ano passado e nessa partida.

Outra coisa que deve ser destacada nessa partida do Timão, principalmente no arrasador primeiro tempo, foi a qualidade no passe.

E um último ponto que merece atenção: Ralf está começando a subir mais. Normalmente, sem muito sucesso, mas pode ser que o Tite esteja fazendo com que ele se familiarize mais com essa possibilidade, para ter mais essa arma.

O resumo é: um bom começo de uma semana que vai ser foda. Daqui a uma semana, na segunda-feira, 20 de maio, podemos estar no céu ou no inferno. A ver.

Vai Corinthians!

Nicolau disse...

Concordo com quase tudo Maurício, só faço uma ressalva na questão Pato. Sheik tem jogado bem e sido útil, sem dúvida. Mas tem menos gols que Paulinho fora de grande fase, Danilo e Romarinho, todos com 4 na temporada segndo o parceiro Retrospecto Corintisno. Que Pato, tem 4 a menos, 7 a 3. Entendo a preservação do ex-milanes, mas já estamos em meio a jogos decisivos. Quando será o momento?

Maurício Ayer disse...

Eu não sei a real condição física do Pato. Talvez ele esteja fazendo tanto gol também porque entra no jogo quando está todo mundo cansado e aí sobra em campo, mesmo sem um grande esforço. O Pato teve muitas contusões pra pouca idade, e do jeito que está indo está funcionando. Se o time seguir melhorando, e se o Boca deixar o time seguir melhorando, rsrsrs, acho que o Tite vai manter o esquema.

Mas é tudo especulação, como bem sabemos.

Leandro disse...

Não sei se o problema está com o Gil, com o Paulo André ou com ambos, mas a questão é que esta defesa não vem inspirando a mesma confiança sem o Chicão.
A falha no gol do Santos foi mais uma daquelas grotescas que o time tanto cometia há algum tempo nas bolas aéreas, e que parecia ter superado.
Fábio Santos e Alessandro também têm me agradado pouco no apoio e um pouco menos ainda ao defender.
Mas realmente, o desempenho do time melhorou bastante se comparado ao dos últimos jogos.
O problema é que não conseguiu construir uma vantagem maior do que poderia, e isto pode fazer com que a atuação de domingo não tenha valido para nada.
E se eu lembrei aqui as deficiências do pessoal da defesa, vale lembrar também que o pessoal do ataque precisa colocar o pé na forma e parar de perder tanto gol feito, noves fora a atuação brilhante do Rafael.