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domingo, junho 02, 2013

Brasil 2 x 2 Inglaterra: Felipão dá a batuta a Neymar

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Neymar teve liberdade no primeiro tempo e foi bem (Foto: Bruno de Lima/Lancepress)
O Brasil fez um primeiro tempo surpreendentemente bom contra a Inglaterra para um time com pouco tempo de trabalho. Especialmente no primeiro tempo, quando criou uma penca de chances e consagrou o goleiro Hart, melhor do britsh team. O time teve 27 finalizações, sete delas de Neymar, o que mostra força ofensiva. Mas faltou botar pra dentro, claro.

Felipão armou um esquema todo voltado para Neymar, com a 10 às costas. Botou Hulk pela esquerda, Oscar pela direita e Fred na centroavância para deixar um espaço enorme para a flutuação do ex-santista. Nesse sentido, deu certo: Neymar jogou bem e criou as principais chances da seleção.

Não deixa de ter suas idiossincrasias, porém. Hulk ganhou fama jogando pela direita, onde corta pro meio e usa a potente canhota. Foi para a esquerda, não sei bem por que. Do outro lado, Oscar demorou um pouco a se adaptar à função de ponta, que criou uma dinâmica curiosa e pouco proveitosa com Daniel Alves, em que o rapaz do Chelsea, armador por natureza, ia para a linha de fundo e o lateral do Barça fechava como armador. Estranho.

A armação foi também um pepino da coisa. Paulinho não se achou, talvez pela insistência de Felipão na importância da marcação para os volantes, e pouco contribuiu para a criação de jogadas. Luiz Gustavo até foi melhor no quesito, mas não parece ser a sua. Com Oscar aberto na direita, o sacrifício mais doloroso do esquema feliponesco, a transição ofensiva enroscou um pouco, bastante atrapalhada também pela forte marcação dos ingleses.

Na segunda etapa, Felipão colocou Hernanes ao lado de Paulinho, naquela que seria minha dupla de volantes. A qualidade dos dois apareceu nos gols brasileiros, um de Fred em sobra de chute de Hernanes e outro em belo voleio do corintiano. Marcelo também entrou e deu muito mais qualidade na ala esquerda, mostrando que também é titular.

Depois do primeiro gol, no entanto, a Inglaterra lembrou que podia atacar e começou a criar chances. Apareceu aí certa fragilidade do setor defensivo e dois gols ingleses, um de Chamberlein e outro de Rooney, que podia vir jogar no Corinthians. Duas jogadas que mostram certa frouxidão na marcação dos jogadores de meio.

O time de Felipão mostrou coisas boas, especialmente quando deixou Neymar jogar. Faltam uns ajustes, definir os titulares e deixar o povo se entender dentro de campo. Não será um time genial, mas dá pra ganhar uns joguinhos.

9 comentários:

Glauco disse...

Como o Brasil não tem nenhum "homem pensante" que faça a diferença no meio de campo, é bem capaz que Felipão consolide a seleção com três volantes, até porque é bom lembrar que o gol do Paulinho só surgiu quando Fernando estava em campo, liberando o corintiano para encostar mais na frente. Sendo a dupla Hernanes e Paulinho, um dos dois é sacrificado na chegada ao ataque, pelo menos tendo como exemplo a partida de hoje.

Neymar caiu no segundo tempo porque, ao contrário da primeira etapa, ficou confinado na esquerda. Não tem muito jeito: pela forma com que Felipão está armando o time, o pessoal da frente, meias-atacantes e atacantes, serão sacrificados cumprindo funções que não costumam ser as deles ou esquentando lugar no banco. Hulk é favorito à suplência, já que Felipão tem juízo e não vai rifar Neymar, além de ter Fred como homem de referência que tem resolvido, um dos raros jogadores da equipe com experiência de seleção.

Leandro disse...

"Eu esqueci o direito de tentar a virada porque eu jogo para não perder". (LF Scolari)

Era difícil torcer para o time do Dunga, por conta de sua detestável figura, e será (já é) muito difícil torcer para o time desta não menos odiosa figura feliponesca.
Creio que 2014 será mais uma copa em que estarei no time dos secadores.

Thalita disse...

Mais alguém acha que o Daniel Alves não rende nada na seleção?

Leandro disse...

Eu também acho que o Daniel Alves não dá.
O problema é que não consigo me lembrar de uma alternativa menos ruim.
Aceito sugestões.

Nicolau disse...

Sobre os volantes, os comentaristas da Sportv tb disseram que o Paulinho "precisa de um Ralf", o que pode ser verdade. Mas em tese, seria possível treinar Hernanes e Paulinho para alternarem suas subidas, só falta tempo. TEm que ver se com laterais ofensivos por natureza como Marcelo e Daniel Alves não é o caso de meter logo o volantão limpa-trilho que Felipão tanto curte. Essa ideia de um 4-3-3 com Hernanes e Paulinho não é de todo ruim. De repente, poderia tirar um dos dois e entrar com Oscar, sei lá.
Não desgostei da formação inicial, mas é preciso que um dos volantes avance com mais vontade. Quando os times ingleses jogam assim, um cara como Lampard ou Gerard é o segundo volante/armador. Ou seja, é um meia mesmo, não pode ficar tão preso. Além disso, os meias pelos lados tem que agir mais como meias que como pontas. Senão, fica um buraco no meio para os volantes adversários jogarem - o Schweinsteiger e o Xabi Alonso vão amar.
E tem razão, o Daniel Alves não está jogando nada, impressionante.

Anselmo disse...

Três volantes parece ser uma zona de(falso) conforto pros quais os selecionados brasileiros são impelidos à custa de sacrificar um meia.

No quase-três-três do Felipão, Oscar já está deslocado, o que o torna favorito ao posto já ocupado por ex-titulares Raí, Juninho Paulista, Kaka e Elano em copas anteriores.

Thalita disse...

Leandro, acho que, jogando como está, qquer um que se ache menos que o Daniel Alves pode ser melhor. Pq além de errar, o cara dá a impressão de que se acha a última bolacha do pacote...

fredi disse...

Thalita, há algum tempo lancei o desafio de alguém se lembrar de um grande jogo do Daniel Alves pela seleção. Ninguém até hoje respondeu.

Acho que com ele jogamos com um a menos, como o Marcão diz em relação a jogadores do SP.

Devia-se tentar novamente o Maicon, o Jean ou qq outro.

Sobre o Brasil, falta um armador mesmo e pelo menos uns dois jogadores experientes em Copa. Sei lá onde se vai achar...

Mas na atual carência não dá para ficar sem o Ronaldinho. De resto, não muda muito o que está aí.

Leandro disse...

Thalita,
Se o critério é a liberdade de critérios, um dos primeiros que me vêm à cabeça, até pelo fato de jogar no meu time, é o Edenilson.
O problema é que o Scolari e o grosso dos críticos diriam que o cara é "verde" para a seleção por jamais ter sido "testado" sequer num amistoso, embora eu repute este critério meio furado.
Outro problema é que o jovem é bem promissor, mas também parecer ser meio joelho/canela de vidro.
Já se lesionou de novo...