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sexta-feira, agosto 09, 2013

Palavras ao vento...

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Ney e Ceni: 'coisa de momento'
Com a palavra, o filósofo e humanista Raymond Fagner:

"Um grande amor não se acaba assim
Feito espumas ao vento
Não é coisa de momento, raiva passageira
Mania que dá e passa, feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá pra apagar..."

Pois é, mas às vezes acontece o contrário. Foi com "raiva passageira" que o "grande amor" entre o goleiro Rogério Ceni e o técnico Ney Franco acabou: com palavras, ou melhor, "espumas ao vento". Exatamente como começou. E as marcas deixadas, como preconiza o sábio acadêmico, "não dá pra apagar". Senão, vejamos (os grifos são nossos):

“É um treinador que gosta bastante de trabalhar com jovens. Pelo investimento feito em Cotia e o propósito de revelar jogadores, é o nome ideal. Torço para que tenha muito sucesso. É uma pessoa sóbria, calma.” - Rogério Ceni, em 7 de julho de 2012, ao comentar a contratação de Ney Franco para técnico do São Paulo.

"Ele [Rogério Ceni] está em um momento muito bom tecnicamente. Está preparado, jogando bem, além de ajudar muito bem em campo na parte técnica. Tem ajudado também no dia a dia, pois é um líder, o capitão, e é sempre o último a falar com os jogadores antes das partidas." - Ney Franco, em 24 de outubro de 2012, depois de atrito público com o goleiro, que quis decidir uma substituição em partida contra a LDU de Loja, pela Copa Sul-Americana.

"Para mim, não aconteceu absolutamente nada, porque são coisas do jogo. Com relação ao Ney, não tem problema nenhum, é uma pessoa que admiro muito. Ele faz as alterações, ele é o treinador, ele que escolhe quem entra e quem sai." - Rogério Ceni, em 25 de outubro de 2012, tentando disfarçar o atrito público com Ney Franco, em partida contra a LDU de Loja, pela Copa Sul-Americana.

Ceni nem olha na cara de Ney, após perder 1ª partida da Recopa: técnico demitido

"Foi uma despedida interessante, legal. Foi bom, para mim, sair ouvindo o Rogério enaltecer meu caráter e meu profissionalismo. Foi muito bom ver principalmente o capitão, que tem história no clube, se posicionar perante o grupo." - Ney Franco, em 6 de julho de 2013, logo após perder a primeira partida da decisão da Recopa Sul-Americana, para o Corinthians, e ser demitido do cargo de técnico do São Paulo.

Foi Rogério Ceni quem partiu para o ataque
"Zero, zero, nenhum, zero." - Rogério Ceni, em 17 de julho de 2013, logo após perder a decisão da Recopa Sul-Americana para o Corinthians, respondendo sobre qual foi o legado dos últimos 12 meses de trabalho do São Paulo, período em que Ney Franco treinou o time.

Agora eu vejo que existe uma pessoa à frente que exerce uma liderança. Um cara justo, correto, um grande profissional que está tentando resgatar algo que perdemos. Quando você tem alguém no comando, tudo fica mais fácil” - Rogério Ceni, em 28 de julho de 2013, elogiando Paulo Autuori, no técnico do São Paulo, e insinuando abertamente que quando Ney Franco era o treinador não havia comando.

Ney Franco reagiu: 'Ceni extrapolou limite'
"[Rogério Ceni] Extrapolou o limite. Até participa da vida política do clube, há uma disputa por seu apoio político. Ele tem consciência do que representa. Em 2013, não tive nele o capitão de que precisava. Havia a preocupação de quebrar marcas individuais. Até em contratações: se chega um nome que é do interesse dele, ele fica na dele; se não é, reclama nos corredores. E isso chega aos contratados, como Ganso, Lúcio. E eu, como técnico, ficava no meio disso." - Ney Franco, em 5 de agosto de 2013, respondendo em entrevista as alfinetadas de Rogério Ceni.

"Se está bom para o Rogério, este profissional vai bem. Se não, se chega um profissional que ele não concorda, a tendência é ser minado. E nos dois últimos meses de trabalho eu sabia que havia interesse de parte do grupo na minha saída. Depois, Rogério disse que meu legado no clube foi zero." - Ney Franco, em 5 de agosto de 2013, na mesma entrevista.

"Se eu tivesse toda influência que ele acha que tenho, ele estaria no olho da rua há muito tempo. Não esperaria se tivesse o poder de decisão. Sou apenas um funcionário do clube, não decido, não mando. Mas se eu tivesse condições de ter a influência que ele acha que eu tenho, ele estaria longe há muito tempo." - Rogério Ceni, em 7 de agosto de 2013, logo após perder a decisão da Copa Suruga para o Kashima Antlers, chutando o balde ao responder as afirmações de Ney Franco.

Fagner, tradutor das desinteligências sentimentais
Que lindo, não? Como diria o camarada Nivaldo, é uma polêmica "que engrandece" quem a acompanha. Sem mais a dizer, e com os melhores votos de que Rogério Ceni e Ney Franco reatem as fibras dilaceradas de seus corações rancorosos, recorro novamente à obra do nosso grande antropólogo sentimental, que não é peixe mas é supremo mestre na arte de mergulhar em límpidos aquários e fazer borbulhas de amor:

"Sei que errei tô aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo
E sem saber direito a hora e o que fazer
Eu não encontro uma palavra só pra te dizer
Ah! se eu fosse você eu voltava pra mim de novo..."



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